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quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Aliança Abraâmica

Enquanto que na aliança da noetica, ou aliança da preservação, Deus manifestou-se de forma graciosa com o ser humano e com suas criaturas de forma geral, preservando Noé e sua família e os animais.
Na aliança com Abraão, Deus dá uma ordem a um homem que Ele tinha escolhido para fazer uma aliança e desta aliança estabelecer um povo. Este povo não seria somente os seus descendentes, mais todos aqueles que professassem fé no Deus de Abraão.
Abraão morava em Ur na Caldeia, seu pai se chamava Terá e era idolatra Josué 24.2
Em Abraão, Deus começa um novo estágio do pacto da redenção, a Igreja Visível surge com Abraão. È com Abraão que Deus vai fazer um sinal visível de seu relacionamento: A Circuncisão. É com os descendentes de Abraão que Deus estabelecerá a Páscoa, é com os descendentes de Abraão que Deus ira dá a Lei, é dos descendentes de Abraão que Jesus nasceu. Deus justificou e chamou Abraão quando ele não era circuncidado, ate porque a circuncisão é selo da fé, da aliança que Deus fez com Abraão. Por que cremos no Deus de Abraão somos chamados filhos de Abraão, no sentido de sermos identificados com Ele. Veja o texto de Gálatas 3. 6-14
O grande erro dos judeus foi pensar que pelo fato de ter uma descendência na carne com Abraão isto garantia acesso a Deus, não Deus chama Abraão e faz com ele um pacto, e todo aquele que professar fé em Deus, independente de nação, este que é verdadeiro filho de Abraão, este é o sentido que Paulo diz: Ora, tendo a Escritura previsto que o Deus justificaria pela fé os gentios, preanunciou o evangelho Abraão; Em ti, serão abençoados todos os povos. Gálatas 3.8
A aliança da Redenção foi administrada de Adão até Abraão por meio de:
1- Promessa
2- Por meio de sacrifícios típicos instituídos na família de Adão (lembre-se que o templo não existia e nem sacerdotes, o sacrifico era oferecido em certos lugares e quem oferecida era o patriarca da família)
3- Por meio de revelações imediatas e manifestações pessoais de Javé ou do Mediador divino. Assim o Senhor é representado nos onze primeiros capítulos de Gênesis côo “falando” aos homens
4- Essas promessas e sacrifícios eram entendidos em sua verdadeira significação espirituais, fica provado pelo fato que lê em Hb. 11. 4-16
È importante entendermos isto, o patriarca é quem oferecia os sacrifícios, ele é quem era responsável pelo culto a Deus.
Berkhof diz:
No período patriarcal as famílias dos crentes constituíam as congregações religiosas; a Igreja era mais bem representada nos lares piedosos, onde os pais serviam de sacerdotes. Não havia culto regular, embora Gn 4.26 pareça implicar uma invocação pública do nome do senhor. Havia distinção ente os filos de Deus e os filhos dos homens (...). Por ocasião do Dilúvio, a igreja foi salva na família de Noé, e continuou particularmente na linhagem de Sem. E quando a religião verdadeira estava de novo a ponto de morrer. Deus fez uma aliança com Abraão, deu-lhes como sinal a circuncisão e o separou e aos seus descendentes do mundo, para ser povo peculiar seu

É a partir de Abraão que Deus começará a se relacionar com um povo, ou seja, seus descendentes, estes descendentes constituíram a igreja visível d Deus no Velho Testamento, quando os gentios nesta época queriam adorar a Deus, se tornava prosélitos, eram circuncidados e guardavam a Lei de Deus. Deus como prova de sua aliança fez um pacto com Abraão. E é isto que iremos ver na próxima aula. Ler Gênesis 15

Aliança Abraâmica parte II

Deus chama Abrão de sua terra em Gênesis 12. Sara sua mulher era estéril e pelos costumes da época seu servo Eliezer poderia ser “adotado” ficando com todos os seus bens, Mas Deus tinha outros planos para Abraão. Ele disse que Sara teria um filho. Imaginem a alegria que o patriarca deve ter ficado... Talvez tivesse pensado no fato de ser velho, mas mesmo assim o Texto Sagrado nos diz que: Ele creu em Deus e isto lhe foi imputado para justiça Gn. 15.6.
Deus para confirmar a promessa de que Abraão teria um filho, fez um pacto com ele, e é aqui que vamos nos deter um pouco.
1- Qual é o significado deste pacto?
O pacto foi feito entre Deus e Abraão e tem um significado muito profundo, Abraão pega os animais (novilha, cabra, cordeiro, rola e um pombo) e parti-os ao meio com exceção das aves Gn 15.10. Qual a razão disto?
A razão era a seguinte: Estava sendo estabelecido um pacto, este pacto não era diferente quanto à essência do anterior feito com Adão e Noé, o pacto era ministração de graça. Lembremos que até o momento não existia uma povo especifico separado para Deus, do patriarca Abraão, Deus ira levantar este povo, e para mostrar a imutabilidade de seu propósito Deus entra em aliança com Abraão.
2- O que aconteceu neste pacto?
O verso 12 do cap. 15 descreve que caiu profundo sono em Abraão e grande pavor e cerradas trevas o acometeram. O Senhor lhe fala: Que sua descendência seria peregrina em terra alheia e reduzida a escravidão e será afligida por 400 anos. Interessante observarmos a exatidão da narrativa, antes de Israel se tornar escravo, ele foi peregrino em terra alheia, só é olharmos a historia de Isaque, Jacó. Aqui nós temos o decreto da escravidão de Israel, na história de José temos todo o desenrolar da providência para que os filhos de Jacó fossem ao Egito e ficassem lá, para que o decreto que Deus tinha anunciado a Abraão se cumprisse. Deus disse também que iria julgar aquelas gente, como de fato fez, na história da travessia do mar vermelho. Fala também da ira que tinha contra os amorreus Verso 16 do cap. 15.
Existe algo curioso, Por que Deus falou isto a respeito dos amorreus? No cap. 14.13 diz: Porém veio um, que escapara, e o contou a Abrão, o hebreu; este habitava junto dos carvalhais de Manre. O amorreu, irmão de Escol e de Aner, os quais eram aliados de Abrão. No decorrer da história de Israel os amorreus tornam-se inimigos ferrenhos de Israel. Mas naquele período dá a entender que eram aliados
3- E para prova isto algo extraordinário aconteceu.
O verso 17 descreve que: Posto o sol, houve densas trevas; E eis um fogareiro fumegante e uma tocha de fogo que passou entre aqueles pedaços (verso 17)
Robertson diz o seguinte:
Na conclusão dessas palavras de profecia, Abraão testemunhou um mui surpreendente fenômeno. Um fogaréu fumegante e uma tocha de fogo passaram entre aqueles pedaços de carne que haviam sido arranjados antes

Por que Deus fez isto?
Esta atitude tinha um significado espantoso, a ideia é que a parte que quebrar será morte e cortada ao meio da mesma forma como aqueles animais foram, mediante a divisão dos animais estabeleciam uma espécie de automaldição. Deus estava mostrando a Abraão o quanto levava sério a aliança.
Deus cumpriu a aliança estabelecida com Abraão, tudo que tinha dito se cumpriu, A descendência de Abraão foi peregrina, escrava e depois saiu com grande riqueza, o povo que tinha opresso o povo de Israel foi julgado e o Senhor deu a terra prometida aos descendentes de Abraão.
Robertson diz:
Deus, o Criador, liga-se ao homem, a criatura, mediante solene juramente de sangue. O Todo-Poderoso decide comprometer-se a cumprir as promessas ditas a Abraão. Em virtude deste comprometimento divino, as dúvidas de Abraão são eliminadas. Deus prometeu solenemente e selou esta promessa com um juramento de automaldição. Está assegurado o cumprimento da palavra divina

Iremos ver durante os estudos que toda vez que Deus estabelece um novo estagio da aliança da redenção, Ele cumpre, sempre é o homem que falha, e nesse entendimento que iremos perceber a maldição da aliança quando chegarmos na aliança da Lei, e onde perceberemos que a Lei é na verdade Graça.

Aliança Abraamica Parte III

Vimos que quando Deus fez a aliança com Abraão, passou no meio dos animais repartidos e isto significativa que caso não cumprisse sua parte, Ele queria ser esquartejado como aqueles animais.
Robertson diz o seguinte: “Em iniciando alianças, Deus jamais entra em relação casual ou informal com o homem. Em lugar disto, as implicações de seus pactos estendem-se às ultimas conseqüências de vida e morte”
A frase que é traduzida por fazer aliança, no original significa “cortar uma aliança” que é justamente fazendo menção ao caráter da aliança, caso não cumpra, as partes contratantes precisam ser cortadas como os animais. Essa idéia de cortar a aliança, esta ideia aparece em outras alianças que vão aparecer no Antigo Testamento Jz 2.2; I Sm 11. 1-2, Is 28.15, Jr. 11.10, Ez 17.13; Os 2.18
Qual é a significação desta divisão de animais no momento de estabelecimento de aliança? Tanto a evidência bíblica quanto a extra bíblica combinam no sentido de: confirmar significação especifica para este ritual. A divisão do animal simboliza um “penhor de morte”, no momento do compromisso da aliança. Os animais desmembrados representam a maldição que o autor do pacto invoca sobre si mesmo caso viole o compromisso que fez
A aliança tem uma característica que é o derramamento de Sangue.
Qual o significado do sangue?
O sangue tem significação nas Escrituras porque representa a vida, não porque seja bruto e sangrento. A vida está no sangue (Lv 17.11) e por isso o derramamento de sangue representa um julgamento sobre a vida. A imagem bíblica do sacrifício de sangue dá ênfase à inter-relação de vida e sangue. O derramar de “vida sangue” significa o único caminho de livramento das obrigações de aliança uma vez contraídas. Uma aliança é um pacto de sangue, que compromete os participantes à lealdade sob pena de morte. Uma vez firmada a relação de aliança, nada menos do que o derramamento de sangue pode libertar das obrigações contraídas no evento de violação da aliança.
Aqui temos um motivo, porque Jesus teve que morrer. Nós como descendentes de Adão, pecamos. Antes de haver o pecado, observe que a aliança não tinha derramamento de sangue, Deus estabelece uma aliança com Adão e não há derramamento de sangue. Deus tinha estabelecido um relacionamento único entre ele e a criação. Quando Adão pecou, a maldição anunciada tinha que ser cumprida. Sendo assim, pelo contrato de aliança, o homem tem que morrer. É neste entendimento que compreendemos a palavra “GRAÇA” Favor imerecido. Por quê? Pela estrutura da aliança, o homem tinha quebrado. Sendo assim, ele tem que ser aniquilado. Mas Deus revelou graça.
Deus estabelece uma aliança com Adão Oseías 6.7
Partes contratantes: Deus e Adão
Conteúdo da aliança: Benção (vida) e Maldição (morte)
Condição: Obediência e desobediência. Se obedecesse viveria, caso não morreria
Houve desobediência: ENTÃO HOUVE MORTE.
Vimos à presença de Sangue na aliança com Noé, (ver Gn 8. 20-22) Qual foi a reação de Deus?

Aliança Abrâamica Parte IV

Quando Deus fez a aliança com Abraão, existe uma característica importante no chamado de Abraão, Van Groningen faz o seguinte comentário
O chamado de Abrãao deve ser visto como mais do que uma mera diretriz para se mover para outro lugar. Deus Yahweh chamou Abrão porque o havia escolhido para um serviço especifico pactual (Gn 18.19). Gerhardus Vos observou corretamente que, enquanto que o tratamento anterior havia sido com toda a raça humana,a gora um homem e sua esposa forma escolhidos para servirem em um propósito universal

Isto é importante observamos, pois na estrutura pactual é com Abraão que começa a existir a Igreja Visível, é com Abraão que Deus estabelece o primeiro sacramento: Circuncisão em Genesis 15 deus fez um promessa a Abraão sobre a terra Ler Gênesis 15. 18-20.
A soberania de Deus é revelada sobre a terra, Ele dará a Abraão terras, esta prerrogativa Deus tem, pois é Dono de tudo o que há Salmo 24.1
Os descendentes de Abraão possuíram esta terra? Nesta extensão mencionada? Van Groningen diz que sim.
Esta promessa a respeito da terra foi cumprida completamente no tempo de Davi e Salomão (2Sm 8; 1Rs 2.46; Sl 72) A grande expansão da terra, de acordo com Paulo, simbolizava Deus entregando todo o mundo como herança a Abraão e sua semente (Rm4.13). Foi cumprida quando a fé foi exercida, foi perdida quando Salomão, sua semente, e Israel e desobedeceram a Deus quebrando o pacto

Vemos o caráter condicional da aliança, uma coisa que devemos aprender que na aliança mesmo nos nossos dias o que não é condicional é a nossa salvação. Pois a questão da salvação foi um assunto tratado diretamente entre a Santíssima Trindade e Cristo. Mas as benções decorrentes da nossa obediência a Lei de Deus hoje em dia continua tão condicional como antes, um exemplo a nossa confissão diz no Cap XVIII Seção IV tratando sobre a certeza da Graça e da Salvação
Os verdadeiros crentes podem ter, de diversas formas,a a segurança de sua salvação abalada, diminuída e interrompida pela negligência da preservação dela; pela queda em algum pecado especifico, o qual fere a consciência e entristece o Espírito; por alguma tentação súbita e veemente; por desviar Deus a luz de seu rosto, permitindo até mesmo os que o temem a andarem em trevas e a não terem nenhuma luz. Contudo jamais serão totalmente destituídos daquela semente de Deus e da vida de fé, daquele amor a cristo e aos irmãos, daquela sinceridade de coração e consciência do dever, donde, pela operação do Espírito, esta segurança, no devido tempo, poderá ser revitalizada. E por meio dessas bênçãos, nesse interregno, são sustentados para que não Caim em total desespero

Do que a Confissão de Fé está falando? De bênçãos que os crentes quando não vigiam, quebrando a Lei de Deus e conseqüentemente a aliança, perdem. Deus por punição pode tirar perfeitamente, da mesma forma como deu as terras prometidas a Abraão e depois a tirou da mesma forma como ameaçou com o desterro a igreja do Velho Testamento e cumpriu
Precisamos aprender que a aliança tem bênçãos condicionais. A que foi incondicional pra mim, é a minha salvação (eleição, predestinação, regeneração, justificação, santificação e glorificação) Observamos esta verdade lendo o texto de Romanos 8 29-30. Onde todos os verbos aparecem no passado, até mesmo o que nos falta acontecer “a glorificação”A idéia é: É tão certo e tão seguro pois só depende de Deus, que Ele já considera ato consumando. O verbo no grego está no aoristo, e a idéia do aoristo é de algo que já aconteceu uma vez só no passado.
Mas no que diz respeito as benção do dia a dia, estão condicionadas a obediência a aliança. Deus cumpriu sua parte na aliança que fez com Abraão.
1- A descendência dele foi peregrina
2- Foi escravizada
3- Foi afligida
4- Deus julgou os opressores de seu povo
5- Sairão do Egito com riquezas
6- E no reinado de Salomão o território se entendeu até toda área que Deus tinha dito
Mas os filhos de Deus não cumpriram sua parte, sendo assim, experimentaram: seca, guerras, pestes, fome, desterro.

Aliança Abraâmica parte V

Com Abraão, Deus faz aliança e dá o primeiro sacramento, “a circuncisão”. Antes de Abraão, Deus se relacionou com famílias, vemos, por exemplo, o caso de Set e família, Enoque e Noé e família. Eles não receberam um sinal visível deste relacionamento. Foi com Abraão que Deus estabeleceu um estagio da aliança da redenção que teve como “uma” característica bem diferenciada das anteriores é neste estagio que Ele dá um sinal, que todos aqueles que faziam parte da Igreja visível no Antigo Testamento deveriam ter: A circuncisão. Antes, precisamos definir o que é Igreja Visível, a Confissão de Fé de Westminster diz:
A Igreja visível, a qual é também católica ou universal sob o evangelho (não confinada a uma anca, como outrora sob a lei), consiste de todos aqueles que, espalhados pelo mundo inteiro, professam a genuína religião, juntamente com os seus filhos; e é o reino do Senhor Jesus Cristo, a casa e família de Deus, fora da qual não há possibilidade ordinária de salvação

Posteriormente iremos falar sobre A Igreja Invisível. A Igreja visível do Senhor é o que chamamos de Igreja Militante, Suplicante. E esta igreja em Abraão recebe o selo de iniciação, a circuncisão. É importante que os irmãos estejam já com a ideia da aliança bem definida na cabeça, o grande problema de quem não aceita o batismo infantil, por exemplo, é a não compreensão deste aspecto de continuidade da aliança.
Veja o Que A.A. Hodge fala
A aliança feita com Abraão como o representante da Igreja Visível e universal tinha estas características: (a) Foi feita com ele como o “pai de muitas nações” e Paulo afirma que Deus o constitui “herdeiro do mundo” e “pai de todos os que crêem”, Romanos 4. 11,13, e que todos os que crêem em Cristo agora, quer judeus quer gentios, são “descendência de Abraão e herdeiros conforme as promessas” Gálatas 3.29. (b) Continha provisão para que fossem incluídas em seus privilégios outras pessoas não nascidas como posteridade natural de Abraão Genesis 17.12. Multidões de tais prosélitos haviam sido introduzidas dessa forma (na esfera da aliança) antes do advento de Cristo, e muitos deles achavam-se presentes em Jerusalém como membros da Igreja em sua forma antiga (...)

O que Hodge enfatiza? É o caráter de continuidade da aliança, Abraão seria pai de muitas nações. Em que sentido? Natural? Ou Espiritual? A quem o texto se refere? A nota de rodapé da Bíblia de Genebra trás uma boa explicação
Abraão foi o pai físico de muitas nações: O Israel étnico através do filho prometido; os ismaelitas (v. 20; 21.13; 25.12-18); os edomitas (25.23; 36. 1-43); e seus descendentes através de Quetura (25. 1-4) Porém, esta promessa encontra seu cumprimento final na multidão de cada tribo,,língua e nação que compartilha com Abraão a mesma fé são batizados em Jesus Cristo (Rm 4. 16-17; 15. 8-12; Gl 3.29; Ap 7.9)

Pessoas não nascidas em Israel poderiam subir a Jerusalém, e ir adorar a Deus. São os chamados prosélitos.
A circuncisão como o batismo são sacramentos de iniciação na Igreja. A circuncisão na Igreja do Antigo Testamento e o Batismo na do Novo Testamento. Todo sacramento possui duas partes, o nosso Catecismo na pergunta 163 diz:
Quais são as partes de um sacramento? R- As partes de um sacramento são duas: Uma é um sinal externo e sensível, usado segundo a própria determinação de Cristo; a outra é uma graça interior e espiritual significada pelo sinal

Geerhardus Vos, fazendo um comentário sobre esta questão da relação das duas partes diz
(...) Aqueles que usam os sacramentos de maneira errada, sem fé verdadeira em Jesus cristo, não participam realmente dos sacramentos; participam apenas das suas formas ou rituais externos, não das suas realidades espirituais

O que Vos quer dizer com isso?
Que existe a possibilidade de alguém receber o aspecto externo sem receber o aspecto interno, um caso clássico registrado nas Escrituras é At 8. 9-13 e 14-24.
Observe, ele é batizado, mas veja a sua atitude diante de Pedro e João.
Este principio, pode ser aplicado no caso de certas pessoas que são batizadas na infância, crescem e vivem de forma impiedosa, até este momento elas não receberam o sinal interno do sacramento de iniciação. Com isto, não se quer dizer que elas não eleitas, veja o caso de Dimas, o ladrão da cruz, o certo é que por ser circuncidada no caso do Antigo Testamento ou batizado no caso do Novo Testamento, O Senhor tem relação com elas, pois elas receberam o selo da aliança.
Continua na próxima semana

Aliança Abraâmica (Parte VI)

O que significa a Circuncisão no contexto da aliança que Deus fez com Abrãao?
È importante entendermos isto.
A Palavra de Deus está estruturada em cima daquilo que chamamos de “Continuidade”
Não existem períodos que não estejam ligados nas Escrituras, a história do povo de Deus na Bíblia é a História da revelação progressiva da graça de Deus, sendo assim, o que a Circuncisão significou na aliança abraâmica ela significou nos estágios posteriores, inclusive quando há a mudança da circuncisão para batismo no último estágio da aliança. O batismo irá substituir a circuncisão, como a Eucaristia (Santa ceia) a Páscoa. Existe a questão do significado da circuncisão, é fato que a circuncisão não surge dentro do contexto semítico, ela já era praticada pelos outros povos, só que com Abraão ela teve um caráter totalmente diferente do que se tinham entre os pagãos
Robertson diz:
Contrariando a prática geral das nações como um todo, a circuncisão não seria para Israel um sinal de introdução na maioridade com achegada da puberdade. Em vez disso, envolve a criança de oito dias e, portanto, enfatiza o principio de solidariedade ente pais e filhos num relacionamento de aliança

Isto é importante, pois nas culturas antigas, a circuncisão tinha haver com o aspecto reprodutor do adolescente, nas Escrituras tem haver com o aspecto de identificação do povo de Deus, eis o motivo que Deus disse: Esta é a minha aliança, que guardareis ente mim e vós e a tua descendência: todo macho ente vós será circuncidado. (Gn 17.10).
Em Abraão começa a se estruturar aquilo que conhecemos por “Igreja Visível” é interessante observarmos isto, pois todos os membros da igreja, na aliança abraâmica precisavam ser identificados, ver o verso 13 do cap. 17
Qual a necessidade da identificação?
É interessante esta questão, pois além de ser uma ordem direta de Deus, “a questão da identificação”. Esta identificação deveria existir como sinal da aliança, da mesma sorte que um crente hoje precisa do batismo, não para garantir salvação, mas como sinal externo que aquela pessoa está na aliança.
A questão é tão séria que Deus tem um parecer para aqueles que estão na aliança e não tem o sinal da mesma, ver o verso 14 do cap. 17
Sobre isto é notório a questão da não circuncisão do filho de Moisés e a ameaça do Senhor, pois seu filho não era circuncidado, por causa de Zipora, ver Êxodo 4. 24-26
Veja a incoerência, Moisés o grande libertador de Israel, que estava Representando o Deus da aliança possuía um filho que não tinha o sinal da aliança, isto nos traz uma lição: Quantos não batizam seus filhos por não conhecerem a aliança? Será que Deus mudou sua estrutura quanto ao seu povo? A leitura natural do texto de Atos 2.39, não é a inclusão das crianças, já que o Senhor Jesus e a descida do Espírito Santo são cumprimentos de profecias do Antigo Testamento?

Aliança Abraâmica (Parte VII)

Existe um significado teológico na circuncisão?
Porque a circuncisão era a retirada do prepúcio (pele que envolve o pênis)?
Qual o significado por trás disto?
Robertson respondendo diz o seguinte:
A circuncisão indicava necessidade de purificação. O ato higiênico da remoção do prepúcio simbolizava a purificação necessária para o estabelecimento de uma relação de aliança entre Deus santo e um povo profano. A aplicação da circuncisão ao primeiro pai da linha familiar da promessa indicava que apenas a descendência física “não era suficiente para fazer verdadeiros israelitas”. A impureza e a inabilitação da natureza deviam ser eliminadas.

É interessante entendermos isto, nas nações vizinhas que praticavam a circuncisão, o ato de circuncidar apontava para o período de iniciação sexual do macho adolescente, em Abraão e nos seus descendentes, o sinal era para mostrar a impureza de um povo que Deus estava em aliança. Robertson comenta o seguinte sobre isto:
A circuncisão devia ter humilhado o povo de Israel porque mostrava o seu demérito inato para ser o povo de Deus. Em vez disto, o sinal foi mal compreendido, como se significasse que ele era um povo especialmente dotado de mérito perante Deus. O que devia ser para ele fonte de humilhação tornou-se fonte de orgulho.

Quer dizer que todo circuncidado estava puro diante de Deus?
Não! Ele tinha na pele o sinal que apontava para sua impureza, é interessante aqui entendermos o aspecto duplo do sacramento, “interno e externo” no seu aspecto externo dizia: Olha você é impuro diante de mim, e como sinal desta tua impureza remova a prepúcio do pênis, mas não é o suficiente, existia a circuncisão no coração que só Deus pode efetuar. (Dt. 30.6)
Sobre isto Robertson comenta o seguinte:
Como originalmente instituída, a circuncisão não sugere meramente necessidade de purificação. Simboliza também o processo real de purificação que é necessário. Não apenas indica que o homem é impuro por natureza, representa também a remoção da mácula essencial para se alcançar a pureza

Observe a lógica da razão, qual o motivo que o povo tinha de ser circuncidado?
Porque era povo de Yahweh.
E sendo seu povo carregava na pele este sinal que o humilhava e lembrava a graça de Deus, pois Yahweh sendo Santo relaciona com homens pecadores, apontava também que estes homens precisavam ser circuncidados no coração, aqui já vemos a estrutura de Igreja Visível e Invisível, ou seja, nem todos os circuncidados na carne foram circuncidados no coração.
Veja que terrível pecado comete os que não circuncidavam seus filhos, mais uma vez vale lembrar o caso do próprio Moisés (Ex 4. 24-26)
Percebam quão grande pecado é! Já que a aliança é a espinha sustentadora da interpretação bíblica. A idéia contida na circuncisão de limpeza permanece no batismo, tanto no seu aspecto interno quanto externo ver ( At 22.16; Tito 2.5-6)
A idéia da descendência também está contida no batismo, quando Pedro fala que a promessa era para “vós, vossos filhos e para todos os que estão longe, isto é, para quanto o Senhor, nosso Deus, chamar” (At. 2.39) Observem, que claramente o texto fala de Três grupos: Vós, seus filhos, e outros.
A IDÉIA DE FILHOS AQUI É FILHO MESMO, POIS ISTO É A COMPREENSÃO NATURAL DA ALIANÇA.
Pedro não introduziria uma compreensão estranha, isto é absurdo. Quando Jesus perguntou se ele (Pedro) o amava, começou dizendo apascenta meus cordeiros (João 21.15) Sabes qual é a definição que o dicionário dá para cordeiro? R- Filho de ovelha, ainda novo e tenro.

Aliança Abraamica (parte VIII)

A relação das crianças na comunidade da aliança, não teve um fim, a igreja cristã que tem como Sagradas Escrituras, também o Antigo Testamento, segue a mesma linha de interpretação aliancista, seria de estanhar, se não seguisse, e é de estranhar qualquer interpretação que não leve em conta esta posição.
Como sacramento a circuncisão deve ser compreendida como algo importante dentro do contexto da aliança. O sacramento da circuncisão não era algo que o crente poderia ou não ter, não era uma questão de achar interessante, ou não, não era algo opcional.
Isto é importante entendermos, muita gente não batiza seus filhos, porque acham que isto não tem importância nenhuma, o não batizar hoje equivale ao não circuncidar, e isto é um problema e falta de compreensão do significado do selo da aliança. O incircunciso deveria ser eliminado no meio do povo da aliança Gn 17.14

O Sentido da Circuncisão dentro do contexto da aliança

A circuncisão em Israel não tinha o caráter nacional, ou seja, não tinha somente a intenção de identificar o povo, até porque como já vimos, povos vizinhos circuncidavam seus filhos. Em Israel a circuncisão tinha significado maior.
Robertson diz:
Desta vista panorâmica da significação da circuncisão na história e na teologia do antigo Testamento deve ter ficado evidente que a circuncisão fala persistentemente à questão da elação do homem com Deus. O rito jamais se retrai ao nível de ser meamente um símbolo de membresia nacional. Desde o momento de seu começo e ao longo da história de Israel a circuncisão funciona como sinal da aliança
È importante atentarmos que todos estes significados teológicos, o batismo na igreja cristã assume, pois devemos entender as coisas a nível de aliança, ou seja, continuidade.
Landes em seu livro diz:
Os judeus, na Antiga Dispensação, já estavam acostumados a incluir os filhos na Igreja visível de Deus, pelo rito da circuncisão. Não podiam, portanto, interpretar as palavras de S. Pedro, senão de modo a incluir os filhinhos na Igreja visível da Nova Dispensação. Na Igreja, seriam in¬cluídos us que ouviam e criam no Evangelho, os seus filhos e todos os demais eleitos que viessem a ser chamados por Deus para fazer parte do seu povo. Os filhos de cristãos no Novo Testamento são chamados santos, mesmo quando somente um dos pais é crente. O apóstolo S. Paulo de¬clara: "'O marido incrédulo é santificado na mulher, e a mulher incrédula é santificada no irmão; de outra maneira os vossos filhos seriam imundos, mas agora são santos" (I Cor. 7:14). São santificados os filhos em vir¬tude da fé professada pelos pais. Para S. Paulo, santos são os próprios membros da Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo. Êle escreveu várias cartas dirigidas aos santos, que eram membros de diversas igrejas (I Cor. 1:2; Rom. 1:7; Ef. 1:1; HL 1:1). Concluímos que os meninos, santos, filhos de crentes, são membros da Igreja e, por isso mesmo, devem ser ba¬nzados. Até aqui, temos demonstrado, à luz das Escrituras, que o próprio Deus determinou fossem as crianças incluídas na sua Igreja visível, desde o tempo de Abraão, e que essa determinação divina não foi revogada, na Nova Dispensação, mas antes, confirmada pelos claros ensinos dos apósto¬los Pedro e Paulo. E, sendo as crianças, por determinação divina, mem¬bros da Igreja de Deus, devem também receber o sinal visível desse fato auspicioso, o santo batismo instituído por Nosso Senhor Jesus Cristo (Mat. 28:19).

Israel no Antigo Testamento era a igreja de Deus, sendo assim se houvesse algum estrangeiro que quisesse participar das cerimônias ao Senhor Deus, como no caso da Páscoa deveria ser circuncidado, e então ele seria considerado como natural da terra (Ex 12.48), na igreja nós podemos ver a mesma estrutura, se uma pessoa quiser participar da vida comunitária se espera que ele assuma compromisso com a comunidade, vemos assim, uma continuidade.
Esta é a aliança abraamica e seu selo, esta aliança tem profundo significado teológico para nós, os cristãos não estão soltos, temos uma continuidade histórica, em Abraão, Deus trata com uma igreja visível que teria sacramentos, através de Abraão, Deus gera uma nação, entra em relação pactual com este povo, eles tinham o selo deste relacionamento, a igreja no Novo Testamento é a continuidade deste povo, então a igreja precisa trazer em si o selo deste relacionamento.

Aliança da Lei Parte I

Nada mais contraditório para o sistema dispensacionalista do que falar em aliança da lei, mas o que é isto? É um sistema herético de abordagem da Bíblia, se faz necessário conhecermos o que significa isto, então neste estudo vamos dá uma geral deste sistema.
O Rev. João Alves dos Santos dá o seguinte histórico
O movimento chamado de dispensacionalismo surgiu em meados do século passado na Inglaterra, através do grupo que levou o nome de Irmãos ou Irmãos de Plymouth, por ter nesta cidade seu quartel general. Seu principal expoente foi John Nelson Darby (1800-1882), um irlandês que, insatisfeito com a Igreja Anglicana, da qual era ministro (cura), juntou-se ao grupo dos Irmãos em 1827. Por volta de 1830 Darby já era o principal líder dos Irmãos, dada a sua capacidade de organização e a sua proficiência em escrever. A característica principal desse grupo foi a ênfase que deu às reuniões semanais de estudo bíblico e celebração da Ceia do Senhor, associada a um desprezo por qualquer tipo de organização denominacional ou forma de culto. Os Irmãos rejeitavam qualquer sistema clerical ou de classe ministerial, insistindo que estavam regressando à forma simples de culto e governo eclesiástico dos apóstolos. (...) Esse novo modo de interpretação bíblica, especialmente de profecias, ganhou popularidade rapidamente nos círculos evangélicos, graças ao grande trabalho de divulgação que dele foi feito pelo próprio Darby e por seus seguidores, e graças, principalmente, ao grande volume de livros, panfletos e artigos sobre o assunto que foram, desde então, escritos e ainda continuam sendo. Grandes movimentos, como o das Conferências Evangelísticas de Dwight L. Moody, eram virtualmente controlados por dispensacionalistas. A escola fundada por Moody, que passou a chamar-se Instituto Bíblico Moody, assim como diversas outras escolas teológicas, como o atual Seminário Teológico de Dallas, passaram a ser verdadeiros centros de doutrinação dispensacionalista, nos Estados Unidos. O mesmo se dá hoje no Brasil, especialmente com os institutos bíblicos chamados de interdenominacionais, de modo geral. (...) Outro fator que muito contribuiu para a difusão do pensamento dispensacionalista foi a publicação da chamada Bíblia de Referência de Scofield, em 1909, a qual já vendeu mais de dois milhões de cópias desde então. A Bíblia de Scofield ou, mais corretamente, a Bíblia de Referência de Scofield é, na verdade, uma edição da Versão King James, com anotações feitas por Scofield, na linha de interpretação dispensacionalista. William E. Cox afirma que “o pai do dispensacionalismo, Darby, assim como seus ensinos, provavelmente não seriam conhecidos hoje, não fosse por seu devoto seguidor, Scofield”. Esta declaração, baseada em pesquisa feita pelo autor citado, dá bem uma idéia da influência que Scofield exerceu, especialmente através de sua “Bíblia”, na propagação do dispensacionalismo.

O Dispensacionalismo divide a história da revelação de Deus ao homem em sete períodos distintos, onde no final de cada período, Deus teria feito um teste com o homem, entretanto no final de cada período o homem falhou, Deus sendo misericordioso faz um novo trato com o homem.
No sistema dispensacionalista, Deus tem um povo especial chamado Israel, quando Jesus veio, Ele veio para os que eram seus, mas como eles rejeitaram, Deus abre uma espécie de parêntese e inclui a Igreja na história. João Alves fala o seguinte sobre isto
O novo programa divino intencionalmente não havia sido revelado antes de sua inauguração. Veio, portanto, não só de modo muito repentino como também totalmente sem qualquer revelação do Velho Testamento. O caso seria quase paralelo se, neste tempo atual, um projeto novo e imprevisto fosse imposto para substituir o Cristianismo. O preconceito obstinado e a resistência violenta que surgiram na mente judaica estão na proporção direta da sinceridade com que o indivíduo judeu estimava seus privilégios de longos anos. Somado a tudo isso e calculado para tornar a nova empresa divina muitas vezes mais difícil foi seu ousado anúncio de que os desprezados gentios seriam colocados em pé de igualdade com os judeus (....). Desta forma, o primeiro concílio de igrejas chegou à conclusão de que um novo propósito divino havia sido introduzido e que, quando esse propósito chegasse à sua conclusão, Deus retomaria o programa judaico e o levaria à sua consumação predita. O documento da decisão desse notável congresso se encontra em Atos 15: 13-18.

É verdade que as Escrituras dizem que Ele veio para os que eram seus, mas os dispensacionalistas compreendem este texto de forma errada, A questão é a seguinte: Deus tem uma única Igreja, é verdade que no Antigo Testamento a maioria da Igreja era judaica, mais isto não quer dizer que Deus não tenha se relacionado com gentios que se converteram, podemos citar como exemplo: A história de Jonas, Naamã.
Mas o que veremos aqui é como o dispensacionalista vê as coisas
Deus se revela em sete dispensações, a saber: 1ª) Da Inocência, que começou com a criação de Adão, e terminou com a sua expulsão do Éden; 2ª) Da Consciência, que começou com a expulsão do Jardim (consciência do bem e do mal) e terminou com o dilúvio; 3ª) Do Governo Humano, que começou com o dilúvio e terminou com a confusão das línguas; 4ª) Da Promessa, que começou com Abraão e terminou com a escravidão no Egito; 5ª) Da Lei, que começou no Sinai e terminou com a expulsão de Israel e Judá da terra de Canaã; 6ª) Da Graça, a atual, que começou com a morte de Cristo e terminará com o arrebatamento da Igreja; 7ª) Do Reino, que começará com a Segunda Vinda de Cristo e terminará com o juízo do Grande Trono Branco - é também chamada de Dispensação do Milênio. Isto é o que se ensina no meio pentecostal e arminiano de modo geral
No sistema dispensacionalista existe mais de um evangelho, o Rev. João apresenta o quadro da seguinte forma:
(1) O Evangelho do reino. São as boas novas de que Deus Se propõe a estabelecer na terra, em cumprimento ao Pacto Davídico (2 Samuel 7: 16 e refs.), um reino político, espiritual, israelítico e universal, sobre o qual o Filho de Deus, herdeiro de Davi, será Rei, e que será, por mil anos, a manifestação da justiça de Deus nos negócios humanos. Duas pregações deste Evangelho são mencionadas; uma passada, começando com o ministério de João Batista, continuando por nosso Senhor e Seus discípulos, e terminando com a rejeição judaica do Rei. A outra é ainda futura (Mateus 24:14), durante a grande tribulação, e imediatamente precedendo a vinda do Rei em glória.
(2) O Evangelho da graça de Deus. São as boas novas de que Jesus Cristo, o Rei rejeitado, morreu na cruz pelos pecados do mundo, ressuscitou dos mortos para a nossa justificação, e que, por Ele, todos os que crêem são justificados de todas as coisas. Esta forma do Evangelho é descrita de diversas maneiras.
(3) O Evangelho eterno (Apoc. 14:6). É o que deverá ser pregado aos moradores da terra no final da grande tribulação e imediatamente antes do julgamento das nações (Mat. 25. 25:31 e refs.). Não é nem o Evangelho do reino nem o da graça. Embora o seu tema seja julgamento, não salvação, significa boas novas para Israel e para aqueles que forem salvos durante a tribulação (Apoc. 7:9-14; Luc. 2:28; Sal. 96:11-13; Isa. 35: 4-10).
(4) O que Paulo chama de “meu Evangelho” (Rom. 2:16 e refs.). Este é o Evangelho da graça de Deus em seu mais pleno desenvolvimento, mas inclui a revelação do resultado desse Evangelho na chamada da igreja, suas relações, posição, privilégios e responsabilidade. É a verdade distintiva de Efésios e Colossenses, porém, interpenetra todos os escritos de Paulo.

È desse ponto de vista, que irá surgir à idéia do arrebatamento secreto e outras loucuras dispensacionalistas.
Continuaremos na próxima semana

Aliança Mosaica (parte II)

Antes de tudo devemos mostrar se a Lei é uma aliança, vejamos alguns textos: Ex 34.28; Dt 4.13; Dt 9. 9,11.
Isto é importante entendermos, a Lei é uma aliança e por ser aliança é graça, pois revela a vontade de Deus escrita, através dela o homem sabe o que agradaria a Deus ou não e conseqüentemente receberia as bênçãos caso obedecesse e as maldições caso desobedecesse. Mas, mesmo o castigo do Senhor possui um caráter disciplinador e por possui isto já demonstra o seu amor, Interessante observarmos o que Salomão disse. Ver 1 Reis 8. 22-53.
Interessante também é observarmos o texto de Deuteronômio 30. 1-5
1 E será que, te sobrevindo todas estas coisas, a bênção ou a maldição, que tenho posto diante de ti, e te recordares delas entre todas as nações, para onde te lançar o SENHOR teu Deus, 2 E te converteres ao SENHOR teu Deus, e deres ouvidos à sua voz, conforme a tudo o que eu te ordeno hoje, tu e teus filhos, com todo o teu coração, e com toda a tua alma, 3 Então o SENHOR teu Deus te fará voltar do teu cativeiro, e se compadecerá de ti, e tornará a ajuntar-te dentre todas as nações entre as quais te espalhou o SENHOR teu Deus. 4 Ainda que os teus desterrados estejam na extremidade do céu, desde ali te ajuntará o SENHOR teu Deus, e te tomará dali;
5 E o SENHOR teu Deus te trará à terra que teus pais possuíram, e a possuirás; e te fará bem, e te multiplicará mais do que a teus pais.
Aqui vemos que a Lei não é contrária a graça, a Lei é o veículo para Receber as bênçãos condicionais, mesmo que o povo de Deus venha quebrar a Lei, arrependendo-se, Deus seria propicio, se a Lei não fosse uma aliança, fosse algo que não possuísse graça nenhuma, Deus não poderia remover o castigo, pois a Lei seria sem misericórdia.
Robertsom diz algo bem interessante
(...) a aliança mosaica da lei dirige-se claramente ao homem em pecado. Esta última aliança jamais pretendeu sugerir que o homem, por obediência moral perfeita, pudesse entrar em um estado de garantida bem aventurança pactual

A Lei está tão recheada de graça, como poderíamos entender a lei cerimonial sem que víssemos como graça de Deus quando o homem pecasse? A idéia da substituição já estava contida desde antes da Lei e com a Lei isto não é eliminado. Na lei cerimonial isto fica patente.
Na Lei cerimonial existem vários tipos de oferta, eis os seus significados
1. As ofertas queimadas.
O termo que descrevia as "ofertas queimadas" é `Olah que deriva da raiz do verbo que significa "subir" ou "ascender". É uma oferta de ascensão. Isso se referia ao fato de que a oferta inteira era queimada e "ascendida a Deus".
Ela era a oferta fundamental para que os homens comparecessem à presença do Senhor. Por isso, Levítico 1.3 diz que um homem que fez essa oferta "seja aceito perante o Senhor" e o verso 4 acrescenta "para que seja aceito a favor dele, para a sua expiação".
Uma vida foi oferecida sobre o altar.
Ela devia ser completamente queimada sobre o altar. Isso significava que o dever daquele homem para com Deus não era apenas de dar parte de si a Deus, mas sim uma rendição total e plena de si e de TUDO QUE POSSUÍA.
Dependendo da situação financeira do ofertante, a oferta poderia ser um touro, um cordeiro ou um pombo.
2. As Ofertas de Manjares.
Ela não envolvia tirar uma vida. Ao invés disso, era composta de farinha, óleo e incenso.
Ela reportava-se ao tempo da criação, quando Deus disse ao homem: "Eis que vos tenho dado todas as ervas que dão semente e se acham na superfície de toda a terra e todas as árvores em que há fruto que dê semente; isso vos será para mantimento” (Gn 1.29).
Este é um quadro daquele que se tornou o nosso "Pão da Vida", que foi ungido com "Óleo" do Espírito Santo.
Mel era proibido, ao invés disso era usado incenso.
Isso é porque o mel poderia eventualmente azedar (fermento também era proibido); mas o incenso ressaltava o seu mais alto grau de fragrância depois de ter sido queimado.
Ela seria temperada com sal - indicando preservação (2.13).
3. Ofertas pacíficas.
Todos comiam uma porção da oferta pacífica (o ofertante, o Senhor, o sacerdote e até mesmo os filhos do sacerdote).
Nas ofertas queimadas e nas ofertas de manjares, o Senhor e o sacerdote tinham uma porção, mas não o ofertante.
Isso significava comunhão com Deus. Quando você toma lugar em uma mesa e come com alguém, significa que você está em paz com ele. Cristo tornou-se nossa oferta pacífica. Nele Deus e o homem encontram um alimento comum.
È notável que a oferta pacífica geralmente vinha acompanhada de uma libação de vinho - Pão e vinho formam a mesa do Senhor.
4. Ofertas pelo pecado.
As primeiras três ofertas eram apresentadas como atos de culto. Esta oferta é constituída como expiação pelo pecado.
As primeiras três ofertas eram queimadas no altar. Esta oferta era queimada na terra nua, fora do acampamento. Este é um quadro de Jesus que foi crucificado fora de Jerusalém. Por isso, foi que também Jesus, para santificar o povo, pelo seu próprio sangue, sofreu fora da porta (Hb 13.12).
5. Ofertas pela culpa.
Esta oferta é a única que não é descrita como "aroma suave", como até mesmo a oferta pelo pecado é descrita em Levítico 4.31.
Esta oferta se aproxima muito da oferta pelo pecado, mas ainda tem algumas diferenças sutis.
Enquanto os pecados que requerem uma oferta são somente mencionados em um sentido geral, há um número de ofensas específicas que requerem uma oferta pela culpa.
Uma parte da oferta pela culpa incluía uma recompensa financeira para a parte que foi prejudicada (6.5). Assim, a oferta pela culpa incluía o princípio da restituição.

Aliança Mosaica III

Vimos que a Lei é graça, pois ela é um meio pela qual a vontade de Deus se torna revelada. Ela é instrumento de benção e maldição. Mas é interessante notar que mesmo as maldições não são de caráter destrutivo e sim pedagógico, a maldição é conseqüência de desvio, e por sofrerem as maldições da lei, o povo de Deus é instigado a confessar seu pecado, e voltar ao reto caminho, sendo assim, até a própria maldição no contexto da lei visa um fim, a correção. E isto é uma atitude graciosa de Deus para com seu povo. (Lv. 26. 14-46)
Sabemos também que há leis morais, cerimoniais e civis. No total são 613 mandamentos.
Dentre eles, vamos enfatizar um pouco mais, sobre as leis que regulamentavam as cerimônias, ingestão de certos alimentos e sacrifícios. É o que se chama comumente de Leis cerimoniais.
Estas leis tinham um caráter simbólico, mas no tempo de seu uso, elas cumpriram sua missão, foram abolidas por serem sombras. (Mt 15.20; Mc. 7. 15-19; At 10. 9-16; Hb. 10. 1-14; 13. 9-10)
Muitos já perguntaram qual a razão de proibir certas coisas?
Precisamos estabelecer um princípio, aonde vamos vê a graça de Deus.
Tudo o que está relacionando com divindades estrangeiras ou com seu culto é condenado por sua impureza e excluído do culto ao Senhor.
Já vemos nesta proibição o caráter exclusivista do culto a Deus
Eichrodt dá as seguintes informações:
Por isso, país e comida estrangeiros são impuros (Am 7.17; Ez 4.13; Os 9.3), muitos animais são excluídos da lista dos que servem para alimento, porque desempenham algum papel em algum culto estrangeiro ou em ação e mágicas, assim, por exemplo, o porco, animal doméstico e sacrificial da antiga Canaã; os ratos, as serpentes e as lebres, consideradas pela magia, portadores de poderes demoníacos.

Qual a razão de tudo isto?
A razão reside na compreensão do culto, que eles deveriam ter, e isto, nos serve como principio
Eichrodt, trás a seguinte informação
O culto não é um simples fenômeno secundário, mas uma autêntica manifestação vital da religião, que pretende comprometer a totalidade da vida humana. Por ele, não somente o elemento espiritual e pessoa da vida humana, mas também o corporal se converte em agente e instrumento da atividade religiosa

Então o motivo das proibições era pedagógicos, Deus numa passagem em Jeremias diz o seguinte: Assim diz o Senhor: Não aprendais o caminho dos gentios, nem vos espanteis com os sinais dos céus, porque com eles os gentios se atemorizam Jeremias 10.2
Por que o Senhor diz isto?
Porque os povos pagãos, por terem medo adoravam os objetos dos céus, quando via alguma coisa que eles não sabiam discernir
Então, a proibição de certos alimentos, de certos rituais era preventiva para o povo de Deus.
Sobre sexo, procriação e morte, Eichrodt diz:
A estreita relação especialmente das divindades cananéias com a procriação e o nascimento, e das divindades egípcias co o culto dos mortos, pode contribuir para a rigidez de tais preceitos. As mesmas razões deveriam atuar na proibição da mutilação e da tatuagem (Dt 23.2; 14.1; Lv. 19.27; 21.5 cf. Dt 22.5)

Por tudo isto, vemos graça de Deus, em preservar seu povo da idolatria, superstição, atitudes animalescas.
O culto está ligado com o meu dia, não tem como desassociar vida comum de vida cúltica, a vida comum de Israel era dirigida pela vida cúltica, as proibições não eram só quando estivesse no culto, mas era para seu dia a dia.
Eichrodt faz o seguinte comentário
Precisamente porque, todavia, não há separação entre a vida física e a espiritual do homem, mas que se leva a sério o homem na totalidade de sua natureza psicossomática, este participa na relação na relação com Deus também como ser material. Nas ações externas do culto, a misericórdia divina é comunicada ao homem em sua forma existencial concreta, a ação sagrada se converte em sacramento.

Aliança Mosaica (Parte IV)

Qual seria o relacionamento da aliança mosaica coma as demais alianças anteriores a ela?
Será que antes da aliança mosaica existiram leis, a serem obedecidas?
Será que existe uma revelação orgânica das Escrituras?
Será que poderíamos averiguar a existência desta organicidade?
A Lei existia antes da aliança mosaica, veja o caso da aliança da criação, Deus deu três mandatos: Espiritual Gn 2. 16-17; Cultural Gn 2.15; Social Gn 2. 18-24.
Depois do pecado, Deus tratou com graça com o Ser Humano, prometendo um Salvador, mas a Lei não deixou o homem de lado, é interessante que a lei depois do pecado desempenha o papel de aio de condutor ao homem a Cristo Gl 3.24.
Mesmo com o pecado os mandatos não se tornaram inválidos, o homem deveria trabalhar, cumprindo assim, o mandato cultural, só que agora com uma maldição anexada ao mandato Gn 2.19.; No caso do social também. Ver Gn 4.1. Interessante observar que a maldição está anexada ao mandato cultural e ao social, mas a graça de Deus também está ali, no caso do mandato cultural, o homem haveria de sofrer, mas ele iria retirar da terra a sua comida, o salmista diz o seguinte: Todos esperam de Ti que lhes dês de comer a seu tempo Salmo 104.27. No caso do mandato social Eva concebe seus filhos com ajuda do Senhor Gn 4.1; 4.25
No que diz respeito ao mandato espiritual a graça reside no fato de ter Deus provido um Salvador, como também pelo fato, de Deus ainda receber culto, e desta forma se tornar favorável ao homem Gn 4.3-7.
Observe que o culto não deixou de ser praticado. Em Gn 4.26 fala que daí se começou a invocar ao Senhor, Interessante uma nota explicativa que a Bíblia de Genebra traz sobre o nome de Sete, “seu nome derivado do verbo hebraico traduzido como “apontado” expressa à fé que Eva possuía de que Deus continuaria a família da aliança, apesar da morte “
Na aliança noética, Deus estabelece o conceito da pena de morte, como graça para justiça da parte ofendida e punição para o culpado Gn 9.6. E desta forma, Ele deixa bem claro o valor da vida humana. Com Abraão, Deus estabelece diretrizes para estabelecimento da aliança, “um selo”. Que era a circuncisão, sinal da aliança.
Interessante que a obediência traz vida, benção. A não obediência, morte, maldição. O filho de Moisés, não era circuncidado, então as Escrituras nos informam que Deus iria aplicar a pena devida à desobediência da aliança abraâmica na vida de Moisés Ver Ex 4. 24-26. Olhe a continuidade das alianças, elas não se excluem uma das outras, elas se complementam, pois é uma revelação orgânica e progressiva.
Vemos então, que a lei não é algo estranho as alianças anteriores e muito menos a graça que estas elas continham. Caso fossem obedecidas, é o que se chama de caráter condicional da lei, bênçãos condicionais da aliança. Lv. 26. 3-46
Surge uma questão, Graça não e favor imerecido?
De fato o é. Será que o homem merecia graça de continuar comendo e tirando da terra o seu sustento, depois de ter pecado?
Será que o homem merecia a graça de ter e ver sua posteridade, já que ele pecou? Será que a mulher (Eva) merecia receber ajuda da parte do Senhor na concepção de seus filhos? Será que o homem pecador merece a graça de Deus de ter filhos e mais filhos? Salmo 128
Interessante é que a obediência é que traz estas bênçãos, mas a obediência também é graça de Deus, pois se Ele não conduzir ao arrependimento, o homem jamais obedecerá e se arrependerá quando pecar Rm 2.4; Fp 2.13
As nossas bênçãos espirituais estavam condicionadas à obediência de Cristo, se a temos é porque Cristo obedeceu a Lei. João 17.4; Romanos 5.19. 2 Coríntios 5.21.
Deus é quem leva o homem ao arrependimento, dando-lhe coração que ama sua lei e conseqüentemente tem as bênçãos decorrentes da lei, é o que João diz: Está escrito nos profetas: E serão todos ensinados por Deus. Portanto, todo aquele que da parte do Pai tem ouvido e aprendido, este vem a mim João 6.45.

Aliança Davídica I

A base para a aliança davidica é o texto de 2ª Samuel 7. 1-17. Nesta aliança Deus firma o trono de Davi para sempre, e diz que agirá como Pai com seus sucessores e que nunca faltará alguém da linhagem de Davi que ocupe o trono.
Esta aliança tem como aspecto último: Jesus. Jesus é o descedente que estabelece o reino de Davi para sempre. Esta aliança aponta para os ofícios de Cristo. O oficio em questão aqui é o de Rei.
Jesus é Rei, mas para ser Rei necessariamente tem que ter um reinado, Qual seria o reinado de Jesus? Quem são seus súditos?
A terra é o lugar e a Igreja seus súditos
Antes de considerarmos isto, vamos analisar a estrutura da aliança davidica
A aliança é feita entre duas pessoas: Deus e Davi
A promessa desta aliança: Estabelecimento do Reino
Condições desta aliança: A Fidelidade do Senhor (A minha misericórdia não se aparará dele. v. 15)
Castigos desta aliança: Disciplina (v.14)
Interessante observar que a “promessa” não está condicionada nesta aliança a “obediência”, é fato que a obediência traz bênçãos, e quando Davi vai passar o reino a Salomão ele o exorta à obediência. Ver 1 Reis 2. 1-4. Mas a aliança davidica está condicionada à misericórdia de Deus e à sua fidelidade. Ver os versos 13-16.
Robertson sobre isto diz o seguinte:
O primeiro filho de Davi a assentar-se em seu trono aprendeu, de maneira vívida, o significado da ação disciplinadora de Deus. Deus havia prometido a preservação perpétua da casa de Davi, em contraste com a casa de Saul. Mas também dera certeza de que “se vier a transgredir, castigá-lo-ei com varas de homens e com açoites de filhos de homens” (2 Sm 7.14). Por causa do pecado de Salomão, Deus declarou que lhe tiraria o reino e o daria ao seu servo (1 Rs 11.11) A implicação é espantosa. Algum outro, que não era da descendência de Davi, governará sobre o reino de Salomão. Entretanto, Deus não esqueceu seu compromisso sob a aliança davídica “Todavia, não tirarei o reino todo; darei uma tribo a teu filho, por amor de Davi, meu servo, e por amor de Jerusalém, que escolhi (1 Rs 11.13)

Nestes versos, Deus fala da possibilidade de transgressão (v.14). Possibilidade esta, que se concretiza com o próprio Davi. 2 Samuel 12. E posteriormente com Salomão e com todos os seus descendentes, só é olharmos a história dos descendentes de Davi
Davi, 1050- 1010 a.C. Homem segundo o coração de Deus, mas... 2 Samuel 12
Salomão970-930 a.C. Começou e reinado bem, mas... 1 Reis 11 1-13
Roboão 930-913 a.C. Desde o começo demonstrou arrogância, ver sua história1 Reis 14. 21-31
Abias 913-910 a.C. Tinha algumas atitudes corretas, conhecia a aliança ( 2 Cr. 13. 4-12), mas, pecou. Ver 1 Reis 15. 1-8
Asa 910-869 a.C. Fez o que era reto diante do Senhor. (1 Reis 15. 9-24), mas, pecou ver 2 Crônicas 16. 1-10.
Josafá 872-848 a.C. Fez o que era reto perante o Senhor, o profeta de Deus o repreende, pois ele tinha ido ajudar a Acabe. Ver 2 Crônicas 19. 1-3. E pelo fato de ter se aliado com ímpios. 2 Crônicas 20 31-37.
Jeorão 848-841 a.C. Fez o que era mau perante o Senhor, veja a fidelidade do Senhor na narrativa deste rei ( 2 Crônicas 21. 7) seus atos versos 11-20
Acazias 871 a.C. Fez o que era mau perante o Senhor. Ver 2 Crônicas 22. 1-9.
Atalia 841-835 a. C. Única mulher que reinou sobre Judá 1 Crônicas 22.12 fez o que era mau perante o Senhor, a tentou conta a aliança do Senhor ver 2 Crônicas 22.10-11
Joás 835-796 a.C. Este rei é interessante, ele é salvo da morte, (ver 2 Crônicas 22.10-12) e é empossado em virtude da aliança que é lembrada pelo sacerdote Joiada. Ver 2 Crônicas 23.3. Este fez o que era reto perante o Senhor, mas quando o sacerdote morreu... (ver 2 Crônicas 24. 17-27)
Na próxima semana continuaremos a seqüência do reis desce dentes de Davi e a fidelidade de Deus na aliança

Aliança Davidica II

Na seqüência dos reis vemos: Amazias, Azarias, Jotão, Acaz. Ezequias, Manassés, Amom, Josias, Jeocaz, Jeoaquim, Joaquim e Zedequias.
Destes reis, tivemos uns bons e outros ruins, o que se faz necessária realçar é a fidelidade do Senhor. A aliança com Davi não foi quebrada, quando um rei deste desobedecia á Lei de Deus, ele era castigado, como Deus prometeu a Davi que faria. Mas o descedente dele estava lá, de sorte, que a linhagem de Davi permaneceu, apontando pra Jesus.
Percebemos a fidelidade do Senhor, “fidelidade” é uma palavra chave na compreensão das alianças, mesmo àquela que tinha caráter condicional, como a mosaica.
Não era por que o povo foi rebelde a Deus, que Ele não tiraria seu povo do Egito e o levaria a terra prometida. Então, até na aliança mosaica, vemos o caráter da fidelidade de Deus, apesar do povo. “A não observância às estipulações mosaicas trará certamente punição, mas não trará aniquilação”. A aliança davidica também tem este fato. Vemos também este aspecto da fidelidade do Senhor na aliança abraâmica, “Deus mesmo assume a responsabilidade total no cumprimento da aliança de Abraão. Sá a teofania passa entre os pedaços (Gn15)”
A aliança ente Deus e os homens são ente duas partes desiguais, mas a relação entre Deus e Cristo é entre partes iguais, interessante que todo o desenrolar das alianças: Do Começo (Adão), Noética, Abraâmica. Mosaica, Davidica e a da Consumação. Todas elas são um desenrolar da aliança da redenção feita entre Deus e Cristo.
Então, podemos perceber o seguinte, que no sentido de bênçãos para os homens a aliança mosaica tem aspectos condicionais, só que estes aspectos, não invalidam a estrutura maior da aliança mosaica, já que ela nada mais é do que um estágio da administração da aliança da redenção.
Sendo assim, vemos que existe uma estrutura maior nas alianças, um alicerce em todas as alianças, e este alicerce é a fidelidade do Senhor, a transmissão de graça estava condicionada á obra de Cristo, e como Sua obra era de fato certa e consumada, a fidelidade do Senhor não ficaria comprometida em nenhuma das alianças, se sorte, que o homem, ou satanás, em momento algum teve o direito de invalidar a aliança de Deus com seu povo.
Robertson diz algo muito interessante sobre isto:
Mesmo nos dia presentes, a própria existência das experiências de castigo para o crente em Cristo revela o caráter temporário da situação presente. Virá o dia em que não serão mais necessárias tais correções disciplinares. Em qualquer das duas, na situação prevalecente sob a velha aliança, ou na situação prevalecente sob a nova, o resultado certo da aliança de Deus não é perturbado. A presença de ameaça de julgamento sob a condição de desobediência não implica inerentemente colapso da certeza de que Deus finalmente será bem sucedido em sua intenção pactuada de redimir um povo para si mesmo
Existem alguns textos que falam que a fidelidade do Senhor não está condicionada ao homem: Is 43. 22-44.8; Romanos 3. 1-4.
Berkhof, falando a respeito de Cristo como Oferta Substitutiva e do alcance desta oferta diz o seguinte, “os crentes veterotestamentários receberam plena justificação ou perdão, embora o seu conhecimento disto não fosse tão completo e tão claro como é na dispensação do Novo Testamento” .
A lógica é a seguinte
1- O plano da Redenção fora arquitetado na eternidade, antes de haver céus e terra Efésios 1. 4-5.
2- O plano não poderia correr risco, sua realização era certa, sendo assim, todos por quem Cristo morreu, são justificados plenamente, segue-se, que o efeito da morte de Cristo é retroativo e progressivo.
3- Como os estágios da aliança são manifestações da aliança da Redenção, a fidelidade do Senhor não está condicionada ao homem e sim a Cristo.
4- Os castigos da aliança são demonstrações de graça para com seu povo, visando correção.
Comentando, sobre a aliança mosaica e o castigo dado por Deus ao povo, Robertson diz:
Mas é inconcebível que Deus pudesse falhar em conduzir seu povo através do deserto até introduzi-lo na terra de Canaã. Seu propósito de redimir um povo para si mesmo será cumprido. A certeza de Deus realizar seus propostos é garantida, mesmo no. momento de maior apostasia. Deus pode apagar totalmente a Israel como um todo, mas levantará outra nação do israelita Moisés (ver Ex 32.10) A não observância às estipulações mosaicas trará certamente punição, mas não trará aniquilação

Aliança Davidica (parte III)
Cristo como Representante de seu povo, assumiu papeis específicos dentro de uma esfera maior do entendimento pactual, Cristo é Sacerdote, representa seu povo diante de Deus, também foi à oferta que deveria ser apresentada a Deus. É neste sentido que compreendemos que o sacerdócio levitico apontava para Cristo, as ofertas e sacrifícios representavam Cristo. Da mesma forma Moisés e a escola profética anteciparam Cristo, “O Espírito de Cristo que neles estavam” Pedro já fala isto 1 Pedro 1.11.
Da mesma forma a linhagem de Davi apontava para a linhagem real de Cristo. Aqui reside uma questão. A da identificação do Trono de Davi com o trono de Deus.
Robertson comentando o texto de 1 Crônicas 29.22, diz:
Note-se que o Cronista não se sente satisfeito em indicar que Salomão, na linhagem de Davi, atuou como “governador para o Senhor”. Esta afirmação teria sido em si mesma bastante surpreendente. Mas a afirmação vai ainda além. Salomão assenta-se “no trono de Yahweh como rei” O trono dos descendentes de Davi não era nada menos que o trono de próprio Deus

Isto é interessante, pois observamos no Salmo 2. 1-2 esta ligação. Os ímpios se voltam contra o Senhor e seu Ungido, quando olhamos para o Texto de Atos 4. 23-30 o Ungido do texto de Atos é Jesus o texto dos Salmos tem a ênfase no rei de Israel. Temos aqui uma identificação clara entre o Trono de Davi e sua identificação com Jesus. Jesus como descendente de Davi era em primeiro estágio: Servo Sofredor. O texto no verso 27-28 faz menção a isto: “ Porque verdadeiramente se ajuntaram nesta cidade contra o teu santo Servo Jesus, ao qual ungiste, Herodes e Pôncio Pilatos, com gentios e gente de Israel, 28 para fazerem tudo o que a tua mão e o teu propósito predeterminaram”.
O Segundo estágio não será mias de Servo Sofredor e sim do Rei-Guerreiro Conquistador, que apazigua e estabelece paz, Miquéias 4. 3-4 fala sobre isto: “ Ele julgará entre muitos povos e corrigirá nações poderosas e longínquas; estes converterão as suas espadas em relhas de arados e suas lanças, em podadeiras; uma nação não levantará a espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerra. 4 Mas assentar-se-á cada um debaixo da sua videira e debaixo da sua figueira, e não haverá quem os espante, porque a boca do SENHOR dos Exércitos o disse”.
Será que Israel no decorrer de sua história sofreu alguma influência de fora na formação do pensamento de realeza e casa real? Como eram as concepções de monarquias nas nações vizinhas a Israel e nos Impérios da Antiguidade?
A origem da monarquia e sua identificação com os deuses era algo bastante comum na Antiguidade, Eichrodt diz o seguinte:
Não resta dúvida de que a instituição da monarquia tem a mesma raiz que o sacerdócio e o profetismo, a saber: o oficio do chefe primitivo, dotado de poder real, que exerce funções sacerdotais, proféticas e reais.
A grande questão é: Em Israel o princípio foi o mesmo?
A identificação do povo de Deus com o seu Deus já se dava desde os tempos antigos, desde quando Deus chamou Abraão, no período dos juizes Deus levantava juizes para livrar seu povo, e mesmo no período da monarquia, não havia a idéia de que o rei era Deus e sim seu Ungido e este Ungido não estava livre para fazer tudo que desejava, ele devia obedecer a Lei da mesma forma como todos obedeciam e se não obedecesse seria castigado como todos. 2 Sm 7.14; 12. 7-15.
Percebemos que em Israel, Deus se identifica com seu Ungido (Rei). O Ungido não é Deus, era o Representante de Deus, Sendo assim, propenso a ser disciplinado por Deus se errasse. Ele também não podia usar as leis em favor próprio. Já nas monarquias antigas os reis muitas vezes usavam, Eichrodt comenta o seguinte:
O rei, por sua parte, não tem a ambição de influenciar profundamente o mundo das idéias religiosas ou do culto; o que de verdade lhe preocupa é utilizar a religião como instrumentos de governo (prescindindo de algumas exceções, como a do rei herege egícipio Aquenaton). Enquanto os demais mediadores da religião comportam-se no sentido de servir a essas intenções, o rei não tem razão alguma para não deixar-los atuar livremente em seus domínios. Somente será possível chegar ao choque quando o sacerdócio pretender usufruir do poder político, ou seja, o conflito entre rei e os demais representantes da religião não se dá no âmbito da religião, mas no da política.
Vemos aqui a diferença entre o povo de Israel e as demais nações, O rei em Israel não podia utilizar a religião como instrumento de governo, pois, ele próprio está debaixo de leis, o caso de Urias é bastante interessante aqui, se Davi fosse como outro rei qualquer da antiguidade, quem ousaria ir questioná-lo por sua atitude? Quem era Urias pra ser levado em conta? Quem ira julgar o Rei que seria deus?
Em Israel as coisas são diferentes, Deus é o Rei, o rei humano é o seu Representante, não como na concepção babilônica, pois ele (o rei) não transmite ao seu povo as forças divinas, sem as quais seria impossível viver. Colheitas e chuvas. Em Israel a idéia do representante não é esta. È a idéia de escolhido para representar idéias, planos, ordens. Que Não provém dele (rei), mas sim, de Deus. A própria cadeira real é o Trono de Deus. Vemos isto nas palavras do cronista “Comeram e beberam, naquele dia, perante o SENHOR, com grande regozijo. Pela segunda vez, fizeram rei a Salomão, filho de Davi, e o ungiram ao SENHOR por príncipe e a Zadoque, por sacerdote. 23 Salomão assentou-se no trono do SENHOR, rei, em lugar de Davi, seu pai, e prosperou; e todo o Israel lhe obedecia ”. 1 Crônicas 29. 22-23.
Esta percepção, este dever em dirigir segundo as Leis de Deus, certamente iriam causar problemas em reis ímpios. E é isto o que acontece na história de Israel e Judá.
Eichrodt faz a seguinte conclusão sobre este problema e percebe o quanto seria difícil ser rei em Israel, se o mesmo não se enquadrasse nas disposições de Deus para ele, eis o que diz:
A vontade do Deus de Israel não somente dava a seu povo ordenanças de regras gerais, mas lhe atribuía tarefas históricas determinadas e desejava ser regras gerais, mas lhe atribuía tarefas históricas determinadas e desejava ser reconhecida e interpretada a cada momento nos acontecimentos históricos. Para isso eram necessárias uma disposição e adaptação constante, com o intuito de responder a essa vontade divina e não perder as arrecadações do governo nas mãos de outros servidores da aliança. E isso não se conseguia com uma simples observância externa de formas religiosas. Nessa religião, carregada de vida e tensão internas, tudo se leva a sério, e a trama não pode se manter por muito tempo. Por isso, a pretensão religiosa da monarquia esteve constantemente pesada na balança e foi-lhe negada a todo o momento a segurança que lhe haveria dado o dogma, cultualmente arraigado, da filiação divina do rei. Fracassando no aspecto religioso, de nada podia o êxito político e perdia sua primazia dentro do Estado.

Aliança Davídica (parte IV)

Vimos a questão do surgimento da monarquia em Israel, e como se dava a relação rei e povo X Deus.
Existe uma questão que precisa ser ponderada: A Monarquia, instrumento da aliança.
Como se deu a transição do governo de juízes para a monarquia em Israel? Quais seriam as características necessárias para reconhecimento de um homem como rei em Israel?
É interessante perceber o carisma que juízes, videntes, nazireus e futuros profetas tinham diante do povo. Eichrotd faz o seguinte comentário sobre a chefia carismática dos juízes
Até a época de Samuel, a chefia carismática havia sido norma, exemplo: A forma em que surgem os chamados juízes, que move, as massas só por sua iniciativa pessoal e pela impressa fascinante que deles emana, o modo em que vão dando forma ao destino político do povo, fez com que o carisma decisivo até então no âmbito religioso, passasse a preponderar também no pano político, adaptando-se nisto toda a estrutura interna da religião de Yahweh.

Qual o motivo da desconfiança com a monarquia?
O medo que a monarquia em Israel fosse igual às monarquias vizinhas onde o oficio do chefe é dotado de poderes divinos.
Os babilônios atribuíam a si mesmo, em vida, uma dignidade e adoração divina e preferiam antes de todos. O título de sumo sacerdote, a partir da dinastia de Hamurabi, isso passa a um segundo plano para dar a precedência à idéia de soberania universal. Os reis sírios, por sua parte, preferiam ressaltar a posse de um poder militar efetivo.
Eis o motivo da desconfiança. Porque Israel queria ser igual às outras nações? 1 Samuel 8. 5? Será que o motivo não era de assemelhar-se a elas? Será que isto não isto não se constituía numa forma de revolta contra o Senhor? Creio que a reposta é sim. Pela ênfase que o narrador dá nos versos do referido capitulo: Porém esta palavra não agradou a Samuel, quando disseram: Dá-nos um rei, para que nos governe. Então, Samuel orou ao SENHOR. 7 Disse o SENHOR a Samuel: Atende à voz do povo em tudo quanto te diz, pois não te rejeitou a ti, mas a mim, para eu não reinar sobre ele. 8 Segundo todas as obras que fez desde o dia em que o tirei do Egito até hoje, pois a mim me deixou, e a outros deuses serviu, assim também o faz a ti.
O Senhor diz que o pedido fosse aceito. O mesmo que se dava com os juízes, videntes e profeta, que era o reconhecimento visível da atuação de Deus também tinha que ter agora nesse novo instrumento da aliança. O que se chama de carisma, nada mais era do que uma forma externa que o Senhor era com aquela pessoa.
Quem fosse o futuro rei em Israel também tinha que ter esta característica. E esta característica quem a dava era o Senhor.
Eichrodt fazendo um seguinte comentário sobre Saul, diz o seguinte:
Por obra do Espírito de Yahweh se converte em outro homem (ISamuel 10.6), aquele moço humilde, filho de u camponês de Gilboa, passa a ser o chefe do exército do povo, consciente de sua força e com toda a autoridade de seu mandato, que faz retroceder aos altivos amonitas em seu próprio deserto e comete a ousadia de enfrentar os poderosos dominadores estrangeiros filisteus. Não é o talento militar, nem os dons de estadistas, ou o desfrutar de um poder reconhecido dentro da política interna; nada disso. O que cria o rei é sua demonstração pessoal de que está cheio de poder divino e que, por isso, é mais capaz que os outros

A narrativa de 1 Samuel 10 17-27 nos apresenta alguns detalhes curiosos:
1- Samuel diz que o pedido de um rei constitui rejeição a Soberania de Deus
2- Saul estava escondido
3- Saul foi desprezado por alguns que estavam lá.
Em 1 Samuel 11 1-15 Saul é informado da afronta dos amonitas e o Espírito do Senhor se apossa de Saul que o leva a ação. Interessante observar que antes desta possessão do espírito do Senhor, Saul voltava do campo.
Pode se verificar nesta atitude do Senhor a sua graça para com seu povo. Mesmo Samuel identificando que a monarquia era rejeição à soberania do Senhor. Este não abandona seu povo. E desta sorte, a monarquia se torna também instrumento da aliança.

3 comentários:

Daniel Emídio disse...

Muito bom vê o blog da ipcb paulista atualizado! Principalmente com esses estudos sobre a Aliança.
Um abraço a todos os irmãos da congregação...

Rafaela Morais disse...

Que haja maior participação dos fiéis... Que tudo que aqui é postado desperte interesse e prática dos cristãos... A sã doutrina mostrada é essencial.

Daniel Correia disse...

uma bençâo esse blog obg rev. Jaziel pelo link e pelos estudos enviados por email. e agora esse blog gostei muito uma bençâo concordo com a Rafinha.