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quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Aliança da Consumação IV

O povo visível que compõe a aliança é misto, a igreja visível é formada por trigo e joio, o joio nunca produzirá frutos, o trigo por sua vez produz. Jesus proibiu que se arrancasse o joio Mt. 13. 24-30.
Por que será que o Senhor disse isto?
O problema é que não conseguimos discernir atos. Quais critérios usaríamos para discernir os atos pecaminosos do joio (iluminado) dos atos pecaminosos de crentes genuínos que são fracos e que se escandalizam com tudo?
O Senhor se encarregará de fazer tal separação.
Mas antes desta separação, será que existe um mecanismo que o Senhor usa para correção e restauração?
Sim! Existe.
Este mecanismo é o juízo, ele é instrumento de restauração da aliança.
Eichrodt sobre isto diz o seguinte:
Havendo no povo boa vontade, a fidelidade de Yahweh à aliança, seu hesed, cuidará de que, apesar das transgressões individuais, a continuidade da aliança não seja abalada. Ele mesmo procura até os meios de expiação e colabora com seus fiéis para encontrar e castigar aos culpáveis que, de outra maneira, ficariam impunes. Por isso, a expectativa de seu castigo é viva, mas se refere sempre a castigos divinos isolados, que não têm por finalidade um juízo aniquilador, que dissolva a aliança, mas ao contrário, tendem a manter precisamente a relação de aliança eliminando as realidades que a estorvam

As Escrituras apresentam os seguintes textos sobre isto: Js 7; 1 Sm 14.36-49; 2 Sm 21. 1-14
A intervenção de Iahweh em favor de seu povo é algo perceptível, Israel sabia disto, o tempo em que sentia bem de perto a presença poderosa de Yahweh era no dia da batalha. O povo da aliança sentia bem de perto a presença e atuação de Deus em seu favor. Havia uma identificação muito forte do relacionamento de Deus com seu povo, o próprio fato de arca está no meio do povo, sair com o povo para a guerra, é sinal que Deus está presente no meio do povo e com seu povo.
Eichrodt comenta o seguinte “Por isso, a idéia de guerra santa é coisa preferida de épocas em que sentiu um laço especialmente estreito com o Deus soberano e experimentou-se sua presença salvadora” .
É importante entendermos a questão da disciplina na aliança. Quando o povo quebrava os preceitos da aliança experimentava o afastamento de Deus e isto se tornava evidente para eles através das derrotas, e isto era muito doloroso, pois a atuação de Deus para o povo não era algo abstrato e sim experimental. O povo sabia que Deus era Salvador, pois sua história atestava isto, não experimentar a salvação de Deus era algo horrível. Este afastamento não se dá somente no contexto nacional, mas também individual. É aqui que a disciplina no contexto que vivemos torna-se nossa conhecida. Como o Senhor corrige seu povo hoje em dia?
Por não estarmos mais em uma teocracia, o castigo não virá em tom de derrotas militares, o castigo virá em caráter eclesiástico ou pessoal. No que diz respeito ao eclesiástico, poderíamos perceber que todo vez que Senhor corrige seu povo, existe uma relação com a operação do erro, onde o falso ensino e os falsos mestres proliferam na igreja. No que diz respeito ao caráter individual, a disciplina repousa sobre o individuo tornando-se visível por suas ações mal sucedidas, tribulações, angustias. Sl. 32. 3-4; 39.11; 102. 3-10.
Eichrodt diz algo interessante sobre esta questão da finalidade do juízo de Deus
Por conseguinte, as intervenções de Yahweh como Juiz, deveríamos atribuir, o caráter exclusivo de atos transitórios e condicionados por situações passageiras, incapazes de pôr em perigo o destino eterno do povo de Deus. Não havia espaço para uma expectativa de um desastre de tipo escatológico

A situação do juízo é irreversível? Não!
A esperança é que o pecado seja confessado e Deus sendo o Deus da aliança irá reverter à situação. Essa era a esperança de Israel em momentos de crise, essa deve ser a esperança da Igreja que passa por momentos difíceis, essa deve ser a esperança de quem está debaixo da disciplina do Senhor.

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