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quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Senciência Animal e os filhos de Deus

Por definição seciência é a capacidade de sofrer, sentir prazer ou felicidade. Por causa desta conceituação a partir de 1997 percebeu-se que o conceito da saciência deveria ser aplicado aos animais.
Quando olhamos as Escrituras veterotestamentária vemos esta preocupação patente no Texto Sagrado.
Quando olhamos as Escrituras Sagradas temos diretrizes que nos põem na obrigação de cuidarmos da criação do Nosso Deus. Quando o Senhor Deus criou todas as coisas deu ao homem a seguinte ordem: Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra. Gênesis 1.26
No texto temos uma comparação: o “modus operandi” do domínio do homem deveria ser como o de Deus. É lógico que não em extensão e nem poder. Todavia, Deus deu ao homem esta possibilidade de dominar. Isto numa perspectiva pactual corresponde ao conceito da vice gerência.
Observe que no primeiro momento deste domínio não estava incluso a utilização da carne animal para consumo: Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. 28 E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra. 29 E disse Deus ainda: Eis que vos tenho dado todas as ervas que dão semente e se acham na superfície de toda a terra e todas as árvores em que há fruto que dê semente; isso vos será para mantimento. Gênesis 1. 27-29.
Vindo a ser permitida só na aliança noetica ou noatica: Tudo o que se move e vive ser-vos-á para alimento; como vos dei a erva verde, tudo vos dou agora. 4 Carne, porém, com sua vida, isto é, com seu sangue, não comereis. Gênesis 9. 3-4.
A pergunta que devemos responder é esta: Por que devemos cuidar dos animais?
A Escritura nos revela que é nossa obrigação pactual.
Será que as Escrituras veterotestamentaria estabelecem algum padrão de conduta que os tementes a Deus devem ter com seus animais?
Nos 10 mandamentos especificamente o quarto temos a proibição que no dia descanso o animal trabalhasse: Lembra-te do dia de sábado, para o santificar. 9 Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra. 10 Mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR, teu Deus; não farás nenhum trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o forasteiro das tuas portas para dentro; 11 porque, em seis dias, fez o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia, descansou; por isso, o SENHOR abençoou o dia de sábado e o santificou. Êxodo 20. 8-11.
Observe que o motivo para seu descanso é o mesmo que se baseia o descanso do homem: o fato do Senhor ter descansado. Entretanto, sabemos que o Senhor não se cansa, isto Ele fez para que servisse de exemplo para o homem e seus animais. Percebemos então que o Senhor não trata os animais como coisas e sim como seres vivos que precisam de descanso.
A sabedoria judaica atinava para a vida de seus animais, vejam o que a Escritura diz a respeito de Salomão: Discorreu sobre todas as plantas, desde o cedro que está no Líbano até ao hissopo que brota do muro; também falou dos animais e das aves, dos répteis e dos peixes. I Reis 4.33.
Nos Salmos temos a preocupação do Senhor para com sua criação: Tu fazes rebentar fontes no vale, cujas águas correm entre os montes; 11 dão de beber a todos os animais do campo; os jumentos selvagens matam a sua sede. 12 Junto delas têm as aves do céu o seu pouso e, por entre a ramagem, desferem o seu canto. 13 Do alto de tua morada, regas os montes; a terra farta-se do fruto de tuas obras. 14 Fazes crescer a relva para os animais e as plantas, para o serviço do homem, de sorte que da terra tire o seu pão... Salmo 104. 10-14 e nos versos 21 e 22 do mesmo capítulo o Texto Sagrado nos traz as seguintes informações: Os leõezinhos rugem pela presa e buscam de Deus o sustento; 22 em vindo o sol, eles se recolhem e se acomodam nos seus covis.
No Livro de Provérbios que reflete a literatura sapiencial de Israel nos é dito o seguinte: O justo atenta para a vida dos seus animais, mas o coração dos perversos é cruel. Provérbios 12.10. Ora, nada mais lógico, somos os vice gerentes de Deus, fomos encarregados de cuidarmos da terra, de administrá-la. Atentar para a vida dos animais pressupõe cuidado. E isto se deve ao fato dos animais não serem coisas. Lembremos que as Escrituras dizem que eles possuem alma: Porque o que sucede aos filhos dos homens sucede aos animais; o mesmo lhes sucede: como morre um, assim morre o outro, todos têm o mesmo fôlego de vida, e nenhuma vantagem tem o homem sobre os animais; porque tudo é vaidade. Eclesiastes 3.19. Ora, não é por causa do fôlego de vida que reside em nós que temos capacidade de sentirmos: prazer, felicidade e dor? Se nosso fôlego de vida for tirado, será que teríamos capacidade de sentirmos estas coisas? È lógico que não! Então o mesmo raciocínio serve para os animais.
E só pra corroborar isto veja o que as Escrituras dizem: A ardente expectativa da criação aguarda a revelação dos filhos de Deus. 20 Pois a criação está sujeita à vaidade, não voluntariamente, mas por causa daquele que a sujeitou, 21 na esperança de que a própria criação será redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. 22 Porque sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias até agora. 23 E não somente ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos, a redenção do nosso corpo. Romanos 8. 19-23.
Se aceitamos as Escrituras por Palavra de Deus e autoritativa em nossas vidas, não pode haver entre nós que maltrate animais. Pois isto é de forma clara conduta ímpia e contraria àquilo que Deus requer de nós.

Rev. Jaziel C. Cunha
Igreja Presbiteriana Conservadora do Brasil
Congregações de Arthur Lundgren I, Pau Amarelo (ambas em Paulista) e em Prazeres (Jaboatão)