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sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Educação

Não há nada neste mundo que não esteja apoiada em uma cosmovisão, todo o discurso pós-moderno está ancorado em cima de um pensamento liberal, que por ser liberal não é exatamente nem bom nem ruim, depende muito do ângulo de quem avalia, dizem alguns.
Será que não podemos avaliar os resultados de uma cosmovisão?
Creio que sim!
Partindo então deste pressuposto, qualquer cosmovisão pode ser avaliada. Perguntamos: A cosmovisão por trás da educação tem dado resultados?
Antes precisamos definir qual a cosmovisão que está por trás da educação, Solano Portela em um de seus artigos diz o seguinte:
É necessário que procuremos conhecer a filosofia que vem sendo crescentemente aplicada há mais de três décadas em quase todas as escolas e que tem servido de base para a formação de gerações de professores dos nossos filhos. É necessário que venhamos a aferi-la por um padrão maior de julgamento. É imprescindível que consideremos a questão educacional no seu contexto moral e, portanto, não como uma atividade autônoma do esforço humano, mas como sujeita às determinações e diretrizes que o Criador de todas as pessoas colocou em sua Palavra, para nossa orientação. Se procurarmos a filosofia predominante em nossas escolas e na formação pedagógica das últimas décadas, esbarraremos no construtivismo, que considera o conhecimento como sendo resultado das interações da pessoa com o ambiente onde vive. Nesse conceito, todo conhecimento é uma construção que vai sendo gradativamente formada desde a infância, no relacionamento com os objetos físicos ou culturais com os quais as crianças travam contato. De uma forma simplificada, podemos dizer que o construtivismo postula que o conhecimento é algo que cresce subjetiva e individualmente, como um cristal em uma solução salina. Nesse sentido, não é algo que deva ser transmitido ou dado pelo professor. O mestre é apenas um agente facilitador nesse processo de crescimento. De acordo com o construtivismo, o direcionamento dos professores (e, por inferência, dos pais e de todos os envolvidos no processo educativo da criança) pode ser algo prejudicial e não benéfico ao estudante, principalmente se eles não compreenderem os estágios de assimilação cognitiva das crianças e procurarem agir como agentes transmissores de suas próprias realidades.[1]
O mundo ocidental foi construído em cima de uma cosmovisão judaica cristã, e nesta cosmovisão a idéia do construtivismo é estranha. A idéia de moldar o pensamento da criança está presente. A cosmovisão judaica cristã entende que a criança não é uma tabula rasa, ela já nasce com tendências contrárias ao que a cosmovisão judaica cristã chama de “Vontade de Deus”, sendo assim, esta criança precisa ser educada em cima dos pressupostos revelados, nas Sagradas Escrituras, (Bíblia).
A questão que poderíamos discutir é se esta concepção judaica cristã seria valida ou não, se olharmos a história podemos verificar se é ou não. Antes de alguém conjecturar e lembrar todos os pecados do cristianismo, é bom lembrar que não estamos julgando homens e sim cosmovisões, creio que quando uma sociedade implanta os pressupostos de uma cosmovisão judaica cristã, a sociedade lucra com tal proposta. Vemos isto na origem das universidades e do conceito de educação para todos, Kennedy em seu livro diz o seguinte:
O cristianismo promoveu o conceito de educação para todos. Além disso, a universidade também tem suas raízes na fé cristã. As maiores universidades do mundo foram fundadas por cristãos com propósitos cristãos. Enquanto hoje muitas delas são hostis a fé cristã, o fato é que foi com suor e o sacrifício de cristãos que Orford, Cambridge, Yale, Princeton e outras foram criadas[2]

Solano em seu artigo expõem algumas preposição bíblicas anti-construtivistas:
1. O conhecimento não é fruto de um agente “facilitador”, mas de um agente “transmissor.” Por exemplo, no Salmo 39.4 lemos: “Dá-me a conhecer, Senhor, o meu fim...” Se redefinirmos “conhecer” para significar “construir compreensão,” as expressões que identificam conhecimento com transmissão de saber (e respectiva compreensão subseqüente) fica sem sentido, como vemos em Mateus 13.11: “... a vós outros é dado conhecer os mistérios...”
2. Conhecimento (apreensão dos fatos) e entendimento (correlação adequada dos fatos) não são conceitos subjetivos, mutáveis, mas objetivos, representando algo que se pede a Deus (1 Rs 3.11: “... mas pediste entendimento para discernires”; At 15.18: “...diz o Senhor que faz estas cousas conhecidas desde séculos”). É tão objetivo que é comparado a um tesouro (Pv 10.14; Cl 2.3). Em 1 Jo 2.4 temos o conhecimento considerado como algo bastante objetivo e que é objetivamente retratado, contrastado com a mentira e comprovado por ações compatíveis com a revelação objetiva de Deus – seus mandamentos: “Aquele que diz: Eu o conheço, e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso e nele não está a verdade.”
3. Mesmo considerando a finitude, imperfeição e pecado das pessoas, o conhecimento verdadeiro é uma possibilidade bíblica para o ser humano (Jo 8.32 – “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”). As limitações do homem se apresentam na sua impossibilidade de conhecer exaustivamente, ou seja, de esgotar o conhecimento. Isso não significa que aquilo que lhe é dado conhecer (e, na esfera espiritual, o conhecimento verdadeiro é possibilitado pelo Espírito Santo), ele não o conheça vorazmente. Esse é o ensinamento de Paulo, quando fala concretamente sobre o conhecimento do amor de Cristo em Ef 3.18-19. Primeiro ele indica que as suas instruções estão sendo dadas para que tenhamos um conhecimento comum “com todos os santos” da dimensão desse amor; em termos bem concretos – largura, comprimento, altura, profundidade. Portanto, o conhecimento que temos condição de ter é verdadeiro e concreto. Por outro lado, em segundo lugar, ele nos indica que esse mesmo “amor de Cristo... excede todo o entendimento,”, ou seja, não temos condição de esgotar o seu pleno conhecimento. Isso não muda o fato de que o que dele sabemos é verdadeiro. Os ensinamentos de Paulo sobre Cristo não são subjetivamente construídos em nossas mentes, mas são ministrados. Os fatos e as doutrinas nos são transmitidas para que conheçamos a altura, a profundidade e a largura do seu amor. [3]

Solano, na parte final de seu artigo diz o seguinte:
Com a nossa crítica ao construtivismo, não estamos defendendo métodos arcaicos e desinteressantes de ensino e aprendizado; devemos sempre aplicar as mais modernas técnicas educacionais possíveis e o maior esmero no ensino criativo. Os bons professores deixarão a criança “descobrir” aquilo que necessita ser transmitido. Não estamos dizendo que o conhecimento prévio não serve de base e alicerce para novos entendimentos e para uma compreensão mais ampla da realidade – sabemos que o entendimento se “constrói,” nesse sentido. Mas não precisamos abraçar novos rótulos e muito menos novas filosofias para expressar o que sempre foi reconhecido como boa prática pedagógica. Com muito mais veemência, não podemos abraçar uma construção filosófica que faz violência ao conceito judaico-cristão do que é o ser humano, como se o construtivismo fosse apenas mais uma metodologia neutra, esterilizada e inocente, aplicável em qualquer situação e contexto acadêmico, sem confrontá-la com a Palavra de Deus. [4]
Quando comparamos a educação que é enfatizada nos nossos dias, aos pés da revelação de Deus, é uma educação que parti de pressupostos estranho à ética judaica cristã, que querendo ou não, é o alicerce do mundo ocidental, percebemos algumas coisas como:
1- Ausência do conceito de pecado e do dever de obediência ao Criador.
2- Sem este conceito, o valor de certo e errado, desaparece, tornando uma questão de pressupostos pessoais.
3- Sem o conceito de prestação de contas ao Criador, que valor terá o “não fazer o errado” por medo de um Justo Juiz?
4- Sem este conceito do Justo Juiz, não há nada o que temer, pois o homem é o seu próprio deus.
Percebemos ai, a razão por que as coisas estão do jeito que estão.

Jaziel C. Cunha
Congregação Presbiteriana Conservadora em Paulista (grande Recife)
[1] http://www.solanoportela.net/artigos/jean_piaget.htm acesso em: 27 outubro de 2008
[2] KENNEDY James D. E se Jesus não tivesse nascido? São Paulo SP: VIDA, 1994. p. 63
[3] http://www.solanoportela.net/artigos/jean_piaget.htm acesso em: 27 outubro de 2008
[4] Id.Ibid

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Evangelismo

Quem aqui nunca ouviu esta palavra?
Esta é a nossa função, o Senhor mandou que pregassemos o evangelho, “Como, porém, invocarão aquele em que não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão se não há quem pregue?” Romanos 10.14
Vemos aqui neste texto das Sagradas Escrituras, algumas coisas interessantes:
1- Como se pode invocar, quando não há crença?
2- Como se pode crer, se não ouviram nada a respeito desta pretensa crença
3- E como vão crer se não tem ninguém para levar as boas novas?
Sobre o primeiro tópico isto é uma questão obvia em qualquer assunto, eu só posso tomar uma postura quando eu pelo menos sei que ela existe como as pessoas podem invocar o nome do Senhor Jesus sem crer Nele?
No segundo tópico dizemos que não se pode exigir crença a respeito de algo que as pessoas estão totalmente desinformadas.
O terceiro tópico é a trágica conclusão da inoperância, como vão exercer fé se não tem quem pregue.
Se aqueles que foram expulsos de suas casas por causa da primeira perseguição da Igreja, tivesse ficado com medo, não tivessem pregado o evangelho, o que seria deles. Digo deles, por que o decreto do Senhor não seria invalidado por homem nenhum, Deus tem seus eleitos e o Senhor certamente irá trazer. Eles não temeram. Sabia o que deviam fazer, eles pregaram! veja Atos. 8. 1-4
Irmãos, uma coisa é certa, o Senhor tem seus eleitos, o meio ordinária para a salvação é a pregação do evangelho, a Confissão de Fé de Westminster no seu cap. X Seção I diz o seguinte: I.
Todos aqueles que Deus predestinou para a vida, e só esses, é ele servido, no tempo por ele determinado e aceito, chamar eficazmente pela sua palavra e pelo seu Espírito, tirando-os por Jesus Cristo daquele estado de pecado e morte em que estão por natureza, e transpondo-os para a graça e salvação. Isto ele o faz, iluminando os seus entendimentos espiritualmente a fim de compreenderem as coisas de Deus para a salvação, tirando-lhes os seus corações de pedra e dando lhes corações de carne, renovando as suas vontades e determinando-as pela sua onipotência para aquilo que é bom e atraindo-os eficazmente a Jesus Cristo, mas de maneira que eles vêm mui livremente, sendo para isso dispostos pela sua graça.
Deus chama pela sua Palavra, isto é o suficiente para que cada um de nós venha rever o pecado da negligência de não pregarmos o evangelho do Senhor.
Como posso apresentar o evangelho?
O que devo dizer ao pecador?
Creio que um bom seguimento para o evangelismo é seguir a seqüência que o próprio Espírito tem o Espírito na sua atuação de convencer[1] os seguintes passos.
1- Convencer o mundo do pecado
2- Convencer o mundo da justiça
3- Convencer o mundo do juízo
Como devo apresentar o evangelho de Cristo?
Comece pela Lei de Deus, comece apresentando ao pecador que Deus quando o criou, colocou-o debaixo de uma lei, e foi justamente a quebra desta lei que trouxe maldição tanta para a terra quanto para ele Gênesis 3. 11-19. Fale que depois da queda o homem ficou condenado à morte, fale que pecado é a transgressão da Lei de Deus 1 João 3.4 E sendo assim, ele é escravo do pecado, pois Jesus falou: Em verdade em verdade vos digo: Todo o que comete pecado é escravo do pecado João 8.34.
Depois de falar da Santa Lei de Deus, fale que Deus é justo e como justiça de Deus o que o homem merece é o inferno, que ele está perdido, sem Deus, não tem advogado, a justiça pesa-lhe sobre a cabeça, que ele está debaixo da Lei de Deus, e Paulo fala que não há vantagem nenhuma, pois tantos judeus como gregos estão debaixo do pecado. Leia Romanos 10.9-18
Fale também que haverá um juízo pra ele, haverá um ultimo dia onde o Senhor irá abrir livros no trono branco e irá ler todas as suas acusações que pesam sobre ele e irá julgá-lo pela quebra de sua lei Apocalipse 20. 11-15. Fale que seu destino será ser lançado para dentro do lago de fogo.
O Senhor chama os seus, Ele mesmo disse que tem muitas ovelhas que não estavam ainda no aprisco João 10. 16-18. Fale que o Senhor tem um povo escolhido antes da fundação do mundo, Fale que o Senhor está chamando este povo para seu aprisco.
Se ele for uma dessas ovelhas, o Espírito chamará. Ele guiará as ovelhas do Senhor a toda a verdade, no nosso caso, a verdade para o pecador, é a condução do Espírito a professar fé em Jesus. É confessar com a boca Jesus como Senhor e crer no coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos... Romanos 10.9 fazendo isto ele será salvo.
O Espírito é quem chama eficazmente. “Mas a todos quanto o receberam deu-lhes o poder de serem feito filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus” João 1. 12-13

Jaziel C. Cunha
Ig. Presbiteriana Conservadora em Paulista (Grande Recife- PE)

[1] O verbo evle,gxei foi traduzido por convencer. Mas a ideia no grego é de desmascarar, interrogar para acusar, indiciar. Então o Espírito no ultimo dia irá fazer isto com o mundo.

Qual a função de um Verdadeiro Profeta?

Em Ezequiel 13.5 lemos: Não subistes às brechas, nem fizestes muros para a Casa de Israel, para que ela permaneça firme na peleja no Dia do Senhor.
O livro de Ezequiel está estruturado da seguinte forma:
1- Anuncio do castigo de Jerusalém caps. 1-24
2- Das nações estrangeiras caps. 25-32
3- As promessas de restauração e misericórdia no futuro caps. 33-48
Sendo assim o nosso verso está contido na seção que fala do castigo para Jerusalém, quando Ezequiel escreveu isto, ele estava no cativeiro, quando Nabucodonosor capturou Jerusalém em 597 AC levou consigo o rei Joaquim, a família real e os principais cidadãos e artesãos, Ezequiel fazia parte desse primeiro grupo de deportados 2 reis 24.14
Nesta época Jeremias profetizava em Jerusalém e Ezequiel, Daniel por esta altura já estava também na Babilônia, sendo assim temos no mínimo três profetas no mesmo período de tempo.
Ezequiel profetiza contra os falsos profetas, os falsos profetas sempre tem sido um problema na Igreja do Senhor, tanto agora quanto no Antigo Testamento. Jeremias caracteriza a falsa profecia como: pregar rebelião contra o Senhor. Jeremias 28.16
Os falsos profetas têm características em comum:
1- Pregam o que o povo gosta de ouvir. Jeremias 28. 2-4
2- Na hora necessária fogem, não fica na brecha Ezequiel 13.5
O texto de Ezequiel 13.5, fala de uma tarefa que todo profeta, tem que ter: A do intercessor do povo, o profeta também é o homem que traz a mensagem da parte de Deus para o povo, como Deus poderia livrar Jerusalém Hananias? Se Jerusalém havia abandonado o Senhor Deus? Jeremias 2. 13
Então a profecia de Hananias era falsa. E é interessante que é em cima de uma continuidade da mensagem profética que Jeremias argumenta, ele diz: Os profetas que houve antes de mim e antes de ti, desde o a antiguidade, profetizaram guerra, mal e peste contra muitas terras e grandes reinos. O profeta que profetizar paz, só ao cumprir-se a sua palavra, será conhecido como profeta, de fato, enviado pelo Senhor Jeremias 28. 8-9.
Como poderia haver paz? Se a conduta tanto de Israel que tinha sido já destruída algum tempo atrás e Judá que tinha por capital Jerusalém eram a mesma? Jeremias 3. 6-13
Por se na brecha é ter coragem de anunciar o desígnio de Deus, é ter coragem de identificar-se com o povo. Quando Deus quis destruir o povo por causa da idolatria no caso do bezerro de ouro lá no deserto, Moisés intercede a Deus em cima da aliança, Moisés fala de Abraão, de Isaque e de Israel (Jacó), fala da promessa que o Senhor tinha lhes falado ver Êxodo 32.13. Aqui reside a grande importância do papel do profeta, daquele que está na brecha, daquele que quando o povo cai, ele vai ao Senhor e ora baseada na aliança, aqui reside à importância de se fazer parte da aliança.
Quem seria os profetas hoje em dia? Sabemos que não existem mais profetas como no período quando O Senhor Deus revelava Sua Palavra desta forma. Deus hoje só fala através de Seu Filho ver Hebreus 1.2
Os pastores tem a função dos profetas, pois a função dos profetas muito mais do que predizer as coisas, consistia em chamar o povo ao arrependimento, os pastores precisam fazer isto de novo. Os pregadores também têm hoje em dia uma função que na Igreja do Antigo Testamento era peculiar dos sacerdotes: O ensino.
O texto de Malaquias 2.7 diz: Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, e de sua boca devem os homens procurar a instrução, porque ele é mensageiro do Senhor dos exércitos. Veja também Tito 1.9 e compare!
Sendo assim a função de um pastor não é entreter ninguém, não é fazer programações para que os jovens não saiam da Igreja, se o jovem for regenerado, ele ficará, pois têm prazer na Lei do Senhor. Igreja não é lugar de diversão, não é lugar de fazer o que se pensa, do “achismo”, é lugar de obedecer à vontade revelada de Deus nas Sagradas Escrituras, é lugar de se aprender como Deus gosta de ser servido, pois é esta a idéia de liturgia: Homens trabalhando. Trabalhando não de qualquer jeito ou do jeito que a moda ditar. Mas do jeito que Deus quer ser servido.
Em todas estas coisas o verdadeiro profeta (pastor nos nossos dias) fica na brecha, quando o povo erra, intercede a Deus pelo povo, se preocupa com em ensinar a aliança ao povo, sabe que da sua boca os homens devem acha conhecimento, vela pelo povo de Deus.
È assim que um verdadeiro pastor faz!

Jaziel C. Cunha
Ig Presbiteriana Conservadora em Paulista (Grande Recife – PE )

O Ímpio e a Casa de Deus

O ímpio pode se sentir bem na casa de Deus?
Porque o ímpio estar indo à Casa de Deus?
O que ele procura?
Estar arrependido de seus pecados e buscar desesperadamente o Salvador?
Pois, se não for isto, qual é a razão de estar na Casa de Deus?
O texto dos Salmos no seu primeiro capitulo verso 5 já prenuncia uma realidade que mesma futura, já fala da atitude de separação que existe entre o ímpio e a Casa de Deus. “Por isso, os perversos não prevalecerão no juízo, nem os pecadores, na congregação dos justos.”
Hoje em dia, existem diversos atrativos para que o ímpio freqüente a igreja, como se a igreja fosse um local por natureza agradável a ímpio. A igreja verdadeira do Senhor sabe que a Casa de Deus é o local onde Deus é adorado, invocado, e sua Palavra lida e exposta, Quem pode se alegra em subir a Casa do Senhor se não os seus servos? Salmos 122.1 Quem tem esta atitude de se alegrar? O ímpio?
O ímpio se tiver de subir a Casa de Deus que suba com o coração quebrantado, arrependido por sua situação miserável diante de Deus, por perceber que merece a ira de Deus, por percebe que Deus pode se vingar dele a qualquer momento, por causa de suas transgressões, por perceber que como criatura de Deus era para estar louvando a Deus, mas ao invés disto o seu prazer não estar na Casa do Senhor, mas estar no mundo, na casa de da devassidão, servindo Satanás através de bacanais, bebedeiras, por isso, Deus o punirá.
O Senhor diz: Todo ser que respira louve ao Senhor. Aleluia Salmo 150.6
Por que você está na igreja? Se seu coração não for regenerado? Se você não nasceu de novo? Deus não aceitará seu culto. Ele só recebe culto de quem nasceu de novo e sendo um culto prestado de acordo com que Ele quer.
Por isso, se você subir a Casa de Deus, atrás de curas, riquezas, arrumar emprego, casamento, veio ao lugar errado. A minha casa será chamada Casa de Oração. Lucas 19.46
Por isso, idéias como: Culto do amigo, Encontro de jovens, casais... Que visam criar um ambiente para que o ímpio se sinta confortável e venha novamente, se comova com as bajulações. Esta pratica é condenável e abominável. É errada. A Casa de Deus é lugar de misericórdia para quem procura misericórdia. O ímpio só pedirá misericórdia quando Deus resplandecer para sua mente a sua condição de miserável, indigno, merecedor de sua ira. Se o Senhor não revelar a sua condição, jamais ele virá a Deus, jamais Deus receberá seu culto, e Deus não recebendo, não se agradando, O que o ímpio faz na Casa de Deus?
Ele não é edificado. Por não entender a Palavra do Senhor, Por que é homem natural, ou seja, ímpio. O Senhor tem um povo, o Senhor já escolheu este povo, o seu numero é certo, não aumenta nem diminui. Existem pessoas que são povo de Deus que estão fora da Casa do Senhor, elas virão. Mas virão pela pregação da palavra, virão por perceberem que seus pecados as afastam de seu Pastor (Jesus Cristo).
A exposição do evangelho, sem mentiras, sem arrumadinhos, sem bajulações, este evangelho salvará o pecador, este evangelho chamará as ovelhas do Senhor que estão fora do aprisco, este evangelho é que gerará novo nascimento, garantirá que seus pecados foram perdoados, o evangelho que mostrou a situação miserável delas e mostrou também o grande amor de Deus, em mandar Jesus morrer por este povo.
A Igreja precisa pregar, precisa anunciar o evangelho, para que as ovelhas que estão fora do aprisco venham e não arrumar jeito de atrair ímpios com programações para fazer o ímpio se sentir bem no lugar onde ele não é bem recebido pelo Dono: Deus

Jaziel C. Cunha
Ig. Presbiteriana Conservadora em Paulista (Grande Recife)

A Relação que há na Santíssima Trindade (Pericorese) e a Igreja

Qual é a relação que existe na Santíssima Trindade? Se não o amor.
A Idéia da pericorese vem de uma brincadeira de roda, João Damasceno, Pai da Igreja, foi quem percebeu numa brincadeira de roda de crianças, o melhor exemplo para o relacionamento que existe na Santíssima Trindade.
A brincadeira consistia em uma ficar no meio e as outras na roda, enquanto a roda rodava, uma ficava imóvel no meio, em certo momento a que estava no meio vinha para a roda e alguma da roda vinha para o meio.
João Damasceno viu nesta brincadeira, um bom exemplo para descrever a relação que há na Santíssima Trindade, enquanto Uma está em evidência as Outras estão ao redor, de sorte que a Obra feita por Uma Pessoa é da Santíssima Trindade por completo. Vemos isto, claramente nas doutrinas reveladas das Sagradas Escrituras, na criação, na redenção de todas as coisas...
Isto já nos diz muito a respeito de Deus, na Divindade não existe o egoísmo, não existe “o não reparti”. Cada Pessoa da Santíssima Trindade está em interação com a Outra. A Primeira é Pai, por causa de sua função, a Segunda é Filho por causa de sua função a Terceira comumente chamada de Espírito Santo é também chamada de Doador da Vida. Estas funções é o que em Teologia se chama Distinção Formal. É através da distinção formal que não confundimos as Pessoas. Ou seja, sabemos que a Primeira Pessoa é Pai e não filho e não Espírito Santo. O mesmo raciocínio serve para as demais Pessoas.
A Santíssima Trindade que não precisava criar nada para ser completa, pois as Pessoas já eram completas Umas nas Outras, mas resolveram criar a humanidade a sua imagem e semelhança, por um ato de amor e graça.
Deus entra em relação com este homem, este homem é chamado para viver o amor que existe na relação intra Trinitariana de Deus, mas o homem peca, e este pecado, que em si nada mais é, do que o uso equivocado da liberdade, que Deus deu ao homem, torna-o escravo e inimigo de Deus.
A Santíssima Trindade por amar ao homem, vem morar entre nós na Pessoa do Filho, vimos sua glória. Aqueles que Deus elegeu, Ele (Jesus) os atraiu a Si. E é por estes que morreu, e seu desejo é: A fim de que todos sejam um; e como és tu, o Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste João 17.21.
A comunidade dos santos, só existe por causa deste ato de amor, sendo assim, não faz sentido, aqueles que dizem que fazem parte desta comunidade, não refletir o amor intra Trinitário, esta comunidade é habitada pelo Espírito Santo, o Doador da Vida, esta comunidade mais que tudo tem que refletir o amor que há em Cristo. Quando Ele olhava para as almas que não tinha pastor sentia compaixão por elas. Entre os santos não deve existir egoísmo, a relação cristã não é mercantilista, a Igreja, como comunidade é chamada para testemunhar (Atos1. 8). Precisa compreender o seu ministério. Durante a História, a Igreja tem prestado um desserviço ao testemunho de seu Deus.
Uma destas formas mais vergonhosas, manifesta-se quando a igreja se coloca ao lado do opressor. Qual o caráter de Deus? Injusto, Opressor? Aquele que tem por prazer tomar dos pobres?
Não é isto que nos fala os profetas menores.
Ouvi esta palavra, vacas de Basã, que estais no monte de Samaria, oprimis os pobres, esmagais os necessitados... Amós 4.1
Ai daqueles que, no seu leito, imaginam a iniqüidade e maquinam o mal! AÀ luz da alva, o praticam, porque o poder está em suas mãos. Se cobiçam campos, os arrebatam; se casas as tomam; assim, fazem violência a um homem e à sua casa, a uma pessoa e à sua herança Miquéias 2. 1-2.
Estas palavras não foram dirigidas a ímpios, e sim ao Povo de Deus, a Igreja de Deus no Antigo Testamento. Será que a Igreja de hoje, eu e você estamos nos comportando de forma diferente? Quando a igreja não exerce seu papel profético em denunciar as injustiças, em não defender o pobre, a viúva o órfão. Quando ela se cala, será que ela está testemunhando o caráter de seu Deus? Claro que não! Antes, ela presta um grande desserviço ao Reino de Deus, esquecemos que nosso tesouro não é aqui e sim no Reino que está por vir, o Reino que já está dentro de nós.
A Igreja necessariamente deve tomar partido de quem precisa de defesa, este é seu testemunho para o mundo, testemunho dos aspectos do Reino de Deus, o Reino de Deus não é opressor, sendo assim, a Igreja não deve estar ao lado de quem promove opressão. A Igreja precisa combater também os que destroem o jardim de Deus “sua criação”. A criação geme por causa do pecado, e como povo de Deus, já regenerados, devemos nos portar contrários á destruição do jardim de Deus, pois este Jardim será a nossa futura morada.
Para melhor servimos ao nosso Deus, precisamos compreender a relação pericoretica de amor que existe entre as Pessoas, e vivenciar este amor para com os irmãos e com o jardim de Deus. Testemunhando e denunciando que o pecado e todas as mazelas decorrentes dele, são contrários a Deus e ao seu amor. Toda forma de pecado institucionalizado deve ser combatida pela Igreja, toda política que gera opressão, exclusão, crueldade, exploração, precisa ser denunciada.
Jaziel C. Cunha