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sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Educação

Não há nada neste mundo que não esteja apoiada em uma cosmovisão, todo o discurso pós-moderno está ancorado em cima de um pensamento liberal, que por ser liberal não é exatamente nem bom nem ruim, depende muito do ângulo de quem avalia, dizem alguns.
Será que não podemos avaliar os resultados de uma cosmovisão?
Creio que sim!
Partindo então deste pressuposto, qualquer cosmovisão pode ser avaliada. Perguntamos: A cosmovisão por trás da educação tem dado resultados?
Antes precisamos definir qual a cosmovisão que está por trás da educação, Solano Portela em um de seus artigos diz o seguinte:
É necessário que procuremos conhecer a filosofia que vem sendo crescentemente aplicada há mais de três décadas em quase todas as escolas e que tem servido de base para a formação de gerações de professores dos nossos filhos. É necessário que venhamos a aferi-la por um padrão maior de julgamento. É imprescindível que consideremos a questão educacional no seu contexto moral e, portanto, não como uma atividade autônoma do esforço humano, mas como sujeita às determinações e diretrizes que o Criador de todas as pessoas colocou em sua Palavra, para nossa orientação. Se procurarmos a filosofia predominante em nossas escolas e na formação pedagógica das últimas décadas, esbarraremos no construtivismo, que considera o conhecimento como sendo resultado das interações da pessoa com o ambiente onde vive. Nesse conceito, todo conhecimento é uma construção que vai sendo gradativamente formada desde a infância, no relacionamento com os objetos físicos ou culturais com os quais as crianças travam contato. De uma forma simplificada, podemos dizer que o construtivismo postula que o conhecimento é algo que cresce subjetiva e individualmente, como um cristal em uma solução salina. Nesse sentido, não é algo que deva ser transmitido ou dado pelo professor. O mestre é apenas um agente facilitador nesse processo de crescimento. De acordo com o construtivismo, o direcionamento dos professores (e, por inferência, dos pais e de todos os envolvidos no processo educativo da criança) pode ser algo prejudicial e não benéfico ao estudante, principalmente se eles não compreenderem os estágios de assimilação cognitiva das crianças e procurarem agir como agentes transmissores de suas próprias realidades.[1]
O mundo ocidental foi construído em cima de uma cosmovisão judaica cristã, e nesta cosmovisão a idéia do construtivismo é estranha. A idéia de moldar o pensamento da criança está presente. A cosmovisão judaica cristã entende que a criança não é uma tabula rasa, ela já nasce com tendências contrárias ao que a cosmovisão judaica cristã chama de “Vontade de Deus”, sendo assim, esta criança precisa ser educada em cima dos pressupostos revelados, nas Sagradas Escrituras, (Bíblia).
A questão que poderíamos discutir é se esta concepção judaica cristã seria valida ou não, se olharmos a história podemos verificar se é ou não. Antes de alguém conjecturar e lembrar todos os pecados do cristianismo, é bom lembrar que não estamos julgando homens e sim cosmovisões, creio que quando uma sociedade implanta os pressupostos de uma cosmovisão judaica cristã, a sociedade lucra com tal proposta. Vemos isto na origem das universidades e do conceito de educação para todos, Kennedy em seu livro diz o seguinte:
O cristianismo promoveu o conceito de educação para todos. Além disso, a universidade também tem suas raízes na fé cristã. As maiores universidades do mundo foram fundadas por cristãos com propósitos cristãos. Enquanto hoje muitas delas são hostis a fé cristã, o fato é que foi com suor e o sacrifício de cristãos que Orford, Cambridge, Yale, Princeton e outras foram criadas[2]

Solano em seu artigo expõem algumas preposição bíblicas anti-construtivistas:
1. O conhecimento não é fruto de um agente “facilitador”, mas de um agente “transmissor.” Por exemplo, no Salmo 39.4 lemos: “Dá-me a conhecer, Senhor, o meu fim...” Se redefinirmos “conhecer” para significar “construir compreensão,” as expressões que identificam conhecimento com transmissão de saber (e respectiva compreensão subseqüente) fica sem sentido, como vemos em Mateus 13.11: “... a vós outros é dado conhecer os mistérios...”
2. Conhecimento (apreensão dos fatos) e entendimento (correlação adequada dos fatos) não são conceitos subjetivos, mutáveis, mas objetivos, representando algo que se pede a Deus (1 Rs 3.11: “... mas pediste entendimento para discernires”; At 15.18: “...diz o Senhor que faz estas cousas conhecidas desde séculos”). É tão objetivo que é comparado a um tesouro (Pv 10.14; Cl 2.3). Em 1 Jo 2.4 temos o conhecimento considerado como algo bastante objetivo e que é objetivamente retratado, contrastado com a mentira e comprovado por ações compatíveis com a revelação objetiva de Deus – seus mandamentos: “Aquele que diz: Eu o conheço, e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso e nele não está a verdade.”
3. Mesmo considerando a finitude, imperfeição e pecado das pessoas, o conhecimento verdadeiro é uma possibilidade bíblica para o ser humano (Jo 8.32 – “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”). As limitações do homem se apresentam na sua impossibilidade de conhecer exaustivamente, ou seja, de esgotar o conhecimento. Isso não significa que aquilo que lhe é dado conhecer (e, na esfera espiritual, o conhecimento verdadeiro é possibilitado pelo Espírito Santo), ele não o conheça vorazmente. Esse é o ensinamento de Paulo, quando fala concretamente sobre o conhecimento do amor de Cristo em Ef 3.18-19. Primeiro ele indica que as suas instruções estão sendo dadas para que tenhamos um conhecimento comum “com todos os santos” da dimensão desse amor; em termos bem concretos – largura, comprimento, altura, profundidade. Portanto, o conhecimento que temos condição de ter é verdadeiro e concreto. Por outro lado, em segundo lugar, ele nos indica que esse mesmo “amor de Cristo... excede todo o entendimento,”, ou seja, não temos condição de esgotar o seu pleno conhecimento. Isso não muda o fato de que o que dele sabemos é verdadeiro. Os ensinamentos de Paulo sobre Cristo não são subjetivamente construídos em nossas mentes, mas são ministrados. Os fatos e as doutrinas nos são transmitidas para que conheçamos a altura, a profundidade e a largura do seu amor. [3]

Solano, na parte final de seu artigo diz o seguinte:
Com a nossa crítica ao construtivismo, não estamos defendendo métodos arcaicos e desinteressantes de ensino e aprendizado; devemos sempre aplicar as mais modernas técnicas educacionais possíveis e o maior esmero no ensino criativo. Os bons professores deixarão a criança “descobrir” aquilo que necessita ser transmitido. Não estamos dizendo que o conhecimento prévio não serve de base e alicerce para novos entendimentos e para uma compreensão mais ampla da realidade – sabemos que o entendimento se “constrói,” nesse sentido. Mas não precisamos abraçar novos rótulos e muito menos novas filosofias para expressar o que sempre foi reconhecido como boa prática pedagógica. Com muito mais veemência, não podemos abraçar uma construção filosófica que faz violência ao conceito judaico-cristão do que é o ser humano, como se o construtivismo fosse apenas mais uma metodologia neutra, esterilizada e inocente, aplicável em qualquer situação e contexto acadêmico, sem confrontá-la com a Palavra de Deus. [4]
Quando comparamos a educação que é enfatizada nos nossos dias, aos pés da revelação de Deus, é uma educação que parti de pressupostos estranho à ética judaica cristã, que querendo ou não, é o alicerce do mundo ocidental, percebemos algumas coisas como:
1- Ausência do conceito de pecado e do dever de obediência ao Criador.
2- Sem este conceito, o valor de certo e errado, desaparece, tornando uma questão de pressupostos pessoais.
3- Sem o conceito de prestação de contas ao Criador, que valor terá o “não fazer o errado” por medo de um Justo Juiz?
4- Sem este conceito do Justo Juiz, não há nada o que temer, pois o homem é o seu próprio deus.
Percebemos ai, a razão por que as coisas estão do jeito que estão.

Jaziel C. Cunha
Congregação Presbiteriana Conservadora em Paulista (grande Recife)
[1] http://www.solanoportela.net/artigos/jean_piaget.htm acesso em: 27 outubro de 2008
[2] KENNEDY James D. E se Jesus não tivesse nascido? São Paulo SP: VIDA, 1994. p. 63
[3] http://www.solanoportela.net/artigos/jean_piaget.htm acesso em: 27 outubro de 2008
[4] Id.Ibid

2 comentários:

Wilton Lins Jr disse...

muito bom este post, porque fala realmente desse humanismo enraizado no homem desde a modernidade esquecendo como o avanço da vida, das instituições levou ao nosso ´´bem estar´´hoje tudo montado na visão cristã. o que levou o irmão a publicar este post?

IPCB - GRANDE RECIFE disse...

O fato de ver como estão as coisas, a mentira do distema educacional, a metodologia golpista, que tenta mudar a cosmovisão cristã das coisas