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sábado, 14 de março de 2009

Tiago 1. 19-27

Introdução: O ILUSTRE VISITANTE
Ruth, olhou em sua caixa de correio, mas só havia uma carta. Pegou-a e a olhou antes de abri-la. Mas logo parou, para observar com mais atenção. Não havia selo nem marcas do correio, somente seu nome e endereço. Ela decidiu ler a carta: "Querida Ruth. Estarei próximo de sua casa, no sábado à tarde, e passarei para visitá-la. Com amor, Jesus."As mãos da mulher tremiam quando colocou a carta sobre a mesa. "Por que Jesus iria querer visitar-me? Não sou ninguém especial, não tenho nada para oferecer-lhe..." - pensou. Preocupada, Ruth recordou o vazio reinante nas estantes de sua cozinha. "Ai, não!, não tenho nada para oferecer-lhe. Terei que ir ao mercado e comprar alguma coisa para o jantar." Ruth abriu a carteira e colocou o conteúdo sobre a mesa. Era muito pouco, suficiente apenas para comprar pão e alguma outra coisa. Ruth colocou um abrigo e se apressou em sair. Um pão francês, um pouco de peru e uma caixa de leite. Sobram-lhe apenas alguns trocados, que deveriam durar até a segunda-feira, quando receberia sua pensão novamente. Mesmo assim, sentiu-se bem e saiu a caminho de casa, com sua humilde compra debaixo de um dos braços.- Olá, senhora, pode nos ajudar? Ruth estava tão distraída pensando no jantar, que não viu as duas pessoas que estavam de pé no corredor. Um homem e uma mulher, os dois vestidos com pouco mais que farrapos. - Olhe, senhora, não tenho emprego. Minha mulher e eu temos vivido ali fora na rua. Está fazendo frio e estamos sentindo fome. Se a senhora pudesse nos ajudar, ficaríamos muito agradecidos.Ruth olhou para eles com mais cuidado. Estavam sujos e tinham mal cheiro e, francamente, ela estava segura de que eles poderiam conseguir algum emprego se quisessem. - Senhor, eu queria ajudar, mas eu mesma sou uma mulher pobre. Tudo que tenho são umas fatias de pão, mas receberei um hóspede importante esta noite e planejava servir-lhe isso. - Sim, senhora, entendo, de qualquer maneira, obrigado - respondeu o homem. O pobre homem colocou o braço em volta dos ombros da mulher, e os dois se dirigiram para a saída. Ao vê-los saindo, Ruth sentiu um forte pulsar em seu coração. - Espere! O casal parou e voltou à medida que Ruth corria para eles e os alcançava na rua:- Fiquem com isso tudo - disse ela.- Mas, e o seu convidado, senhora?- Eu dou um jeito. Não se preocupem.Quando a mulher estendeu as mãos para pegar o lanche, Ruth percebeu que a mulher tremia de frio. - Sabe, tenho outro casaco em minha casa, tome este - ofereceu Ruth. Ela desabotou o próprio casaco e o colocou sobre os ombros da mulher. - Obrigado, senhora, muito obrigado - despediu-se, agradecido, o casal.
Sorrindo, voltou a caminho de casa, sem seu casaco e sem nada para servir para Jesus.Ruth estava tremendo de frio quando chegou à porta de sua casa. Procurou a chave rapidamente na bolsa, enquanto notava outra carta na caixa de correio. "Que esquisito, o carteiro nunca vem duas vezes em um dia" - pensou ela. Apanhou a carta e a abriu: "Querida Ruth. Foi bom vê-la novamente. Obrigado pelo delicioso lanche e pelo casaco. Com amor, Jesus."

Elucidação: O autor identifica-se somente como Tiago. O nome era bastante comum; e o NT enumera pelo menos cinco homens com este nome, dois dos quais eram discípulos de Jesus e um era seu irmão. A tradição atribui o livro ao irmão do Senhor, e não há motivos para questionamentos. Evidentemente, o escritor era bastante conhecido, e Tiago, o irmão de Jesus, logo se tornou líder da igreja em Jerusalém (At 12.17; 15.13-21; 21.18; Gl 1.19; 2.9,12). A linguagem da carta é semelhante à da fala de Jesus em At 15. Aparentemente, Tiago era um descrente durante o ministério de Jesus (Jo 7.3-5). Uma aparição de Cristo a ele após sua ressurreição (1Co 15.7) provavelmente o tenha levado a essa conversão; pois ele é enumerado com os crentes de At 1.14. O historiador Judeu Josefo indica que Tiago foi apedrejado até a morte por volta de 62 dC; então, se ele é o autor, a carta foi escrita antes dessa data. O conteúdo do livro sugere que pode ter sido escrita um pouco antes do concílio da Igreja relatado em At 15, que se reunião por volta de 49 dC. Não podemos se dogmáticos, e só se pode concluir que a carta provavelmente tenha sido escrita entre 48 e 62 dC. Ao invés de especular ou debater sobre teorias religiosas, Tiago direciona seus leitores para uma vida piedosa. Do Início ao fim, o tom desta carta é imperativo. Em 108 versos, são dados 54 mandamentos evidentes, e 7 vezes Tiago chama a atenção para suas declarações usando termos de natureza imperativa. Esse “servo de Deus” (v.1) escreve como alguém supervisionando outros escravos. O resultado é uma declaração da ética cristã, que se iguala a ensinamentos semelhantes no NT.

Tema: Como deve ser a vida de um cristão?

1 Divisão: O Cristão controla seus sentimentos- versos(19-21)
No verso 19 Tiago fale de algumas atitudes que o cristão tem que ter: Deve ser pronto para ouvir; Tardio para falar; tardio para irar-se, o que chama a atenção aqui é o contraste entre “pronto” que no grego é tacu.j e se traduz por rápido, pra que? Para ouvir, da mesma sorte o “tardio” que no grego é bradu.j que se traduz por lento.pra que? Pra falar, pra irar. Qual o motivo que o irmão do Senhor levanta para esta afirmação? Porque a ira do homem não produz a justiça de Deus, o verbo no grego para “opera” é evrga,zetai e este verbo está no indicativo presente passivo, isto que dizer que a ira do homem, justiça de Deus não opera, esta justiça aqui se refere ao padrão que Deus quer que existe entre as criaturas: de vida, atos e pensamentos.
Portanto despojai-vos, o verbo aqui é avpoqe,menoi este verbo está no particípio com sentido de imperativo, aoristo, médio, nominativo, ou seja, é uma ordem, que deve ser feita de modo completo, e que você é que deve fazer, a idéia no original é a mesma de tirar a roupa, mas devo despojar-me de que? Devo tirar que roupa?
a- A da Impureza
b- A do Acumulo de maldade
Depois de tirada esta roupa o que devo fazer?
O nosso texto no verso 21 diz: acolhei, a palavra no grego é de,xasqe a idéia é de receber e este verbo está no imperativo aoristo médio, e isto quer dizer que Tiago está ordenando receber a palavra em vós implantada, que palavra? A Palavra que orienta o cristão a controla seus sentimentos, a ter vida correta, esta palavra que é poderosa para salvar nossas almas

2 Divisão: O Cristão pratica o que crer - versos (22-25)
O verso 22 começa com um verbo imperativo presente médio, Gi,nesqe a idéia é: vinde a ser, tornai-vos. O que? Praticantes da Palavra, a palavra para praticantes é poihtai. Que significa fazedores, observadores, de que? Da Palavra. A ordem é que pratique a Palavra, tenha ela por conduta, que ela seja o meio de vida, e isto é importante irmão, pois o que tem de crente que rege sua vida por modismo, conselhos de vizinhos, amigos de trabalho, pessoas que muitas vezes são ímpias, que não amam a Palavra de Deus. A ordem é que não se devem ser somente ouvintes, pois quem é somente ouvinte engana-se a si mesmo,
Tiago trará uma ilustração, o homem que não pratica a palavra é semelhante a alguém que se olha no espelho, e quando sai da rente do mesmo, logo se esquece como é sua face.
Mas aquele que pratica, vive, faz, persevera, não sendo um ouvinte negligente, mas ao contrário, operoso praticante, a idéia no grego é fazedor de obras ( poihth.j e;rgou ) este é ditoso, bem aventurado no que realizar, isto lembra bastante o salmo 1

3 Divisão: Exemplos práticos desta vida – verso 26-27
O nosso verso começa falando de exemplos, e o exemplo que Tiago cita é o de controle da língua, da maledicência, do falar mal do próximo, do julgar os outros sem ter todas as informações, o catecismo de Westmister diz nas suas perguntas
143-Qual é o nono mandamento?
O nono mandamento é: “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.” 144. Quais são os deveres exigidos no nono mandamento? Os deveres exigidos no nono mandamento são: conservar e promover a verdade entre os homens e a boa reputação de nosso próximo, assim como a nossa; evidenciar e manter a verdade, e de coração, sincera, livre, clara e plenamente falar a verdade, somente a verdade, em questões de julgamento e justiça e em todas as mais coisas, quaisquer que sejam; considerar caridosamente os nossos semelhantes; amar, desejar e ter regozijo pela sua boa reputação; entristecer-nos pelas suas fraquezas e encobri-las, e mostrar franco reconhecimento dos seus dons e graças; defender sua inocência; receber prontamente boas informações a seu respeito e rejeitar as que são maldizentes, lisonjeadoras e caluniadoras; prezar e cuidar de nossa boa reputação e defendê-la quando for necessário; cumprir as promessas lícitas; empenhar e praticar tudo o que é verdadeiro, honesto, amável e de boa fama. 145. Quais são os pecados proibidos no nono mandamento? Os pecados proibidos no nono mandamento são: tudo quanto prejudica a verdade e a boa reputação de nosso próximo, bem assim a nossa, especialmente em julgamento público, o testemunho falso, subornar testemunhas falsas, aparecer e pleitear cientemente a favor de uma causa má; resistir e calcar à força a verdade, dar sentença injusta, chamar o mau, bom e o bom, mau; recompensar os maus segundo a obra dos justos e os justos segundo a obra dos maus; falsificar firmas, suprimir a verdade e silenciar indevidamente em uma causa justa; manter-nos tranqüilos quando a iniqüidade reclama a repreensão de nossa parte, ou denunciar outrem, falar a verdade inoportunamente, ou com malícia, para um fim errôneo; pervertê-la em sentido falso, ou proferi-la duvidosa e equivocadamente, para prejuízo da verdade ou da justiça; falar inverdades, mentir, caluniar, maldizer, depreciar, tagarelar, cochichar, escarnecer, vilipendiar, censurar temerária e asperamente ou com parcialidade, interpretar de maneira má as intenções, palavras e atos de outrem; adular e vangloriar; elogiar ou depreciar demasiadamente a nós mesmos ou a outros, em pensamento ou palavra; negar os dons e as graças de Deus; agravar as faltas menores; encobrir, desculpar e atenuar os pecados quando chamados a uma confissão franca; descobrir desnecessariamente as fraquezas de outrem e levantar boatos falsos; receber e acreditar em rumores maus e tapar os ouvidos a uma defesa justa; suspeitar mal; invejar ou sentir tristeza pelo crédito merecido de alguém; esforçar-se ou desejar o prejuízo de alguém; regozijar-se na desgraça ou na infâmia de alguém; a inveja ou tristeza pelo crédito merecido de outros; prejudicar; o desprezo escarnecedor; a admiração excessiva de outrem; a quebra de promessas legítimas; a negligência daquelas coisas que são de boa fama; praticar ou não evitar aquelas coisas que trazem má fama, ou não impedir, em outras pessoas, tais coisas, até onde pudermos.
No verso 27 Tiago da outro exemplo de vida cristã o da misericórdia, Deus é um Deus que se compadece com o sofrimento, Jesus se compadecia com o sofrimento do povo, Tiago chega a dizer que a verdadeira religião é: Visitar os órfãos, as viúvas nas suas tribulações, palavra no grego para visitar é: evpiske,ptesqai este verbo está no infinitivo presente médio, a idéia de continuidade, a assistência cristã não deve ser de vez em quando, o cristão que não senti piedade, dó por quem sofre, não entendeu o coração do evangelho, o crente precisa ter graça por quem precisa, viúvas e órfãos são pessoas que precisam de ajuda e apoio, e além desta questão pratica dos exemplos, Tiago fala também de guardar e não se contaminar com o mundo.

Aplicação:
1- O que podemos aprender de tudo isto?
1.1- Como crentes devemos ter controle sobre nossos sentimentos, um dos frutos do espírito é o domínio próprio, muita gente diz que não consegue domar a raiva, você já observou que quando é conveniente a pessoa controla, quando visita que chega, quando se atende ao telefone que estava se esperando, as pessoas mudam, sua raiva é controlada, é dever do cristão controlar seus sentimentos
2- O Cristão pratica o que crer e não pratica não tem valor nenhum, o valor da crença está nos frutos que ela me dá, do que adianta eu ter uma plantação se não posso comer do fruto que ela me dar, do que adianta eu ter conhecimento se minha vida é continua na mesma
3- Estou sendo piedoso, estou sendo instrumento de opressão para meu irmão, por causa do meu egoísmo estou fazendo alguém sofrer, estou lembrando-me de quem precisa de ajuda? Quantas vezes ajudei quem me pediu alguma coisa? Será que tenho por habito visitar viúvas e órfãos? Pense irmão, esta é a religião pura e sem macula, para com o nosso Deus e Pai.

Conclusão: Estão lembrados da introdução? De Ruth? Quantas e quantas vezes não temos a oportunidade de fazermos o bem e não fazemos se esquecemos que o principio da estória é real,
Então os justos lhe perguntarão:Senhor, quando te vimos com fome,e te demos de comer?Ou com sede, e te demos de beber? Quando te vimos forasteiro,e te acolhemos? Ou nu, e te vestimos? Quando te vimos enfermo,ou na prisão, e fomos visitar-te? E responder-lhes-á o Rei:Em verdade vos digo que,sempre que o fizestes a umdestes meus irmãos,mesmo dos mais pequeninos,a mim o fizestes.Mateus 25.37-40

Jaziel C. Cunha
Igreja Presbiteriana Conservadora em Paulista (Grande Recife)

2 comentários:

Anônimo disse...

Olá amado irmão, Graça e Paz!

Muito bom esse sermão, Deus continue abençoando a você, seu ministério e a igreja que ele confiou a ti!

Um forte abraço de seu irmão Rev. Ronaldo Mendes.

Anônimo disse...

Muito boa sua ideia de postar seus sermões aqui no blog da nossa Congregação!