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quinta-feira, 12 de março de 2009

Sermão em Malaquias 2. 1-9

Introdução: Houve um homem, cujo nome era Sam Houston, general e estadista texano, que ficou conhecido por defender, em sua gestão, causas impopulares, mesmo que para isso tivesse de sofrer retaliações. Em uma época em que não era de interesse popular defender os índios americanos, ele foi a Washington como membro de uma delegação dos cherokees para se queixar ao governo da corrupção dos agentes indigenistas. Em outro tempo, opôs-se à escravatura num período em que era politicamente incorreto fazê-lo. Em 18 de março de 1861, foi deposto como governador de Estado porque, novamente, foi contra a separação do Estado e recusou-se a jurar lealdade à Confederação. Duas semanas mais tarde, no discurso a uma multidão que queria vê-lo morto, Houston declarou: - Sempre tive como regra invariável na minha vida não formar nenhuma opinião ou dar veredicto sobre qualquer grande questão pública antes de ouvir e considerar cuidadosa e imparcialmente todas as evidências [...] e, uma vez tendo assumido minha posição, nenhum temor da condenação popular me poderá induzir a modificá-la. - Nunca permiti que o clamor, a paixão, o preconceito e a egoísta ambição popular me induzissem a mudar uma opinião e um veredicto que minha consciência e razão tenham formado e considerado justos.Elucidação: O texto bíblico implica em que o escritor da profecia é uma pessoa pela mão de quem Yahweh fala. É certo, portanto admitir que essa pessoa fosse conhecida pelo nome de Malaquias. É um fato bem conhecido que desde o tempo dos mais antigos, dos Pais da Igreja, tem-se discutido se Malaquias é um nome pessoal, um título, ou uma referencia à obra que o profeta fez na qualidade de mensageiro de Yahweh. Cremos que o nome Malaquias é um nome próprio, pelas seguintes razões:
Apesar de seu nome ser fora do comum, tem sido negado como autor pessoal desse livro por alguns estudiosos que vêem a palavra como apenas um título ou designação. No entanto, isso não é provável pelo fato de não haver outro livro anônimo no Antigo Testamento
A opinião de que “Malaquias”, em 1.1, seja um título descritivo, ao invés de um nome pessoal, é altamente improvável. Embora não tenhamos mais informações no restante do AT a respeito do profeta, sua personalidade fica bem patente neste livro. Era um judeu devoto da Judá pós-exílica e contemporâneo de Neemias. Era, provavelmente, um profeta sacerdotal. Suas firmes convicções a favor da fidelidade ao concerto (2.4,5,8,10), e contra a adoração hipócrita e mecânica (1.7-2.9), a idolatria (2.10-12), o divórcio que era praticado (2.13-16) e o roubo de dízimos e ofertas (3.8-10), revelam um homem de rigorosa integridade e de intensa devoção a Deus
O tema unificador do livro é o amor de Deus para com seu povo eleito
Sem duvida, ele profetizou em diferentes tempos durante sua carreira. É muito provável que as seis seções (oráculos) distintas ( 1.1-5; 1.6 -2.9; 2.10-16; 2.17-3.6; 3.7-12; 3.13-4.6) constituem ocasiões separadas de sua obra profética. Entretanto essas mensagens distintas formam uma unidade.
O nosso sermão será extraído da segunda seção do livro ou segundo oráculo, que começa no verso 6 do primeiro capitulo e vai até o verso 9 do segundo capitulo.
E terá como tema

Tema: O que Deus requer do Sacerdote

1 Divisão: Fidelidade (versos 1-3)
O Senhor dá um mandamento especifico para os sacerdotes, este mandamento é explicito no verso 2
Se o não ouvirdes e se não propuserdes no vosso coração dar honra ao meu nome, diz o Senhor dos Exércitos, enviarei sobre vós a maldição e amaldiçoarei as vossas bênçãos; já as tenho amaldiçoado, porque vós não propondes isso no coração
Porque o Senhor tem esta queixa contra os sacerdotes?
A resposta está nos versos 6-14
Desprezo pelo Senhor e pelo seu culto
Este desprezo era caracterizado por ações, tais como: Oferecimentos de animais doentes, cinismo dos sacerdotes, descaso.
Deus requer fidelidade
No verso 2 aparecem dois verbos que denotam muito bem
Wmyfi’t' •al{-~aiw> W[‡m.v.ti al{å-~ai ouvirdes (W[‡m.v.ti) e (Wmyfi’t;) propuserdes, estes verbos no original estão declinados no imperfeito acompanhado com o advérbio de negação, quando isto acontece a idéia é de proibição categórica, absoluta, esta mesma forma é usada na proibição dos dez mandamentos.
Então a idéia é: Se você continuar obstinado em não me dar honra, Eu enviarei (yTiÛx.L;viw>) este verbo enviar está declinado no original perfeito no tronco piel e a idéia disto é que Deus irá de forma consumada derramar sua maldição com muita ira.
O final do verso 2 e o verso 3 descrevem como há de ser derramada:
a- Enviarei sobre vós maldição
b- Amaldiçoarei as vossas bênçãos
c- Reprovarei a vossa descendência
d- Atirará excrementos nos rostos deles
e- Serão levados para juntos dos excrementos
A ira de Deus é tão extrema aqui contra os sacerdotes que a idéia de atirar os excrementos no original é de espalhar com força na cara dos sacerdotes as fezes dos animais.
Tudo isto foi feito para que eles soubessem que o Senhor enviou este mandamento, para que a aliança não fosse violada.
Será que como sacerdotes e profetas do povo de Deus, temos entendido a nossa missão?
Será que não temos negligenciado o serviço litúrgico do povo de Deus?
Será que temos tido cuidado em transmitir todo o desígnio de Deus a igreja?

2 Divisão: O motivo da fidelidade (versos 4-7)
Porque Deus falou isto?
Por causa da aliança que Ele fez com Levi.
Esta aliança é de vida e de paz
Os levitas pertenciam a Deus
Disse o Senhor a Moisés: Eis que tenho eu tomado os levitas do meio dos filhos de Israel, em lugar de todo primogênito que abre a madre, entre os filhos de Israel; e os levitas serão meus Nm 3. 11-12
A aliança com os levitas e o sacerdócio era um aspecto integrante da aliança de Yahweh com seu povo. As instruções da aliança para a adoração haviam requerido serviço fiel para que o povo pudesse adorar a Deus de forma verdadeira, conforme tinha sido instruído
Deus entra em relacionamento com seu povo. Os sacerdotes seriam os responsáveis na condução litúrgica do povo da aliança, da mesma forma, somos os responsáveis pela liturgia, do serviço sagrado prestado a Deus.
Os sacerdotes além do serviço litúrgico tinham também a função do ensino.
O verso 6 diz:
A verdadeira instrução esteve na sua boca, e a injustiça não se achou nos seus lábios; andou comigo em paz e em retidão e da iniqüidade apartou a muitos.
Eis o trabalho do sacerdote.
Eis o trabalho do pastor
A ordem de Deus para o sacerdote no que diz respeito ao conhecimento é que ele deve guardar o conhecimento, ( t[;d:ê-Wrm.v.yI) o verbo guardar no original está no imperfeito a idéia é de algo incompleto, a idéia é de estar conhecendo a cada dia, se o sacerdote tivesse já todo o conhecimento o verbo estaria declinado no perfeito. O texto continua dizendo que da sua boca devem os homens procurar instrução, ( Wvåq.b;y> hr"ÞAtw>) o verbo traduzido por procurar está declinado no piel esta verbo denota basicamente a busca entusiasmada de alguém por algo ou alguma pessoa que existe ou acredita-se existir. A intenção é que o objeto seja encontrado ou adquirido. No nosso caso aqui os homens são instigados a procurarem o conhecimento da boca do sacerdote, eis porque o sacerdote precisa reter o conhecimento do Senhor.
Eis o bom motivo porque o pastor precisa estar em continuo aprendizado, pois os membros são instigados a procurarem o conhecimento da boca dele, pois ele é sacerdote de Deus, ou como diz o texto, ele é mensageiro do Senhor dos Exércitos. E o que se espera de um mensageiro, se não fidelidade a mensagem recebida, e fidelidade na entrega da mesma.
Como pastores é nosso dever, amar e buscar o conhecimento
Ter a noção do tamanho real da missão que Deus nos deu.
O amor ao conhecimento é a vitrine de todo verdadeiro vocacionado.

3 Divisão: O castigo da não ser fiel ( versos 8-9)
Os sacerdotes obedeciam?
Não!
Ao invés de ensinarem, catequizarem, o que é que eles estão fazendo?
O verso 8 dá a resposta
Mas vós vos tendes desviado do caminho e por vossa instrução, tendes feito tropeçar a muitos; violastes a aliança de Levi, diz o senhor dos exércitos
O verbo que foi traduzido por tropeçar ( ~T,îl.v;k.hi) está declinado no hiphil e a ideia deste tronco é de alguém que sofre algo de forma intensiva, o tempo deste verbo está no perfeito que dizer que eles os sacerdotes faziam o povo tropeçar de forma contundente e definitiva
O verbo que foi traduzido por violastes ( ~T,x;vi() está declinando no piel a idéia também é de intensidade só que aqui esta intensidade é causativa, a ação é praticada pelos sacerdotes e de forma completa, pois o tempo do verbo está no perfeito, a tradução ao pé da letra seria que eles destruíram a aliança de Levi.
Eis o motivo da ira do Senhor
O verso 9 diz:
Por isso, por todas as más ações dos sacerdotes, por todo seu desprezo ao conhecimento, por suas atitudes de desprezo, pelo descuido da liturgia, por todo desrespeito com a Casa de Deus. O senhor os fez desprezíveis e indignos diante de todo o povo. Visto que não guardastes os meus caminhos e vos mostrastes parciais no aplicardes a lei
Os que desprezam o nome de Deus recebem a justa retribuição, eles são feitos desprezíveis. Eles tentaram obter popularidade modificando para alguns as exigências de Deus, é isto a idéia de mostrastes parciais no aplicardes a lei, quantos e quantos hoje em dia não são assim?
Seus ministérios são baseados em dois pesos e duas medidas.
O profeta termina seu oráculo reiterando dois erros deles: Deixaram de andar com Deus e quiseram lisonjear os homens

Aplicação:
1- Deus requer de todo vocacionado fidelidade a Sua Vontade revelada
2- Devemos entender que fidelidade na vida acarreta em bênçãos para nossas vidas, infidelidade acarretará em maldições, escárnios, humilhações.
3- Devemos ser fieis por que somos representantes de Deus para sua Igreja, temos uma finalidade. E por esta finalidade devemos ser fieis
4- Temos que amar o conhecimento, estudar mais e mais, nunca é tarde para se aperfeiçoar o quanto possível no conhecimento do Senhor.
5- Devemos ter consciência de quem é o nosso Senhor, não posso temer ao homem, não posso deixar de pregar todo desígnio de Deus, não posso torcer a justiça em favor dos ricos em detrimento dos pobres
6- Que da nossa boca o povo conheça a vontade de Deus, e se infelizmente alguém vier a errar, que não seja por causa de nenhum de nós

Conclusão:
A história do Sam Houston, general e estadista texano é um exemplo interessante de um homem que tinham palavra e não se deixava vender por circunstâncias. Deus chama homens vocacionados para pastorear a sua igreja, homem de palavra, homens que devem ser tementes a Deus, homens que sejam fieis ao seu Senhor, a história diz que no século XVII alguns cristãos serviam fielmente o Senhor numa ilha do Japão, Segundo o missionário Tim Johnson, um líder provincial, chamado shogun, decidiu que esses crentes eram uma ameaça para a cultura tradicional, por isso concebeu uma armadilha diabólica.
Colocou uma imagem de Jesus na rua e exigiu que os cristãos na sua província pisassem a imagem em renúncia à sua fé. Quando o teste acabou, 26 pessoas tinham-se recusado a fazê-lo. Foram crucificados à beira da água, para todos verem.
Que Deus nos ajude a sermos fieis sacerdotes
A Deus toda glória!

Jaziel C. Cunha
Igreja Presbiteriana Conservadora em Paulista (Grande Recife)

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