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quarta-feira, 28 de abril de 2010

Sermão em Números 11. 4-6

Introdução: Um homem descontente com a sorte queixava-se de Deus:
- Deus dá aos outros as riquezas, e a mim não dá coisa alguma. Como é que posso ser feliz nesta vida, sem possuir nada?
Um companheiro seu, ao ouviu estas palavras, perguntou-lhe:
- Acaso você é tão pobre quanto diz? Deus não lhe deu, porventura, saúde e mocidade?
- Não digo que não, até me orgulho bastante da minha força e da minha juventude.
- Trocaria sua saúde e sua mocidade por dinheiro?
- Não!
O homem, então, pegou na sua mão direita e lhe perguntou:
- Você venderia sua mão direita, deixaria que a cortassem por um bom dinheiro?
- Não, de jeito nenhum!
- E a esquerda?
- De jeito nenhum!
- E seus olhos, você os venderia, ficaria cego pelo resto da vida por uma "bolada"?
- Não daria nem um olho por dinheiro!
- Veja - observou o velho - quanta riqueza Deus lhe deu e você ainda se queixa?

Elucidação: O livro de Números começa com uma série de orientações para organizar o povo a fim de marchar do Sinai para a terra prometida. As tribos são contadas, a sua ordem no acampamento e na marcha é especificada, os impuros são expulsos da comunidade, o altar e os levitas são dedicados ao serviço de Deus, celebra-se a segunda páscoa. Agora a nação está pronta para começar a marcha em direção a Canaã (1.1-10.10) Vinte dias depois começa a jornada, encontram-se dificuldades no caminho, mas chega-se em segurança a Cades, nos limites de Canaã. (10.11-12.16) De Cades são enviados doze espias para inspecionar a terra. O seu relatório é tão desanimador que o povo propõe que se volte ao Egito. (13.1-14.4) Então Deus começa a punir a nação. O povo iria peregrinar durante os quarentas anos até que toda aquela geração morresse Nm 14. 32-34. A partir do capitulo 20 o livro começa a relatar os acontecimentos finais dos quarentas anos da peregrinação. O período da caminha no deserto estava chegando ao fim, os filhos dos rebeldes já haviam crescido e o Senhor Deus iria iniciar a fase seguinte do seu plano a entrada em Canaã e a conquista da Terra Prometida. Esta noite vamos meditar sobre o seguinte tema

Tema: O Descontentamento com a Provisão de Deus

1 Divisão: A influência ímpia no meio do povo de Deus (verso 4)
O descontentamento com a provisão de Deus fui manifesto da seguinte forma: No deserto de Sim foi à falta de alimento que desencadeou as queixas (Ex. 16:3); Aqui em Quibrote-Taavá foi a falta de variedade.
O nosso verso começa falando sobre o populacho “ ‘@sup.s;ah'(w>” este substantivo só aparece aqui e refere-se a alguns que subiram do Egito com Israel. Estes pessoas que não eram israelitas causaram problemas aqui e em outros situações. Em Lv. 24.10 nos é dito: Apareceu entre os filhos de Israel o filho de uma israelita, o qual era filho de um egípcio; o filho da israelita e certo homem israelita contenderam no arraial. 11 Então, o filho da mulher israelita blasfemou o nome do SENHOR e o amaldiçoou, pelo que o trouxeram a Moisés. O nome de sua mãe era Selomite, filha de Dibri, da tribo de Dã.
O nosso verso diz que este população veio a ter grande desejo.
O texto traz um verbo WWàa;t.hi “lamentou-se” e um substantivo hw"+a]T; “ desejo” Este substantivo é a mesma palavra usada para o “desejo de uma jumenta no cio”. Este desejo inflamou os filhos de Israel, de tal sorte, que eles se puseram a chorar. E no alto de sua lamentação e do desejo desenfreado disseram: Quem nos dará carne para comer? Isto, não foi um pedido humilde, ao contrário foi prepotente, fruto de um desejo que consumia eles. Desejo este, que por sua vez, nascera no coração de pessoas que não eram descendentes do povo de Deus. Aqui percebemos de forma bem clara a influência nefasta do ímpio no meio do povo de Deus.
O povo de Deus era um povo tinha suas mazelas, costumes errados, adquiridos depois de tanto tempo no Egito, além disto, havia pessoas estranhas no meio do povo de Deus. A própria narrativa as chama de populacho. Da mesma forma, como foi na congregação que estava no deserto, assim é hoje em dia, as Escrituras do Novo Testamento nos falam dos iluminados que são joios que estão no arraial do Senhor. Que antes de se manifestarem tem cara de crente, jeito de crente. Chegam ao ponto de partilharem conosco das nossas esperanças, participam da Eucaristia, entretanto, são ímpios. Como poderíamos reconhecer os ímpios no meio do povo de Deus?
Vendo seus frutos!
Jesus falando sobre os falsos profetas disse o seguinte: Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores. 16 Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? 17 Assim, toda árvore boa produz bons frutos, porém a árvore má produz frutos maus. 18 Não pode a árvore boa produzir frutos maus, nem a árvore má produzir frutos bons. 19 Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo. 20 Assim, pois, pelos seus frutos os conhecereis. 21 Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. 22 Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? 23 Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade. Mateus 7. 15-23.
Por causa desta influência o povo toma uma atitude...

2 Divisão: A queixa do Povo de Deus (verso 5)
O povo começou a se queixar. O nosso verso começa dizendo ‘Wnr>k;’z" “lembramo-nos” Nesta “lembrança” está contida toda uma série de queixas e ingratidões que o povo demonstrava contra o Senhor. No texto está muito claro o resultado da influência dos ímpios na congregação do Senhor e do desejo desenfreado que tiveram. Este desejo começa a tomar forma. Eles lembram-se de que?
O nosso texto diz: Dos peixes, dos pepinos, dos melões, dos alhos silvestres, das cebolas e dos alhos.
As Escrituras dizem que quando o povo antes de chagar ao Sinai também reclamou e se lembrou do cardápio egípcio
Partiram de Elim, e toda a congregação dos filhos de Israel veio para o deserto de Sim, que está entre Elim e Sinai, aos quinze dias do segundo mês, depois que saíram da terra do Egito. 2 Toda a congregação dos filhos de Israel murmurou contra Moisés e Arão no deserto; 3 disseram-lhes os filhos de Israel: Quem nos dera tivéssemos morrido pela mão do SENHOR, na terra do Egito, quando estávamos sentados junto às panelas de carne e comíamos pão a fartar! Pois nos trouxestes a este deserto, para matardes de fome toda esta multidão. 4 Então, disse o SENHOR a Moisés: Eis que vos farei chover do céu pão, e o povo sairá e colherá diariamente a porção para cada dia, para que eu ponha à prova se anda na minha lei ou não. 5 Dar-se-á que, ao sexto dia, prepararão o que colherem; e será o dobro do que colhem cada dia. 6 Então, disse Moisés e Arão a todos os filhos de Israel: à tarde, sabereis que foi o SENHOR quem vos tirou da terra do Egito, 7 e, pela manhã, vereis a glória do SENHOR, porquanto ouviu as vossas murmurações; pois quem somos nós, para que murmureis contra nós? Êxodo 16. 1-7
No nosso texto o problema não era a comida e sim a variedade. O povo voltou a reclamar. A longa dieta de maná, que já durava um ano havia tornado sua vida monótona. Deus, só tem isto? Eles sonhavam por vegetais frescos, peixes e carnes.
Vamos pensar um pouco: Há mal em querer isto?
A questão não era essa. Não há mal em desejar comer algo diferente do habitual?
A questão foi a forma como isto fui exposto.
O Senhor já tinha providenciado carne em ocasião anterior. Eles tinham experimentado o poder de Deus. Será que para o Senhor isto seria coisa demasiadamente difícil? É lógico que não!
O povo através destas observações nostálgicas demonstra saudade do Egito. O povo expressou a sua oposição ao propósito de Deus que era o estabelecimento deles em Canaã.
Temos aqui uma lição: O caminho até o nosso destino final nem sempre será do jeito que queremos. Mas nossa atitude diante das situações irá determinar o nosso êxito na nossa caminhada.
Coisas, valores do cotidiano não devem impedir o caminho para o destino reservado por Deus.
Lembrar de coisas que marcaram nossas vidas em detrimento daquilo que somos em Cristo Jesus é uma forma de zombar da graça de Deus. Eles tinham o maná que desceu do céu para alimentá-los. Por que desejar as comidas do lugar da escravidão? Por que desejar velhos lugares e conceitos? Por que desejar velhas situações?
O povo na sua revolta toma a seguinte atitude.

3 Divisão: O Desdém contra o maná (verso 6)
O descontentamento chega ao seu ponto mais alto quando eles desdenham do maná. Antes de analisarmos o verso faz-se necessário entendermos o significado do maná, da provisão de Deus na vida dos seus filhos.
O maná é descrito nas Escrituras como o pão dos anjos Salmos 78.25. Pão do céu Êx. 16.4
Ao trazerem à baila o Egito e estarem já enfastiados com o Maná (Ex 16,9-35), bem como ao reclamar por "quem lhes daria carne a comer", evidenciam a rejeição de Iahweh, do "pão do céu" que lhes deu (Ex 16,4) e de Seu Poder em alimentá-los. Começa então a se manifestar uma apostasia incipiente, e o início da tentação de abandonar Iahweh e retornar à idolatria.
O Senhor queria ensinar algo para aquele povo que nos serve também de lição. As Escrituras dizem: Ele te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não conhecias, nem teus pais o conheciam, para te dar a entender que não só de pão viverá o homem, mas de tudo o que procede da boca do SENHOR viverá o homem. Dt. 8.3.
Que no deserto te sustentou com maná, que teus pais não conheciam; para te humilhar, e para te provar, e, afinal, te fazer bem. 17 Não digas, pois, no teu coração: A minha força e o poder do meu braço me adquiriram estas riquezas. 18 Antes, te lembrarás do SENHOR, teu Deus, porque é ele o que te dá força para adquirires riquezas; para confirmar a sua aliança, que, sob juramento, prometeu a teus pais, como hoje se vê. Dt. 8. 16-18
O maná têm o sentido teológico profundo, ao invés de perceberem isto, eles disseram: que a nossa alma secava e estava privada de tudo; nossos olhos nada vêem senão este maná.
Aqui de forma bem clara vemos a loucura falando. Poderíamos perguntar; Como se pode falar assim da providência de Deus? Mas, fazendo uma critica a nós mesmos, quantas vezes já agimos desta mesma forma?
Quantas e quantas vezes desprezamos a providência de Deus. O povo não melhorou em nada, os filhos copiaram seus pais. Em Números 11 temos uma geração e em Números 21 temos os filhos da geração de Números 11. A Geração de números 11 morre toda no deserto. Sendo assim, são os filhos daqueles que dizem isto: Então, partiram do monte Hor, pelo caminho do mar Vermelho, a rodear a terra de Edom, porém o povo se tornou impaciente no caminho. 5 E o povo falou contra Deus e contra Moisés: Por que nos fizestes subir do Egito, para que morramos neste deserto, onde não há pão nem água? E a nossa alma tem fastio deste pão vil. Nm. 21. 4-5
Veja como a providência de Deus foi chamada: “vil”. Na Bíblia de Jerusalém a tradução traz: alimento de penúria. Na NVI a tradução traz: esta comida miserável.
Veja a paciência e a fidelidade pactual de Deus.

Aplicação:
1- Ninguém nasce com uma identificação na testa dizendo sou cristão. No meio do povo de Deus existem os intrusos que não professam a fé no Cristo e são filhos do maligno. Eles possuem suas marcas, seus frutos. Essas marcas e frutos são bem distinguíveis. São atitudes erradas que provém de uma natureza não regenerada.
2- Os filhos de Deus devem discernir as artimanhas dos ímpios para não caírem nas suas tramas malignas.
3- O crente quando se deixa levar pelas artimanhas dos ímpios toma atitudes detestáveis que envergonham sua fé. Estejamos sempre atentos.
4- Devemos supervisionar nossos interesses, colocando limites nos nossos sonhos. Acatando aquilo que Deus nos dá e tendo discernimento que tudo procede Dele e é o melhor para nossas vidas.
5- Que a nossa vida seja um espelho de contentamento com a provisão de Deus

Conclusão:
O homem descontente da nossa historia infantil aprendeu que Deus concedia a ele muitas coisas
O Senhor tem concedido muitas coisas aos seus santos.
Descontentamento não é pratica cristã.
Você teria coragem de fazer esta prece que Davi fez?
Podes sondar-me o coração, visitar-me pela noite, provar-me com fogo: murmuração nenhuma achas em mim; minha boca não transgrediu Salmo 17.3
Que Deus tenha piedade de nós
Amém!

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