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quarta-feira, 28 de abril de 2010

Sermão em Números 11. 10-15

Introdução: E de novo adormeci e tornei a sonhar. Vi os dois peregrinos descendo das montanhas pelo caminho da cidade.
Mais abaixo das montanhas há um país chamado das Idéias Fantásticas, do qual sai, para a estrada por onde iam os peregrinos, um tortuoso atalho. Encontraram aí um jovem, meio idiota, que vinha do tal país. Chamava-se Ignorância. Perguntando-lhe Cristão donde e para onde se dirigia, respondeu:
Ignorância – Sou natural daquele país que fica à mão esquerda, e vou à Cidade Celestial.
Cristão – E como crês tu que podes lá entrar? Olha que é possível que encontres alguma dificuldade à porta.
Ignorância – Eu hei de entrar do mesmo modo que entram outras pessoas de bem.
Cristão – O que podes tu apresentar, para que te franqueiem a entrada?
Ignorância – Conheço a vontade do meu Senhor, e tenho vivido honradamente; dou a cada um o que lhe pertence, oro, jejuo, pago dízimos, dou esmolas, e abandonei a minha pátria para me dirigir à Cidade Celestial.
Cristão – Mas tu não entraste pela porta que está no princípio desta entrada. Seguiste pela vereda tortuosa, e por isso, temo que, por melhor idéia que de ti formes, no dia das contas, quando fores a entrar na cidade, te acusem de ladrão e roubador.
Ignorância – Meus senhores sois inteiramente estranhos para mim, e não vos conheço. Segui vós a religião do vosso país, que eu irei seguindo a do meu, e espero que todos sairemos bem. Quanto à porta de que me falais, todo o mundo sabe que fica muito longe do nosso país, e não creio que haja em todo ele quem conheça o caminho que a ela conduz. Nem com isso devemos importar-nos, pois temos, como vedes, um atalho fresco e agradável que vem dar a esta estrada.
Cristão vendo este homem que assim se tinha por sábio, disse em voz baixa a Esperança:
“Maior esperança há para o tolo do que para este” (Provérbios 26:12); e acrescentou:
“Falta-lhe o entendimento, e diz a todos que é tolo” (Eclesiástes 10:3). Que dizes? Vamos conversando com ele, ou apressemo-nos e deixemo-lo para meditar no que lhe dissemos, esperando logo por ele, para ver se, pouco a pouco, é possível fazer-lhe algum bem?
Esperança – Sou do mesmo parecer; não acho bom dizer-lhe tudo de uma vez; deixemo-lo só por agora, e logo tornaremos a falar-lhe, quando se nos oferecer ocasião.
Adiantaram-se, pois, e Ignorância foi caminhando um pouco mais atrás. Pouco tinham andado, quando chegaram a um sítio muito estreito e escuro, onde encontraram um homem atado com grossas cordas por sete demônios que outra vez o conduziam para o postigo que tinham visto na fralda da montanha.
Um grande temor se apoderou dos nossos peregrinos, ao presenciarem tal espetáculo.
Apesar disso, quando os demônios passaram com o homem, Cristão olhou-o com atenção, para ver se o conhecia, por lhe parecer que fosse um tal Volta-Atrás que vivia na cidade da Apostasia; mas não pôde ver-lhe as feições porque levava o rosto baixo, como um ladrão que acaba de ser surpreendido. Depois de ter passado, viu Esperança que ele levava um letreiro nas costas, que dizia: Cristão licenciado, e maldito apóstata.
Cristão disse então para seu companheiro:
Vou agora contar uma história que me narravam com referência a um homem destes sítios.
Chamava-se ele Pouca-Fé, mas era homem muito respeitável e vivia na cidade da Sinceridade.
Junto à entrada da estreita passagem que vamos atravessando, desemboca uma vereda que vem da porta do caminho largo, a qual tem por nome Vereda-dos-Mortos, por causa dos muitos assassinatos que nela se cometem.
Ora, o tal Pouca-Fé, vindo em peregrinação, como agora vamos, assentou-se casualmente neste lugar, e adormeceu. Naquela ocasião desciam a vereda que vem do caminho largo três vilões afamados, Covardia, Desconfiança e Culpa. Todos irmãos. Os quais, descobrindo Pouca-Fé adormecido, deitaram a correr para ele. Neste momento acordava o infeliz peregrino, e dispunha-se a continuar sua viagem.
Logo que os três se acercaram dele, intimaram-no a parar com modos ameaçadores. Pouca-Fé empalideceu e não teve forças para lutar nem para fugir. Nisto exclamou Covardia: Entrega-nos a tua bolsa. E, como o peregrino se demorasse em satisfazer esta ordem (porque lhe pesava perder o seu dinheiro), correu para ele Desconfiança, que lhe meteu a mão na algibeira, tirando uma pequena bolsa cheia de prata. Pouca-fé gritou em altos brados que o roubavam, mas Culpa, que tinha na mão um formidável cacete, descarregou-lhe tão tremendo golpe na cabeça que o prostrou no chão, onde ficou vertendo torrentes de sangue.
Os ladrões achavam-se em volta de sua vítima, mas, de repente sentindo passos de alguém que se aproximava e temendo que fosse um tal Grande-Graça, da cidade de Boa Esperança fugiram a toda pressa, deixando o pobre homem abandonado.
Esperança - E levaram tudo que ele trazia de valor?
Cristão - Não. Faltou-lhes revistar o lugar em que trazia escondidas suas jóias, mas, segundo me contaram, o pobre homem sentiu muito o roubo que lhe fizeram, porque os ladrões levaram-lhe quase todo dinheiro que trazia para as despesas ordinárias. É verdade que ainda lhe ficaram algumas moedas miúdas mas essas não chegavam para os gastos da viagem. Mais: Disseram-me que se viu obrigado a mendigar para poder viver, pois não lhe era permitido desfazer-se das suas jóias. Porém, apesar de pedir esmolas, continuou a caminhar, quase sempre com o ventre vazio (I Pedro 1:18).
Esperança - Acho muito estranho que não lhe tirassem o pergaminho mediante o qual devia ser franqueada a entrada na Cidade Celestial.
Cristão - É realmente estranho, mas se não lho tiraram, não foi isso devido à sua habilidade, pois ficou tão aterrado com o ataque dos três facínoras que não teve forças nem artes para ocultar coisa alguma. Deveu mais à providência do que aos próprios esforços a fortuna de ficar de posse de tão apreciável documento.
Esperança - Grande consolação devia sentir, ao ver que não lhe haviam arrebatado essa preciosidade.
Cristão - Poderia ter-lhe sido de grande consolação, se tivesse aproveitado dela como devia. Mas, pelo que me contaram, fez muito pouco uso dela, nas várias circunstâncias em que se encontrou, por causa do grande susto que recebeu quando lhe roubaram o dinheiro.
Esqueceu-se do precioso pergaminho durante a maior parte da sua viagem, e, se alguma vez se lembrava dele e esta recordação começava a consolá-lo, logo a idéia da perda que sofrera lhe acudia à memória, enlutando a sua alma e tirando-lhe toda a paz.
Esperança - Coitado, deve ter sofrido muito.
Cristão - Se deve! E não teria sofrido qualquer de nós se tivesse sido tratado como ele foi, roubado e ferido num lugar ermo? O que me admira é ele ter podido sobreviver a tanto sofrimento. Contaram-me que, por todo caminho, ia soltando amargas e dolorosas queixas, contando a todos os que encontrava onde e como haviam tirado, como tinha sido ferido, e como escapara com vida a tão grandes provações.
Esperança - Admira-me que não lhe ocorresse a idéia de empenhar algumas de suas jóias, para ter com que suprir-se no caminho.
Cristão - És extremamente ingênuo! A quem havia de empenhá-las ou vendê-las? No país onde foi roubado não se dá preço às jóias, e mesmo nenhum alívio teria encontrado naquele país. E, depois, que lhe faltassem as jóias, quando chegasse à porta da Cidade Celestial, seria excluído (o que ele bem sabia) da herança que ali se encontrara, o que por certo lhe seria mais sensível do que o ataque e os maus tratos de milhares de ladrões.
Esperança - Peço que não respondas com tamanha aspereza às minhas perguntas. Não sejas desabrido para comigo, e ouve-me. Esaú vendeu a sua primogenitura por um prato de comida (Hebreus 12:16), e essa primogenitura era a sua jóia preciosa. Ora, se ele fez isto, por que não havia Pouca-Fé de fazer o mesmo?
Cristão - Esaú vendeu efetivamente a sua primogenitura, e a exemplo dele têm procedido muitos outros que, por esse fato, perderam a bênção maior, como aconteceu àquele desgraçado. Mas há diferença entre Esaú e Pouca-Fé, como também entre as circunstâncias dum e as de outro. A primogenitura de Esaú era típica, caso que se não dava com as jóias de Pouca-Fé. Esaú não tinha outro deus que não fosse o seu ventre, não assim Pouca-Fé: a necessidade de Esaú não passava do desejo de satisfazer o apetite carnal; e a necessidade de Pouca-Fé era de outro gênero. Além do que, Esaú não se lembrava senão de satisfazer o apetite, e por isso exclamou: -Eu vou morrer; para que me serve logo a primogenitura?”Gen. 25:32). Mas Pouca-Fé, apesar de ter pouca fé, possuía alguma, e foi essa que obstou a que ele praticasse a extravagância de se desfazer das suas jóias, como fez Esaú, e preferisse vê-las e apreciá-las. Em parte alguma lerás que Esaú tivesse fé, por pouca que fosse, e por isso não é para admirar que aquele em que só impera a carne (o que sempre acontece com o homem que não tem fé para resistir) venda a sua primogenitura, a sua alma, e tudo quanto é, quanto tem, ao próprio demônio - porque esses homens são semelhantes à jumenta silvestre que ninguém pode deter (Jeremias 2:24). Quando os seus corações estão sujeitos às suas concupiscências, hão de satisfazê-las, custe o que custar; mas Pouca-Fé era dum temperamento muito diferente; o seu coração inclinava-se para as coisas divinas, e o seu alimento era das coisas celestiais e espirituais. Para que havia, pois, de vender as suas jóias, caso encontrasse quem lhas comprasse, para encher o seu coração de coisas vãs? Dará alguém seu dinheiro para encher o seu ventre de palha? Poderá alguém persuadir a rola a alimentar-se de carne em putrefação como o corvo? Ainda que os infiéis, para servirem as suas concupiscências carnais hipotequem ou vendam o que são e o que possuem, todavia os que têm fé, a fé que salva, por pouca que seja, nunca poderão imitá-los. Aqui tens explicado, querido irmão, o equívoco em que estavas.

Elucidação: É impossível discutir a teologia de Números isoladamente dos outros livros do Pentateuco, especialmente Êxodo e Levítico. Os artifícios estruturais exteriores que ligam estes três livros do Pentateuco indicam uma unidade interna de tema teológico que forma a base de todos eles. Todos se interessam com o cumprimento das promessas feitas a Abraão, e com a moldagem de Israel para ser o povo santo de Deus. O foco de cada livro é diferente: Gênesis estabelece a relação de Israel com a Aliança de Deus, tanto como Criador do universo, quanto como o Deus de Abraão, Isaque e Jacó.
Êxodo relata a narrativa de como Deus redimiu seu povo da escravidão no Egito. Deus é mostrado como tendo feito uma aliança com seu povo, que ele redimiu para sua possessão. Levítico trabalha com a questão de como os homens devem andar com o Deus da aliança. O livro esboça os sacrifícios e as formas de adoração. Números uma vez que há bem pouca narrativa histórica em Levítico, apresenta essa narrativa a partir da saída do Egito. Enfatizando a terra da promessa e a viagem de Israel em direção a ela. Nesta noite iremos meditar sobre o sofrimento de Moisés e a prece resultante deste sofrimento.

Tema: O Sofrimento e a Prece de Moisés a Deus

1 Divisão: Moisés sofre por causa do povo (v. 10)
A nossa narrativa continua. Moisés vê tudo isto. A rebeldia e ingratidão do povo. O povo agora chorava. A influência do populacho surtiu efeito. O desejo por carne era intenso como o de uma fêmea quando está no cio. Todos choravam. Homens nas portas de suas tendas choravam por carne. Isto era um verdadeiro tormento.
As Escrituras dizem que a ira do Senhor acendeu-se com grande ardor.
Algo acontece com Moisés.
A rebelião do povo e o castigo do Senhor produziram uma intensa dor psicológica em Moisés.
O texto hebraico traz um verbo [r"( As nossas traduções trazem o verbo por “mal” no final do verso 10 temos a seguinte oração: ...e pareceu mal aos olhos de Moisés.
Quando lemos, ficamos com a seguinte dúvida:
O que foi mal aos olhos de Moisés? O castigo do povo? Ou a disciplina do Senhor?
A idéia do texto é que aos olhos de Moisés tanto o pecado do povo quanto a ira do Senhor foi motivo de intensa dor psicológica. O DIT traz a seguinte informação a respeito deste verbo neste texto: Designa experiências que causam dor física ( Nm 16.15; 1Cr 16.22; Sl 105.15) ou emocional (Gn 43.6; Nm 11.10-11)
Moisés tanto sofre por causa dos pecados do povo quanto pela severidade da ira do Senhor
Todo pastor verdadeiro quer ver seu povo mais próximo de Deus. Quer ver seu povo recebendo bênçãos de Deus. Mas, o povo pecava e Deus se irava. Tudo isto provocava grande dor em Moisés.
As Escrituras no Novo Testamento fazem a seguinte recomendação: Obedecei aos vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam por vossa alma, como quem deve prestar contas, para que façam isto com alegria e não gemendo; porque isto não aproveita a vós outros. Hb 13.17.
Será que hoje são diferentes as coisas?
Será que os membros da Igreja obedecem a Palavra do Senhor? Será que membros dão trabalho ao pastor e ao conselho?
Infelizmente sim!
O povo de Deus continua sendo influenciado pelo populacho que está no meio da congregação do Senhor. O povo hoje não reclama por comida. Entretanto, reclama por outros motivos. Brigam por besteiras. Faltam às atividades cúlticas. Não crescem de forma homogenia, ou seja, o crescimento na Igreja é desigual.
Outros, só acumulam intelectualidade, seus procedimentos continuam os mesmos, a teologia não desce para o coração. Continuam soberbos, arrogantes, hipócritas e cheios de si mesmos.
Outros, não querem compromisso com o Reino de Deus. Acham que sua presença na igreja não é obrigatória. Pensam que a Casa de Deus é algo que só se vai quando não se tem nada melhor pra fazer.
O que causa dor no pastor hoje em dia, e o que muita gente se esquece, é que quando se negligencia a casa de Deus, e sua lei desta forma, isto é sinal evidente de queda no desprazer paternal de Deus. A nossa confissão sobre isto diz o seguinte: Por diversos modos podem os crentes ter a sua segurança de salvação abalada, diminuída e interrompida: negligenciando a conservação dela, caindo em algum pecado especial, que fira a consciência e entristeça o Espírito Santo, cedendo a fortes e repentinas tentações, retirando Deus a luz do seu rosto e permitindo que andem em trevas e não tenham luz... CFW CAP. XVIII SEÇÃO IV
O povo de Israel além de reclamar, estava através de sua postura pecaminosa atraindo a ira de Deus. E como foi visto isto perturbava Moisés. Este sofrimento leva-o Moisés a orar

2 Divisão: Moisés desabafa diante de Deus (v.11-14)
Moisés ora e nesta oração ele fala ao Senhor sobre sua situação.
Numa tradução literal o texto nos informa que Moisés diz o seguinte ao Senhor: “Para que” “hm'Ûl"' geraste tão intensa “dor” ‘t'[o’rEh em mim e “para que” hM'l'²w> não achei graça em teus olhos. Qual a razão de Moisés dizer isto a Deus?
Moisés estava cansado. O povo era rebelde. Pesava sobre Moisés a responsabilidade de levar o povo até a terra que o Senhor tinha prometida aos seus pais. Não era uma tarefa fácil. Quando você lidera pessoas que possui um alvo em comum, a tarefa ás vezes é mais amenua, ás vezes surge problemas. Mas, como as pessoas têm um alvo em comum às coisas podem ser contornadas. Imaginem agora, uma tarefa gigantesca, além disto, às pessoas contidas nesta tarefa não querem colaborar, vivem reclamando por tudo. Parece que tem prazer em fazer o errado, contrariando suas instruções. Enquanto isto, o peso da responsabilidade está nas suas costas. Quantos de nós continuaríamos?
A perturbação que Moisés estava passando por causa destas coisas era grande.
Na oração Moisés fala que guiar o povo era um cargo.
O que nos chama a atenção é a relação que Moisés faz entre não encontrar graça aos olhos de Deus e o guiar o povo. A tarefa era tão árdua que Moisés identifica isto como uma espécie de castigo de Deus, ou seja, ele identifica isto como não achar graça aos olhos de Deus.
Será que você não está provocando isto ao pastor da Igreja?
Será que o pastor da Igreja não está achando difícil guiar o povo de Deus por sua culpa?
Será que você não está sendo problema para a igreja de Deus?
Se você estiver nesta situação é hora de arrepender-se de seus caminhos maus e fazer o que é correto diante de Deus.
O desabafo de Moisés não para no verso 11. Ele continua nos versos subseqüentes. No verso 12 ele diz: Fui eu que ytiyrIªh' “engravidei” de todo este povo? Fui eu que dei a luz?
Percebam o estado emocional que Moisés estava.
Ele continua: Para que Tu fales: Leva-o em teu regaço, como a ama leva a criança no colo, à terra que prometi sob juramento a seus pais.
Uma congregação rebelde torna o trabalho do pastor árduo. O problema é que quando a congregação tem esta postura, ela está atentando contra a estrutura organizacional dela própria. Uma das formas do Senhor punir à igreja é tirando os mestres da Igreja e o resultado disto é a falta de direcionamento do povo, ou seja, o povo fica tateando em trevas. Da mesma sorte, que o contrário é verdadeiro, quando Deus é gracioso com seu povo, Ele põe mestres que ensinam a verdade ao povo.
No verso 13 Moisés retoma a causa de sua angustia, a causa que mais uma vez ascendeu à ira do Senhor.
Ele diz numa tradução bem literal: Onde para mim carne para dar a todo este povo? A idéia é: onde vou achar tanta carne para este povo?
Neste verso, Moisés descreve como se dava a lamentação do povo. Ele diz que o povo chora numa tradução literal seria: em cima de mim. Que nas nossas traduções aparece diante de mim. E o povo falava: Dá-nos carne para comer. No texto hebraico o verbo “dá-nos” é um imperativo. O povo não estava pedindo, estava ordenando.
Moisés continua dizendo que lk;ÛWa-al{) “ não é capaz” sozinho de carregar, levar todo este povo. Moisés confessa que isto era muito pesado para ele. De fato, seria pesado para qualquer um.
O desabafo de Moisés leva-o a um ponto extremo na sua prece.

3 Divisão: Moisés pede a morte a Deus (v. 15)
Moisés chega ao auge do desespero e na sua prece. Ele diz: E se assim hf,[oå-T.a; “Tu fazes” a mim groêh' ‘an" ynIgEÜr>h' “ mata-me, por favor, morte. Moisés continua: !xEß ytiac'îm'-~ai “Se eu achasse graça” em teus olhos não viria a minha desventura, miséria.
Veja como Moisés chama o seu trabalho.
Moisés na sua prece dá uma ordem a Deus: mata-me. No texto hebraico aparece uma partícula que na Atualizada foi traduzida por “eu te peço”. Esta partícula transmite a idéia de súplica.
Quando na sua prece, depois de ter dito “Se eu achasse graça” em teus olhos não “viria”. Este verbo “viria” no original está com uma função que em hebraico é o coortativo esta função é usada para expressar desejo, intenção, auto-encorajamento ou determinação do sujeito em realizar certa ação.
Moisés expressa o desejo de não ver sua desgraça, sua desventura, sua miséria.
O cargo era pesado demais, era penoso demais. Nestas horas passam muitas coisas na cabeça dos servos de Deus. Lembranças de quando a vida era normal, lembranças de dias felizes. Nestas horas, os servos de Deus que estão na liderança são fortemente tentados e se o Senhor não derramar graça, eles sucumbem.
Imaginem quão graves e grandes eram os pecados daquele povo? Moisés chegou a este estado por causa do povo. Isto é a conclusão lógica. Se o povo não fosse rebelde, se o povo não ficasse reclamando o tempo todo, se o povo enfrentasse os problemas de forma madura, se o povo entendesse o propósito de Deus em suas vidas, certamente as coisas não chegariam neste ponto. Eles tinham um agravante sobre si. A presença do Senhor era constante, eles tinham presenciado a intervenção do Senhor quando o mar se abriu e tragou os egípcios seus antigos algozes. Queixaram-se e viram a visitação do Senhor ao acampamento em ira. Mas, nada disso gerou neles temor. Eram egoístas, insuportáveis, atrevidos e de difícil lida.
Assustando-se com a situação, Moisés cai em conflito e desespera-se, lamenta toda aquela situação irregular que ocorria. De um lado, o povo de Israel agia como o populacho que os acompanhava, estavam se comportando em ostensiva contradição contra a Aliança com Iahweh. E, por outro lado, a dificuldade em contornar a situação, não tinha como solucionar o problema da carne. Estava sozinho, como conseguiria manter a ordem, a disciplina e a fidelidade à Aliança contra uma apostasia incipiente? Como evitaria a ira divina que se ascendia constantemente?
Moisés chega às raias do desespero, pois o problema escapa ao controle humano, já que se trata de uma rebelião contra o próprio Iahweh.
A rebelião contra o Senhor se mostra através de atitudes pensadas e direcionadas a lideres e projetos eclesiásticos. Quando me ponho contra a liderança, quando boicoto as atividades da Igreja. Manifesto a minha rebelião. Eles se rebelaram contra o plano de Deus, não estavam satisfeitos com nada, tudo tinha defeito, e sempre a melhor sugestão era a deles.
Quantas e quantas histórias de rebeldia foram registradas nas Escrituras? Qual foi a finalidade delas estarem registradas? Quantas e quantas vezes vemos o Senhor punindo seu povo? O que poderíamos aprender com tudo isto?
Será que o povo ganha alguma coisa quando um ministro fiel do evangelho resolve parar por causa de tantos problemas e frustrações?
Será que fazendo isto, o povo não tem se tornado “satan” adversário do Reino de Deus. Lembrem-se: Somos súditos do Reino e a Igreja é a estrutura orgânica, administrativa e organizacional que luta contra o anti-reino.
Numa guerra quando o comandante é atacado e morre a tropa fica desbaratada.
Atentar contra a própria estrutura estabelecida por Deus é tentar minar os alicerces da agência que deve lutar contra o anti-reino. Você acha que nesta luta você lucra alguma coisa quando é rebelde? Quando por causa de você o pastor pensa em parar? A não ser que você seja servo do Maligno e sendo seu servo esteja trabalhando para seu senhor. Mas, se este for o caso, saibas que o evangelho e o Reino de Deus serão os vencedores no final de tudo

Aplicação:
1- É necessário compreendermos que estamos numa guerra e que as autoridades foram instituídas por Deus e que elas têm a responsabilidade de cuidar e alimentar àqueles que Deus os confiou. Este trabalho é penoso e árduo. A Congregação precisa orar por aqueles que têm a missão de levá-los para Deus.
2- Fazer um pastor sofrer não é prestar serviço ao Reino de Deus é atentar contra a instituição de Deus.
3- As Escrituras estabelecem preceitos que a igreja deve ter com a liderança: Agora, vos rogamos, irmãos, que acateis com apreço os que trabalham entre vós e os que vos presidem no Senhor e vos admoestam; e que os tenhais com amor em máxima consideração, por causa do trabalho que realizam. Vivei em paz uns com os outros. 1 Ts 5. 12-13
4- Uma das formas de gerar dor na liderança da Igreja é atentar contra o desenvolvimento da igreja. E atentar contra o desenvolvimento da Igreja é boicotar as atividades da Igreja, desanimando àqueles que estão lutando.
5- Outra forma de gerar dor na liderança da Igreja é não ser maduro na fé. E esta imaturidade evidencia-se nas discussões e brigas por motivos tolos. Por conversas e posições arrogantes que desmotivam os outros, por comportamentos indignos que transpiram e geram discórdias no meio da Igreja.
6- Aquelas que agem desta forma que querem destruir a vinha de Deus. Deus os destruirá.
7- A igreja não é clube onde os dízimos seriam as mensalidades e o pastor e os presbíteros serviçais seus. Onde você comparece quando quer. A Igreja é o corpo de Cristo e se você está negligenciando a Igreja você está em pecado e deve acatar as correções que a Palavra de Deus dá através das autoridades constituídas

Conclusão:
Estão lembrados da nossa história do começo do sermão?
Como você está agindo no corpo de Cristo?
Com quem você se identificou? Ignorância? Volta atrás? Pouca fé?
Será que você poderia me dizer que não se identificou com nenhum destes?
Pense nisto irmão.
Que Deus tenha misericórdia de sua vinha
A Ele toda glória!
Amém!

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