Seguidores

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Introdução ao Estudo sobre o Reino de Deus II

No artigo anterior vimos à questão dos elementos do Reino e sua manutenção. Veremos agora a questão do propósito.
Por propósito, compreendemos a finalidade da existência do Reino. Por que Deus criou as coisas? Será que Ele necessitava criar alguma coisa? Será que o relacionamento que as Pessoas da Santíssima Trindade tinham não era suficiente em si mesmo? Será que o seu relacionamento estava comprometido? Será que uma das Pessoas precisava gerar para se auto-afirmar?
A resposta a todas estas perguntas é um sonoro: Não!
A Santíssima Trindade cria por um ato de amor. Esta relação que a Santíssima Trindade tem com a criação se manifesta num ato pericorético .
Na criação Cada Pessoa da Santíssima Trindade está envolvida.
O propósito da criação faz parte de um propósito teleológico, ou seja, um propósito bem definido com um fim em vista. A história caminha para um fim. E para que houvesse história, era necessário haver um palco para que o enredo se realizasse.
Neste palco A Santíssima Trindade manifesta seus propósitos.
Van Gruningem destaca três propósitos: “modelos e leis; maravilhas e mistérios da vida; um lar aconchegante para o ápice da criação com trabalho e descanso”
Por modelos e leis queremos enfatizar toda a sorte de leis e modelos que regem todos os elementos do Reino e toda a vida que existe nestes elementos e que deles dependem. As leis que proporcionam descobertas fantásticas na humanidade, não são leis que foram criadas pelo homem. Mas, são leis pré-estabelecidas pelo próprio Deus. E se o homem tem algum êxito nas descobertas que tanto impressiona, isto é decorrente da sabedoria de Deus em estabelecer estas leis no Reino, garantindo-lhe sua funcionalidade e seu experimento, possibilitando repetição para averiguação da determinada lei. A grandiosidade e sabedoria de Deus residem nisto. Aquilo que em épocas passadas era considerado ficção, hoje é real e palpável. E só foi executada porque os homens, mesmo que não percebam a mão do Criador, seguem os modelos de leis que o Criador estabeleceu. Por eles terem seguidos estas leis, podem ter certeza que os resultados serão atingidos. Aquilo que nós chamamos de milagres, nada mais é, do que a atuação que o Senhor tem sobre estes modelos e leis, onde Ele por ter todo o conhecimento de execução realiza as coisas. Demonstrando controle total sobre tudo. Estes modelos e leis são necessários para que o mandato cultural possa ser desenvolvido.
Além dos modelos e leis estabelecidos pelo Criador, outro propósito é demonstrar maravilhas e mistérios da vida. Este segundo propósito está relacionado de forma muito direta com o primeiro. As maravilhas e mistérios só são manifestos, justamente por existirem modelos e leis que possibilitam o aparecimento destas maravilhas e mistérios. O Senhor gerou uma complexidade de vida animal, vegetal e marinha incrível. Toda esta biodiversidade existe como manifestação das maravilhas da vida. Faz parte do mandato cultural do homem tomar conta e proteger esta diversidade. A destruição desta biodiversidade corresponde a uma completa abdicação e renegação da função do homem como vice-gerente na execução do mandato cultural. As pessoas que contemplam a criação e percebem nela todo o mistério que ela exala.. Sua complexidade. Deveriam exclamar juntamente com as Escrituras: Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos. Salmo 19.1
O último propósito da criação do Reino seria providenciar um lar aconchegante com trabalho e descanso para o ápice da criação. Neste ponto queria ir um pouco mais além do que foi proposto por Van Gruningem, prefiro pensar que além de ser um lar para o vice-gerente juntamente com sua esposa. O Reino também é um lar para toda a criação animal, vegetal e marinha que o Senhor criou e pôs o homem como guardador delas.
Creio que vendo desta perspectiva, a obrigação do homem fica realçada. O homem não tem o direito de explorar o lar de qualquer forma. Pois não é somente seu lar. E sim de todas as outras formas de vida que o Senhor criou.
Van Gruningem destacou a questão do trabalho e do descanso. O trabalho do homem está relacionado ao mandato cultural
Qual a finalidade do mandato cultural?
O mandato cultural é representado pelo comércio, artes, trabalho, tecnologia, escola, etc.
Sua finalidade é o desenvolvimento, a exploração da terra. Mas, exploração consciente, e a isto, o próprio texto de Gn 2.15 limita. A expressão Hr"(m.v'l.W ( e para ela “ele” governar). Tem um profundo significado, segundo o DIT a raiz básica é a de “exercer grande poder sobre” o DIT também fala de um desdobramento, que para o nosso texto, tem uma aplicação mais especifica, “tomar conta de , guardar. Isso envolve manter, ou cuidar de coisas, tais como um jardim” .
Como posso cuidar do jardim, se destruí-lo?
O Senhor me criou tanto para dominar a criação, mas também perceber que depende dela. Tenho uma relação intima com este palco. Fui formado de um de seus elementos, ou seja, da terra. Alimento-me daquilo que ela me dá e de animais que também dependem dela para viver. Tenho necessidade vital de outro elemento à água. Sem este elemento que faz parte do Reino como poderia viver? Desta forma, quando polui as águas, estou atentando contra minha própria existência e de toda a criação que o Senhor me chamou para proteger.
Outro aspecto importante é a questão do descanso
O homem foi criado no sexto dia, e a primeira coisa que esse homem fez no seu primeiro dia de vida, depois de criado, foi o descanso, e isto tem uma aplicação teológica entre a relação trabalho X descanso. Wolff diz o seguinte:
Por conseguinte, o dia de repouso se destina a lembrar ao ser humano que ele foi posto em um mundo provido abundantemente de tudo que é necessário e de muitas coisas belas. As palavras recordam o primeiro relato da criação (Gn 2. 1-3) o qual descreve, em seu estilo arcaico, que o primeiro dia da vida do se humano foi o grande dia do repouso

Qual o ensinamento disto?
Mostrar ao homem que ele deve depender do Criador, todo trabalho já foi terminado, o trabalho do homem é a manutenção, o cultivo, a guarda. Diga-se de passagem, que o Criador não depende do homem para manutenção de sua obra, pois como o texto de Hebreus nos informa é Jesus o Grande Sustentador de tudo (Hb 1.3). O homem como vice regente da criação, governa a criação de Deus, e faz isto, por um ato de condescendência do Criador, de sorte, que Deus quis ensinar que Ele é provedor de tudo e que o homem precisa descansa Nele.
As Escrituras lembram ao homem esta sua limitação, mesmo falando contra a preguiça em textos como Pv. 6. 6-11; 26. 13-16. Ela de forma antitética também diz que O Senhor dá os seus enquanto dormem Sl 127.2. Então temos duas situações:
a- O Homem deve trabalhar
b- Mas o fruto do trabalho provém do Senhor
Desta forma, estabelecemos a relação entre trabalho e descanso, o trabalho visa à glória de Deus, pois é sua ordem, dada na criação, o descanso também é ordem sua, e também visa a sua glória, pois no descanso, o homem percebe que tudo que ele pode fazer, não terá resultados esperados, se o Senhor não lhe der. Então a graça reside em trabalhar e poder descansar.

Wolff faz o seguinte comentário:
A superanbudância tira o descanso do mesmo modo que o zelo demasiado (...). O sono bom se torna o fator distintivo do ser humano que vive no ritmo das dádivas e dos chamamentos de Javé. No descanso se mostra a arte de viver, isto é, aquela sabedoria cuja peça mestra é o temos de Javé. Ela sabe que a futilidade do esforço baldado dos fanáticos por trabalho foi definitivamente substituído pela graticidade da dádiva de Javé durante o sono.

O Reino manifesta estes propósitos e como vice-gerentes regenerados capazes de cumprir o mandato espiritual temos que ter consciência que a compreensão da relação minha com o Reino de Deus também é culto a Deus.

Fontes citadas:
Pericorese trata da comunhão entre as Pessoas da Santíssima Trindade e de um movimento de amor e graça para com toda a criação.
GRONINGEN, Gerard Van. Criação e Consumação Vol. I. São Paulo-SP: Cultura Cristã, 2006 p 62 e 63
HARRIS, Laird R. JR, Gleason L. Archer. WALTKE, Bruce K. Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento. São Paulo-SP: VIDA NOVA, 2005p. 1587
Id. Ibid., p. 1588
WOLFF, Hans Walter. Antropologia do Antigo Testamento. São Paulo-SP: HAGNOS, 2008. p. 209

Rev. Jaziel C. Cunha

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Sermão em Números 11. 16-35

Introdução: Esopo era um escravo de rara inteligência que servia à casa de um conhecido chefe militar da antiga Grécia. Certo dia, em que seu patrão conversava com outro companheiro sobre os males e as virtudes do mundo, Esopo foi chamado a dar sua opinião sobre o assunto, ao que respondeu seguramente:
- Tenho a mais absoluta certeza de que a maior virtude da Terra está à venda no mercado.
- Como? Perguntou o amo surpreso. Tens certeza do que está falando? Como podes afirmar tal coisa?
- Não só afirmo, como, se meu amo permitir, irei até lá e trarei a maior virtude da Terra.
Com a devida autorização do amo, saiu Esopo e, dali a alguns minutos voltou carregando um pequeno embrulho. Ao abrir o pacote, o velho chefe encontrou vários pedaços de língua, e, enfurecido, deu ao escravo uma chance para explicar-se.
- Meu amo, não vos enganei, retrucou Esopo. A língua é, realmente, a maior das virtudes. Com ela podemos consolar, ensinar, esclarecer, aliviar e conduzir. Pela língua os ensinos dos filósofos são divulgados, os conceitos religiosos são espalhados, as obras dos poetas se tornam conhecidas de todos.
- Acaso podeis negar essas verdades, meu amo?
- Boa, meu caro, retrucou o amigo do amo. Já que és desembaraçado, que tal trazer-me agora o pior vício do mundo.
- É perfeitamente possível, senhor, e com nova autorização de meu amo, irei novamente ao mercado e de lá trarei o pior vício de toda terra.
Concedida a permissão, Esopo saiu novamente e dali a minutos voltava com outro pacote semelhante ao primeiro. Ao abri-lo, os amigos encontraram novamente pedaços de língua. Desapontados, interrogaram o escravo e obtiveram dele surpreendente resposta:
- Por que vos admirais de minha escolha? Do mesmo modo que a língua, bem utilizada, se converte numa sublime virtude, quando relegada a planos inferiores se transforma no pior dos vícios. Através dela tecem-se as intrigas e as violências verbais. Através dela, as verdades mais santas, por ela mesma ensinadas, podem ser corrompidas e apresentadas como anedotas vulgares e sem sentido. Através da língua, estabelecem-se as discussões infrutíferas, os desentendimentos prolongados e as confusões populares que levam ao desequilíbrio social. Acaso podeis refutar o que digo? indagou Esopo.
Impressionados com a inteligência invulgar do serviçal, ambos os senhores calaram-se, comovidos, e o velho chefe, no mesmo instante, reconhecendo o disparate que era ter um homem tão sábio como escravo, deu-lhe a liberdade. Esopo aceitou a libertação e tornou-se, mais tarde, um contador de fábulas muito conhecido da antiguidade e cujas histórias até hoje se espalham por todo mundo.

Elucidação: Vimos na elucidação anterior que é impossível discutirmos Números sem falarmos dos outros livros, especialmente Êxodo e Leviticos. Números, como outras partes da Escritura, não procura pintar um retrato detalhado do caráter de Deus. Nas futuras elucidações procuraremos perceber os símbolos que retrataram a atuação de Deus no meio do povo. No entanto, em suas leis e narrativas certas características divinas emergem bem claramente. Foi fundamental para a experiência de Israel a presença real e visível de Deus entre eles. Como primeiro símbolo, falaremos sobre a nuvem. A nuvem de fogo que cobria o tabernáculo mostrava que aquele não era um palácio real vazio, mas que o Senhor seu Deus estava com ele, e no meio dele se ouvem aclamações ao seu Rei. Sempre que a nuvem se movia, o povo acompanhava. Quando a nuvem parava de se mover, o povo acampava. Tão impressionante era esse fenômeno, que não somente o vidente mesopotâmio Balaão o reconheceu, mas também os egípcios de acordo com Nm. 14.14. A nuvem ambulante e a arca eram as imagens de Deus andando com o Seu povo, para protegê-lo e dar-lhe vitória sobre seus inimigos. Na ausência dEle, a derrota era inevitável. O que era ainda mais terrível era que a nuvem aparecia em ocasiões de crise, quando o povo protestou contra a liderança divinamente nomeada, ou contra a viagem planejada a Canaã. O aparecimento súbito da nuvem prenunciava algum castigo terrível para os rebeldes que estavam no meio do povo de Deus. Desta forma, a nuvem apontava tanto para a proteção de Deus quanto para seu juízo. Nesta noite, vamos meditar sobre o seguinte tema

Tema: A Resposta de Deus à Oração de Moisés

1 Divisão: O Senhor anuncia a Moisés o que vai fazer (versos 16-23)
A oração de Moisés consistia basicamente de duas grandes queixas: A questão do peso da responsabilidade e a questão da carne que eles queriam Estas duas grandes queixas são os motivos que levam Moisés a pedir a morte a Deus. Estas queixas perturbaram muito a Moisés.
O Senhor com sua grande graça e misericórdia responde a Moisés. Interessante, percebemos que o Senhor não matou a Moisés. Entretanto os motivos que levaram a Moisés a pedir a morte foram solucionados.
O verso 16 começa dizendo que Deus dá a 1ª instrução para atender uma das queixas que Moisés tinha feito: a questão da demasiada responsabilidade. O Senhor diz: Ajunta-me setenta homens dos anciãos de Israel, que sabes serem anciãos e superintendentes do povo; e os trarás perante a tenda da congregação, para que assistam ali contigo. 17 Então, descerei e ali falarei contigo; tirarei do Espírito que está sobre ti e o porei sobre eles; e contigo levarão a carga do povo, para que não a leves tu somente.Nm. 11- 16-17.
O verso 17 nos informa que Deus desceu e falou ( yTiär>B;dIw> ) o tronco deste verbo é um piel. A idéia do piel é de ser um tronco intenso ou causativo. O Senhor falou de modo severo com Moisés. O Senhor diz que vai yTiªl.c;a'w> ( tirar, ) do Espírito que está em ti.
Qual é a idéia aqui?
Quem dá capacidade ao homem é Deus. O Senhor repartiria com outros (70 anciãos) e juntamente com Moisés levariam a carga.
No verso 18 Deus dá a segunda instrução que corresponde a outra queixa que Moisés tinha feito. A questão da carne. O verso começa com o Senhor dando a seguinte ordem:
WvåD>q;t.hi ( Santificai-vos) a idéia é de separai-vos. Pra que? Porque amanhã comereis carne. Deus iria responder a importunação do povo.
Observem os versos 19-20!
O Senhor diz: Não comereis um dia apenas, ou dois, ou cinco ou dez ou vinte.
Mas, pelo contrário, um mês inteiro, até que saia pelas vossas narinas e vos provoque náuseas... Por que o Senhor fez isto? O texto diz:
‘hw"hy>-ta, ~T,Ûs.a;m.-yKi( (visto que rejeitaste ao Senhor)
A rejeição do Senhor foi manifesta e concretizada através das reclamações: Para que, pois, saímos do Egito?
Mesmo com a resposta do Senhor a Moisés, parece que ele não tranqüilizou o coração e eis o que diz: Seiscentos mil homens de pé é este povo no meio do qual estou; e, tu tens dito: Dar-lhes-ei carne, e comerão um mês inteiro. Matar-se-ão rebanhos e gados que lhes bastem? ou ajuntar-se-ão todos os peixes do mar que lhes bastem?" (Nm 11,21-22).
O texto nos informa a resposta do Senhor a esta dúvida de Moisés
"Pelo que replicou Iahweh a Moisés: Porventura ter-se-ia encurtado a mão de Iahweh? Já verás se a minha palavra se cumpre ou não" (Nm 11,23)
Como o próprio verso 23 já demonstra: O Senhor respondeu as queixas que Moisés tinha feito contra o povo e também mostrou a Moisés que seu poder continuava o mesmo.
O Senhor agora executa o que tinha dito a Moisés e é isto o que passaremos a considerar.

2 Divisão: O Senhor alivia a carga de Moisés (versos 24-30)
O Senhor soluciona a primeira queixa que Moisés tinha feito na sua prece (versos 12;14).
O verso 24 diz que Moisés ‘rBed:y>w: (falou) o tronco do verbo está no piel. Não foi uma conversa muito delicada. A idéia é que Moisés falou severamente com o povo aquilo que o Senhor tinha dito. E como primeira medida ajuntou 70 homens velhos do povo e os colocou ao redor da tenda.
O verso 25 diz: Iahweh desceu na nuvem. O DIT traz a seguinte informação: O substantivo (nuvem) ocorre cerca de 80 vezes no AT; em 75 por cento dessas ocasiões, a palavra refere-se à coluna de “nuvens” que dirigia os israelitas pelo deserto e representava a presença do Senhor sobre o tabernáculo.
O Senhor ‘x:Wr’h'-!mi lc,aY"©w: ( e tomou do Espírito) a idéia é repartir o comando. Entretanto, Moisés ainda era quem comandava. Os setentas iriam auxiliar Moisés. A nomeação dos setenta anciãos tinha como fim: Ajudar na condução do povo. A hierarquia não fora modificada. Eles receberam a investidura do Espírito que estava em Moisés, sem que lhe ficasse reduzido, o que caracteriza a dependência deles no exercício das funções auxiliares.
Tanto o verso 25 quanto o 26 diz que quando o Espírito repousou sobre eles, profetizaram. O que significava isto?
Esse ato de profetizar tem um sentido bem diverso do que se conhece normalmente. Tal como em outros locais (1Sm 10,10 / 19,24), onde se fala em um estado de "delírio", se entende aqui como o entusiasmo e empolgação que manifestaram possuir naquele momento apenas. O espírito profético que pousou sobre eles é o de Moisés, não outro. Dessa data em diante os anciãos passaram a assessorar Moisés na chefia, motivo pelo qual o narrador registra, com referência ao ato de "profetizar", que "nunca mais o fizeram".
Não é a primeira vez que Moisés tem ajudadores. Em Êx. 18 13-27 Jetro vendo Moisés julgar os problemas do povo sozinho aconselha Moisés que tivesse quem o ajudasse. Aqui reside o principio de que o povo de Deus não deve ser guiado por um só homem. O povo de Deus é dirigido por um conselho, nunca por um só homem.
No verso 26 nos é dito que dois homens que estavam inscritos, mas por algum motivo não estavam ao redor da tenda, ou seja, não estavam no local determinado por Deus, entretanto, também receberam o poder de Deus e profetizam. Neste ínterim, acontece que um moço vem e diz o que estava acontecendo com àqueles dois que não estavam no local determinado. Josué pede a Moisés para repreendê-lo. Moisés diz: “Tens tu ciúme por mim”? O particípio piel aNEïq;m.h;( ( traz a idéia de uma emoção muito forte em que o sujeito deseja alguma qualidade ou a posse do objeto) Josué por servir a tanto tempo e por ser-lhe fiel tem este sentimento. Ao invés de Moisés lisonjeá-lo, repreende-o.
Aqui temos algumas coisas que precisam ser consideradas:
a- Moisés não tem síndrome de super-homem, ele reclamou por ajuda e quando o Senhor a deu, não ficou enciumado.
b- Josué, que seria seu sucessor aprendeu que o Senhor dá capacitação a quem Ele quer dá.
c- Moisés demonstra humildade em reconhecer que o que “tem” vem do Senhor.
d- Deus não estava impedido de derramar Seu Espírito sobre estes dois homens, pelo fato deles não estarem ao redor da tenda. O Senhor é Soberano.
Mas, existia a outra queixa de Moisés. Nos versos seguintes veremos a resposta de Deus.

3 Divisão: O Senhor providencia carne para o povo (versos 31-35)
O verso 31 diz que levantou-se um vento enviado por Iahweh vindo do mar e trouxe codornizes e as vJo’YIw: è(arremessava, lançar fora, cair) o verbo está no imperfeito qal. A idéia é que elas caiam no chão. Poderíamos pensar numa forma de pouso forçado.
Havia tantas codornizes que o texto sagrado diz que: Delas havia numa extensão de um dia de marcha (cerca de 30 km) de um lado e do outro do acampamento, e numa espessura de dois côvados acima do solo. (cerca de noventa centímetros)
Segundo Gordon. J. Wenhan

O verbo hebraico que foi traduzido por arremessar sugere que havia pilhas de aves até noventa centímetros de altura (dois côvados). Também é difícil imaginar um homem caçando dez hômeres de aves. (possivelmente 2.200 litros) porém seria de fácil execução juntar tantas assim, se elas estivessem enchendo o chão. Depois de capturadas, as codornizes eram estendidas para secar e serem preservadas.

As Escrituras nos dizem que o povo levantou-se todo aquele dia e aquela noite e também no dia seguinte. Foi de fato, muita carne que eles recolheram. O que recolheu menos não recolheu menos de mil quilos.
O verso 33 numa tradução literal diz o seguinte: A carne e sua pele entre seus dentes ainda não tinham sido cortadas e as narinas de Iahweh (ira de Iahweh) se inflamou contra o povo e Iahweh feriu o povo com uma praga muito grande.
É necessário considerarmos algumas coisas neste verso:
1- A expressão narinas de Iahweh, o DIT diz que esta expressão traz a seguinte lembrança de que por meio da alteração da respiração as emoções podem ser exprimidas. Talvez tenha sido observado que o nariz fica dilatado quando se está irado. A ira se expressa na manifestação das narinas dando ênfase ao aspecto emocional da ira e do furor. A ira de Deus está particularmente relacionada com o pecado do seu povo, o que lhe é doloroso e o desagrada profundamente. O pecado ofende e fere o amor de Deus. A resposta emocional a isto é a ira divina.
2- O verbo %Y:Üw: ( feriu) o tronco é um hifil. Iahweh feriu o povo com uma grande epidemia, praga ou matança. A idéia do nosso verso é a de uma praga que ocorreu no deserto, enquanto o povo, com glutonaria comia codornizes. Essa praga pode ter sido um sério problema estomacal.
O verso 34 diz que este lugar se chamou Kibrote-Hataavár o nome significa “Túmulo dos desejos”. Outro memorial onde a ira de Deus fora derramada sobre o povo.
De tudo isto, o que é mais espetacular é a presença de Iahweh no dia a dia do povo. Infelizmente o povo não obedecia ao Senhor. Van Gruningem diz o seguinte:

A comida era uma fonte de queixa. O povo tinha saudades dos vegetais frescos, peixes e frutas do Egito. Eles estavam cansados do maná que caía do céu. Então quando Iahweh o supriu com abundância de codornizes, eles devoravam com avidez. Esta queixa sobre a comida não aconteceu apenas uma vez; depois de trinta e oito anos de peregrinação, o povo ainda estava impaciente e falavam contra Deus, dizendo que sentiam falta da água fresca e da boa comida e que desprezavam a “comida miserável”, o maná que cai do céu.

Eis o povo de Israel, eis os nossos irmãos, eis os costumes que infelizmente refletimos todas as vezes que demonstramos arrogância e ingratidão para com Iahweh. Paulo adverte a igreja de Coríntios para que se lembre dos juízos que sobrevieram a Israel no deserto, para que destino semelhante não lhes sobreviesse. 1 coríntios 10. 1-11.

Aplicação:
1- O Senhor escutou a oração de Moisés, O Senhor está atento ao que se passa entre seus santos, por isso, devemos ter cuidado com o nosso modo de agir e de pensar. Pois Deus que sonda tudo pode visitar seu povo em ira.
2- O Senhor deu a carne tão desejada por eles, enquanto eles se esbaldavam na glutonaria, com as carnes e peles ainda nos dentes, Deus feriu com uma grande praga. Tomemos cuidado com nossas queixas ingratas, O Senhor pode perfeitamente nos atender, visando com isto, nos punir.
3- O lugar onde eles foram enterrados foi chamado Túmulo dos desejos. Nome bem propício para o fim que tiveram. Devemos ter cuidado para não irmos também ao Túmulo dos nossos desejos. O lugar onde Yahweh visita em ira o lugar onde ninguém pode escapa de sua mão.
4- Deus é juiz-Guerreiro. O Mesmo Deus que feriu os egípcios com praga, também disse que se o povo da aliança não fosse fiel, feriria o povo, visitando-o em ira santa.
5- Yahweh é o mesmo. Somos tão povo Dele quanto nossos irmãos do Antigo Testamento eram. Depois de dar o castigo de Yahweh como exemplo, Paulo em I Coríntios 10. 11-12 diz o seguinte: Estas coisas lhes sobrevieram como exemplos e foram escritas para advertência nossa, de nós outros sobre quem os fins dos séculos têm chegado. Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia.



Conclusão:
Por que Deus irou-se contra o povo? Nos versos do cap. 11 temos reclamações. A narrativa nos mostra como eles usavam sua língua. É engraçado, quase não os vemos usando em agradecimento e louvor a Deus. Mas, em reclamações, palavras duras... Isto é o que não falta a eles. A ira que o Senhor teve contra eles não foi por causa de suas línguas? É obvio que sim! Vejam como eles eram influenciados: O populacho que estava no meio do povo da aliança teve um desejo desenfreado por carne. O povo da aliança também se pôs a chorar e reclamar. Isto leva Moisés à raia do desespero, tamanha era a insistência do povo rebelde. Percebam que a oração que Moisés fizera foi motivada por tantas e tantas reclamações. O que Deus fez? Respondeu a oração de Moisés. Você já pensou nisto? Em quantas reclamações você tem feito? Como você tem utilizado sua língua?
Será que ela tem sido instrumento de virtude ou de desgraça?
Lembre-se: Deus pode atender perfeitamente a sua reclamação. Mas, tenha medo. Talvez Ele queira te castigar.
Sendo assim, é melhor controlar a língua. Para que preces contra vocês não sejam dirigidas ao alto.
Que o Senhor tenha misericórdia de sua vinha!
A Ele toda glória!
Amém!

Sermão em Números 11. 10-15

Introdução: E de novo adormeci e tornei a sonhar. Vi os dois peregrinos descendo das montanhas pelo caminho da cidade.
Mais abaixo das montanhas há um país chamado das Idéias Fantásticas, do qual sai, para a estrada por onde iam os peregrinos, um tortuoso atalho. Encontraram aí um jovem, meio idiota, que vinha do tal país. Chamava-se Ignorância. Perguntando-lhe Cristão donde e para onde se dirigia, respondeu:
Ignorância – Sou natural daquele país que fica à mão esquerda, e vou à Cidade Celestial.
Cristão – E como crês tu que podes lá entrar? Olha que é possível que encontres alguma dificuldade à porta.
Ignorância – Eu hei de entrar do mesmo modo que entram outras pessoas de bem.
Cristão – O que podes tu apresentar, para que te franqueiem a entrada?
Ignorância – Conheço a vontade do meu Senhor, e tenho vivido honradamente; dou a cada um o que lhe pertence, oro, jejuo, pago dízimos, dou esmolas, e abandonei a minha pátria para me dirigir à Cidade Celestial.
Cristão – Mas tu não entraste pela porta que está no princípio desta entrada. Seguiste pela vereda tortuosa, e por isso, temo que, por melhor idéia que de ti formes, no dia das contas, quando fores a entrar na cidade, te acusem de ladrão e roubador.
Ignorância – Meus senhores sois inteiramente estranhos para mim, e não vos conheço. Segui vós a religião do vosso país, que eu irei seguindo a do meu, e espero que todos sairemos bem. Quanto à porta de que me falais, todo o mundo sabe que fica muito longe do nosso país, e não creio que haja em todo ele quem conheça o caminho que a ela conduz. Nem com isso devemos importar-nos, pois temos, como vedes, um atalho fresco e agradável que vem dar a esta estrada.
Cristão vendo este homem que assim se tinha por sábio, disse em voz baixa a Esperança:
“Maior esperança há para o tolo do que para este” (Provérbios 26:12); e acrescentou:
“Falta-lhe o entendimento, e diz a todos que é tolo” (Eclesiástes 10:3). Que dizes? Vamos conversando com ele, ou apressemo-nos e deixemo-lo para meditar no que lhe dissemos, esperando logo por ele, para ver se, pouco a pouco, é possível fazer-lhe algum bem?
Esperança – Sou do mesmo parecer; não acho bom dizer-lhe tudo de uma vez; deixemo-lo só por agora, e logo tornaremos a falar-lhe, quando se nos oferecer ocasião.
Adiantaram-se, pois, e Ignorância foi caminhando um pouco mais atrás. Pouco tinham andado, quando chegaram a um sítio muito estreito e escuro, onde encontraram um homem atado com grossas cordas por sete demônios que outra vez o conduziam para o postigo que tinham visto na fralda da montanha.
Um grande temor se apoderou dos nossos peregrinos, ao presenciarem tal espetáculo.
Apesar disso, quando os demônios passaram com o homem, Cristão olhou-o com atenção, para ver se o conhecia, por lhe parecer que fosse um tal Volta-Atrás que vivia na cidade da Apostasia; mas não pôde ver-lhe as feições porque levava o rosto baixo, como um ladrão que acaba de ser surpreendido. Depois de ter passado, viu Esperança que ele levava um letreiro nas costas, que dizia: Cristão licenciado, e maldito apóstata.
Cristão disse então para seu companheiro:
Vou agora contar uma história que me narravam com referência a um homem destes sítios.
Chamava-se ele Pouca-Fé, mas era homem muito respeitável e vivia na cidade da Sinceridade.
Junto à entrada da estreita passagem que vamos atravessando, desemboca uma vereda que vem da porta do caminho largo, a qual tem por nome Vereda-dos-Mortos, por causa dos muitos assassinatos que nela se cometem.
Ora, o tal Pouca-Fé, vindo em peregrinação, como agora vamos, assentou-se casualmente neste lugar, e adormeceu. Naquela ocasião desciam a vereda que vem do caminho largo três vilões afamados, Covardia, Desconfiança e Culpa. Todos irmãos. Os quais, descobrindo Pouca-Fé adormecido, deitaram a correr para ele. Neste momento acordava o infeliz peregrino, e dispunha-se a continuar sua viagem.
Logo que os três se acercaram dele, intimaram-no a parar com modos ameaçadores. Pouca-Fé empalideceu e não teve forças para lutar nem para fugir. Nisto exclamou Covardia: Entrega-nos a tua bolsa. E, como o peregrino se demorasse em satisfazer esta ordem (porque lhe pesava perder o seu dinheiro), correu para ele Desconfiança, que lhe meteu a mão na algibeira, tirando uma pequena bolsa cheia de prata. Pouca-fé gritou em altos brados que o roubavam, mas Culpa, que tinha na mão um formidável cacete, descarregou-lhe tão tremendo golpe na cabeça que o prostrou no chão, onde ficou vertendo torrentes de sangue.
Os ladrões achavam-se em volta de sua vítima, mas, de repente sentindo passos de alguém que se aproximava e temendo que fosse um tal Grande-Graça, da cidade de Boa Esperança fugiram a toda pressa, deixando o pobre homem abandonado.
Esperança - E levaram tudo que ele trazia de valor?
Cristão - Não. Faltou-lhes revistar o lugar em que trazia escondidas suas jóias, mas, segundo me contaram, o pobre homem sentiu muito o roubo que lhe fizeram, porque os ladrões levaram-lhe quase todo dinheiro que trazia para as despesas ordinárias. É verdade que ainda lhe ficaram algumas moedas miúdas mas essas não chegavam para os gastos da viagem. Mais: Disseram-me que se viu obrigado a mendigar para poder viver, pois não lhe era permitido desfazer-se das suas jóias. Porém, apesar de pedir esmolas, continuou a caminhar, quase sempre com o ventre vazio (I Pedro 1:18).
Esperança - Acho muito estranho que não lhe tirassem o pergaminho mediante o qual devia ser franqueada a entrada na Cidade Celestial.
Cristão - É realmente estranho, mas se não lho tiraram, não foi isso devido à sua habilidade, pois ficou tão aterrado com o ataque dos três facínoras que não teve forças nem artes para ocultar coisa alguma. Deveu mais à providência do que aos próprios esforços a fortuna de ficar de posse de tão apreciável documento.
Esperança - Grande consolação devia sentir, ao ver que não lhe haviam arrebatado essa preciosidade.
Cristão - Poderia ter-lhe sido de grande consolação, se tivesse aproveitado dela como devia. Mas, pelo que me contaram, fez muito pouco uso dela, nas várias circunstâncias em que se encontrou, por causa do grande susto que recebeu quando lhe roubaram o dinheiro.
Esqueceu-se do precioso pergaminho durante a maior parte da sua viagem, e, se alguma vez se lembrava dele e esta recordação começava a consolá-lo, logo a idéia da perda que sofrera lhe acudia à memória, enlutando a sua alma e tirando-lhe toda a paz.
Esperança - Coitado, deve ter sofrido muito.
Cristão - Se deve! E não teria sofrido qualquer de nós se tivesse sido tratado como ele foi, roubado e ferido num lugar ermo? O que me admira é ele ter podido sobreviver a tanto sofrimento. Contaram-me que, por todo caminho, ia soltando amargas e dolorosas queixas, contando a todos os que encontrava onde e como haviam tirado, como tinha sido ferido, e como escapara com vida a tão grandes provações.
Esperança - Admira-me que não lhe ocorresse a idéia de empenhar algumas de suas jóias, para ter com que suprir-se no caminho.
Cristão - És extremamente ingênuo! A quem havia de empenhá-las ou vendê-las? No país onde foi roubado não se dá preço às jóias, e mesmo nenhum alívio teria encontrado naquele país. E, depois, que lhe faltassem as jóias, quando chegasse à porta da Cidade Celestial, seria excluído (o que ele bem sabia) da herança que ali se encontrara, o que por certo lhe seria mais sensível do que o ataque e os maus tratos de milhares de ladrões.
Esperança - Peço que não respondas com tamanha aspereza às minhas perguntas. Não sejas desabrido para comigo, e ouve-me. Esaú vendeu a sua primogenitura por um prato de comida (Hebreus 12:16), e essa primogenitura era a sua jóia preciosa. Ora, se ele fez isto, por que não havia Pouca-Fé de fazer o mesmo?
Cristão - Esaú vendeu efetivamente a sua primogenitura, e a exemplo dele têm procedido muitos outros que, por esse fato, perderam a bênção maior, como aconteceu àquele desgraçado. Mas há diferença entre Esaú e Pouca-Fé, como também entre as circunstâncias dum e as de outro. A primogenitura de Esaú era típica, caso que se não dava com as jóias de Pouca-Fé. Esaú não tinha outro deus que não fosse o seu ventre, não assim Pouca-Fé: a necessidade de Esaú não passava do desejo de satisfazer o apetite carnal; e a necessidade de Pouca-Fé era de outro gênero. Além do que, Esaú não se lembrava senão de satisfazer o apetite, e por isso exclamou: -Eu vou morrer; para que me serve logo a primogenitura?”Gen. 25:32). Mas Pouca-Fé, apesar de ter pouca fé, possuía alguma, e foi essa que obstou a que ele praticasse a extravagância de se desfazer das suas jóias, como fez Esaú, e preferisse vê-las e apreciá-las. Em parte alguma lerás que Esaú tivesse fé, por pouca que fosse, e por isso não é para admirar que aquele em que só impera a carne (o que sempre acontece com o homem que não tem fé para resistir) venda a sua primogenitura, a sua alma, e tudo quanto é, quanto tem, ao próprio demônio - porque esses homens são semelhantes à jumenta silvestre que ninguém pode deter (Jeremias 2:24). Quando os seus corações estão sujeitos às suas concupiscências, hão de satisfazê-las, custe o que custar; mas Pouca-Fé era dum temperamento muito diferente; o seu coração inclinava-se para as coisas divinas, e o seu alimento era das coisas celestiais e espirituais. Para que havia, pois, de vender as suas jóias, caso encontrasse quem lhas comprasse, para encher o seu coração de coisas vãs? Dará alguém seu dinheiro para encher o seu ventre de palha? Poderá alguém persuadir a rola a alimentar-se de carne em putrefação como o corvo? Ainda que os infiéis, para servirem as suas concupiscências carnais hipotequem ou vendam o que são e o que possuem, todavia os que têm fé, a fé que salva, por pouca que seja, nunca poderão imitá-los. Aqui tens explicado, querido irmão, o equívoco em que estavas.

Elucidação: É impossível discutir a teologia de Números isoladamente dos outros livros do Pentateuco, especialmente Êxodo e Levítico. Os artifícios estruturais exteriores que ligam estes três livros do Pentateuco indicam uma unidade interna de tema teológico que forma a base de todos eles. Todos se interessam com o cumprimento das promessas feitas a Abraão, e com a moldagem de Israel para ser o povo santo de Deus. O foco de cada livro é diferente: Gênesis estabelece a relação de Israel com a Aliança de Deus, tanto como Criador do universo, quanto como o Deus de Abraão, Isaque e Jacó.
Êxodo relata a narrativa de como Deus redimiu seu povo da escravidão no Egito. Deus é mostrado como tendo feito uma aliança com seu povo, que ele redimiu para sua possessão. Levítico trabalha com a questão de como os homens devem andar com o Deus da aliança. O livro esboça os sacrifícios e as formas de adoração. Números uma vez que há bem pouca narrativa histórica em Levítico, apresenta essa narrativa a partir da saída do Egito. Enfatizando a terra da promessa e a viagem de Israel em direção a ela. Nesta noite iremos meditar sobre o sofrimento de Moisés e a prece resultante deste sofrimento.

Tema: O Sofrimento e a Prece de Moisés a Deus

1 Divisão: Moisés sofre por causa do povo (v. 10)
A nossa narrativa continua. Moisés vê tudo isto. A rebeldia e ingratidão do povo. O povo agora chorava. A influência do populacho surtiu efeito. O desejo por carne era intenso como o de uma fêmea quando está no cio. Todos choravam. Homens nas portas de suas tendas choravam por carne. Isto era um verdadeiro tormento.
As Escrituras dizem que a ira do Senhor acendeu-se com grande ardor.
Algo acontece com Moisés.
A rebelião do povo e o castigo do Senhor produziram uma intensa dor psicológica em Moisés.
O texto hebraico traz um verbo [r"( As nossas traduções trazem o verbo por “mal” no final do verso 10 temos a seguinte oração: ...e pareceu mal aos olhos de Moisés.
Quando lemos, ficamos com a seguinte dúvida:
O que foi mal aos olhos de Moisés? O castigo do povo? Ou a disciplina do Senhor?
A idéia do texto é que aos olhos de Moisés tanto o pecado do povo quanto a ira do Senhor foi motivo de intensa dor psicológica. O DIT traz a seguinte informação a respeito deste verbo neste texto: Designa experiências que causam dor física ( Nm 16.15; 1Cr 16.22; Sl 105.15) ou emocional (Gn 43.6; Nm 11.10-11)
Moisés tanto sofre por causa dos pecados do povo quanto pela severidade da ira do Senhor
Todo pastor verdadeiro quer ver seu povo mais próximo de Deus. Quer ver seu povo recebendo bênçãos de Deus. Mas, o povo pecava e Deus se irava. Tudo isto provocava grande dor em Moisés.
As Escrituras no Novo Testamento fazem a seguinte recomendação: Obedecei aos vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam por vossa alma, como quem deve prestar contas, para que façam isto com alegria e não gemendo; porque isto não aproveita a vós outros. Hb 13.17.
Será que hoje são diferentes as coisas?
Será que os membros da Igreja obedecem a Palavra do Senhor? Será que membros dão trabalho ao pastor e ao conselho?
Infelizmente sim!
O povo de Deus continua sendo influenciado pelo populacho que está no meio da congregação do Senhor. O povo hoje não reclama por comida. Entretanto, reclama por outros motivos. Brigam por besteiras. Faltam às atividades cúlticas. Não crescem de forma homogenia, ou seja, o crescimento na Igreja é desigual.
Outros, só acumulam intelectualidade, seus procedimentos continuam os mesmos, a teologia não desce para o coração. Continuam soberbos, arrogantes, hipócritas e cheios de si mesmos.
Outros, não querem compromisso com o Reino de Deus. Acham que sua presença na igreja não é obrigatória. Pensam que a Casa de Deus é algo que só se vai quando não se tem nada melhor pra fazer.
O que causa dor no pastor hoje em dia, e o que muita gente se esquece, é que quando se negligencia a casa de Deus, e sua lei desta forma, isto é sinal evidente de queda no desprazer paternal de Deus. A nossa confissão sobre isto diz o seguinte: Por diversos modos podem os crentes ter a sua segurança de salvação abalada, diminuída e interrompida: negligenciando a conservação dela, caindo em algum pecado especial, que fira a consciência e entristeça o Espírito Santo, cedendo a fortes e repentinas tentações, retirando Deus a luz do seu rosto e permitindo que andem em trevas e não tenham luz... CFW CAP. XVIII SEÇÃO IV
O povo de Israel além de reclamar, estava através de sua postura pecaminosa atraindo a ira de Deus. E como foi visto isto perturbava Moisés. Este sofrimento leva-o Moisés a orar

2 Divisão: Moisés desabafa diante de Deus (v.11-14)
Moisés ora e nesta oração ele fala ao Senhor sobre sua situação.
Numa tradução literal o texto nos informa que Moisés diz o seguinte ao Senhor: “Para que” “hm'Ûl"' geraste tão intensa “dor” ‘t'[o’rEh em mim e “para que” hM'l'²w> não achei graça em teus olhos. Qual a razão de Moisés dizer isto a Deus?
Moisés estava cansado. O povo era rebelde. Pesava sobre Moisés a responsabilidade de levar o povo até a terra que o Senhor tinha prometida aos seus pais. Não era uma tarefa fácil. Quando você lidera pessoas que possui um alvo em comum, a tarefa ás vezes é mais amenua, ás vezes surge problemas. Mas, como as pessoas têm um alvo em comum às coisas podem ser contornadas. Imaginem agora, uma tarefa gigantesca, além disto, às pessoas contidas nesta tarefa não querem colaborar, vivem reclamando por tudo. Parece que tem prazer em fazer o errado, contrariando suas instruções. Enquanto isto, o peso da responsabilidade está nas suas costas. Quantos de nós continuaríamos?
A perturbação que Moisés estava passando por causa destas coisas era grande.
Na oração Moisés fala que guiar o povo era um cargo.
O que nos chama a atenção é a relação que Moisés faz entre não encontrar graça aos olhos de Deus e o guiar o povo. A tarefa era tão árdua que Moisés identifica isto como uma espécie de castigo de Deus, ou seja, ele identifica isto como não achar graça aos olhos de Deus.
Será que você não está provocando isto ao pastor da Igreja?
Será que o pastor da Igreja não está achando difícil guiar o povo de Deus por sua culpa?
Será que você não está sendo problema para a igreja de Deus?
Se você estiver nesta situação é hora de arrepender-se de seus caminhos maus e fazer o que é correto diante de Deus.
O desabafo de Moisés não para no verso 11. Ele continua nos versos subseqüentes. No verso 12 ele diz: Fui eu que ytiyrIªh' “engravidei” de todo este povo? Fui eu que dei a luz?
Percebam o estado emocional que Moisés estava.
Ele continua: Para que Tu fales: Leva-o em teu regaço, como a ama leva a criança no colo, à terra que prometi sob juramento a seus pais.
Uma congregação rebelde torna o trabalho do pastor árduo. O problema é que quando a congregação tem esta postura, ela está atentando contra a estrutura organizacional dela própria. Uma das formas do Senhor punir à igreja é tirando os mestres da Igreja e o resultado disto é a falta de direcionamento do povo, ou seja, o povo fica tateando em trevas. Da mesma sorte, que o contrário é verdadeiro, quando Deus é gracioso com seu povo, Ele põe mestres que ensinam a verdade ao povo.
No verso 13 Moisés retoma a causa de sua angustia, a causa que mais uma vez ascendeu à ira do Senhor.
Ele diz numa tradução bem literal: Onde para mim carne para dar a todo este povo? A idéia é: onde vou achar tanta carne para este povo?
Neste verso, Moisés descreve como se dava a lamentação do povo. Ele diz que o povo chora numa tradução literal seria: em cima de mim. Que nas nossas traduções aparece diante de mim. E o povo falava: Dá-nos carne para comer. No texto hebraico o verbo “dá-nos” é um imperativo. O povo não estava pedindo, estava ordenando.
Moisés continua dizendo que lk;ÛWa-al{) “ não é capaz” sozinho de carregar, levar todo este povo. Moisés confessa que isto era muito pesado para ele. De fato, seria pesado para qualquer um.
O desabafo de Moisés leva-o a um ponto extremo na sua prece.

3 Divisão: Moisés pede a morte a Deus (v. 15)
Moisés chega ao auge do desespero e na sua prece. Ele diz: E se assim hf,[oå-T.a; “Tu fazes” a mim groêh' ‘an" ynIgEÜr>h' “ mata-me, por favor, morte. Moisés continua: !xEß ytiac'îm'-~ai “Se eu achasse graça” em teus olhos não viria a minha desventura, miséria.
Veja como Moisés chama o seu trabalho.
Moisés na sua prece dá uma ordem a Deus: mata-me. No texto hebraico aparece uma partícula que na Atualizada foi traduzida por “eu te peço”. Esta partícula transmite a idéia de súplica.
Quando na sua prece, depois de ter dito “Se eu achasse graça” em teus olhos não “viria”. Este verbo “viria” no original está com uma função que em hebraico é o coortativo esta função é usada para expressar desejo, intenção, auto-encorajamento ou determinação do sujeito em realizar certa ação.
Moisés expressa o desejo de não ver sua desgraça, sua desventura, sua miséria.
O cargo era pesado demais, era penoso demais. Nestas horas passam muitas coisas na cabeça dos servos de Deus. Lembranças de quando a vida era normal, lembranças de dias felizes. Nestas horas, os servos de Deus que estão na liderança são fortemente tentados e se o Senhor não derramar graça, eles sucumbem.
Imaginem quão graves e grandes eram os pecados daquele povo? Moisés chegou a este estado por causa do povo. Isto é a conclusão lógica. Se o povo não fosse rebelde, se o povo não ficasse reclamando o tempo todo, se o povo enfrentasse os problemas de forma madura, se o povo entendesse o propósito de Deus em suas vidas, certamente as coisas não chegariam neste ponto. Eles tinham um agravante sobre si. A presença do Senhor era constante, eles tinham presenciado a intervenção do Senhor quando o mar se abriu e tragou os egípcios seus antigos algozes. Queixaram-se e viram a visitação do Senhor ao acampamento em ira. Mas, nada disso gerou neles temor. Eram egoístas, insuportáveis, atrevidos e de difícil lida.
Assustando-se com a situação, Moisés cai em conflito e desespera-se, lamenta toda aquela situação irregular que ocorria. De um lado, o povo de Israel agia como o populacho que os acompanhava, estavam se comportando em ostensiva contradição contra a Aliança com Iahweh. E, por outro lado, a dificuldade em contornar a situação, não tinha como solucionar o problema da carne. Estava sozinho, como conseguiria manter a ordem, a disciplina e a fidelidade à Aliança contra uma apostasia incipiente? Como evitaria a ira divina que se ascendia constantemente?
Moisés chega às raias do desespero, pois o problema escapa ao controle humano, já que se trata de uma rebelião contra o próprio Iahweh.
A rebelião contra o Senhor se mostra através de atitudes pensadas e direcionadas a lideres e projetos eclesiásticos. Quando me ponho contra a liderança, quando boicoto as atividades da Igreja. Manifesto a minha rebelião. Eles se rebelaram contra o plano de Deus, não estavam satisfeitos com nada, tudo tinha defeito, e sempre a melhor sugestão era a deles.
Quantas e quantas histórias de rebeldia foram registradas nas Escrituras? Qual foi a finalidade delas estarem registradas? Quantas e quantas vezes vemos o Senhor punindo seu povo? O que poderíamos aprender com tudo isto?
Será que o povo ganha alguma coisa quando um ministro fiel do evangelho resolve parar por causa de tantos problemas e frustrações?
Será que fazendo isto, o povo não tem se tornado “satan” adversário do Reino de Deus. Lembrem-se: Somos súditos do Reino e a Igreja é a estrutura orgânica, administrativa e organizacional que luta contra o anti-reino.
Numa guerra quando o comandante é atacado e morre a tropa fica desbaratada.
Atentar contra a própria estrutura estabelecida por Deus é tentar minar os alicerces da agência que deve lutar contra o anti-reino. Você acha que nesta luta você lucra alguma coisa quando é rebelde? Quando por causa de você o pastor pensa em parar? A não ser que você seja servo do Maligno e sendo seu servo esteja trabalhando para seu senhor. Mas, se este for o caso, saibas que o evangelho e o Reino de Deus serão os vencedores no final de tudo

Aplicação:
1- É necessário compreendermos que estamos numa guerra e que as autoridades foram instituídas por Deus e que elas têm a responsabilidade de cuidar e alimentar àqueles que Deus os confiou. Este trabalho é penoso e árduo. A Congregação precisa orar por aqueles que têm a missão de levá-los para Deus.
2- Fazer um pastor sofrer não é prestar serviço ao Reino de Deus é atentar contra a instituição de Deus.
3- As Escrituras estabelecem preceitos que a igreja deve ter com a liderança: Agora, vos rogamos, irmãos, que acateis com apreço os que trabalham entre vós e os que vos presidem no Senhor e vos admoestam; e que os tenhais com amor em máxima consideração, por causa do trabalho que realizam. Vivei em paz uns com os outros. 1 Ts 5. 12-13
4- Uma das formas de gerar dor na liderança da Igreja é atentar contra o desenvolvimento da igreja. E atentar contra o desenvolvimento da Igreja é boicotar as atividades da Igreja, desanimando àqueles que estão lutando.
5- Outra forma de gerar dor na liderança da Igreja é não ser maduro na fé. E esta imaturidade evidencia-se nas discussões e brigas por motivos tolos. Por conversas e posições arrogantes que desmotivam os outros, por comportamentos indignos que transpiram e geram discórdias no meio da Igreja.
6- Aquelas que agem desta forma que querem destruir a vinha de Deus. Deus os destruirá.
7- A igreja não é clube onde os dízimos seriam as mensalidades e o pastor e os presbíteros serviçais seus. Onde você comparece quando quer. A Igreja é o corpo de Cristo e se você está negligenciando a Igreja você está em pecado e deve acatar as correções que a Palavra de Deus dá através das autoridades constituídas

Conclusão:
Estão lembrados da nossa história do começo do sermão?
Como você está agindo no corpo de Cristo?
Com quem você se identificou? Ignorância? Volta atrás? Pouca fé?
Será que você poderia me dizer que não se identificou com nenhum destes?
Pense nisto irmão.
Que Deus tenha misericórdia de sua vinha
A Ele toda glória!
Amém!

Sermão em Números 11. 4-6

Introdução: Um homem descontente com a sorte queixava-se de Deus:
- Deus dá aos outros as riquezas, e a mim não dá coisa alguma. Como é que posso ser feliz nesta vida, sem possuir nada?
Um companheiro seu, ao ouviu estas palavras, perguntou-lhe:
- Acaso você é tão pobre quanto diz? Deus não lhe deu, porventura, saúde e mocidade?
- Não digo que não, até me orgulho bastante da minha força e da minha juventude.
- Trocaria sua saúde e sua mocidade por dinheiro?
- Não!
O homem, então, pegou na sua mão direita e lhe perguntou:
- Você venderia sua mão direita, deixaria que a cortassem por um bom dinheiro?
- Não, de jeito nenhum!
- E a esquerda?
- De jeito nenhum!
- E seus olhos, você os venderia, ficaria cego pelo resto da vida por uma "bolada"?
- Não daria nem um olho por dinheiro!
- Veja - observou o velho - quanta riqueza Deus lhe deu e você ainda se queixa?

Elucidação: O livro de Números começa com uma série de orientações para organizar o povo a fim de marchar do Sinai para a terra prometida. As tribos são contadas, a sua ordem no acampamento e na marcha é especificada, os impuros são expulsos da comunidade, o altar e os levitas são dedicados ao serviço de Deus, celebra-se a segunda páscoa. Agora a nação está pronta para começar a marcha em direção a Canaã (1.1-10.10) Vinte dias depois começa a jornada, encontram-se dificuldades no caminho, mas chega-se em segurança a Cades, nos limites de Canaã. (10.11-12.16) De Cades são enviados doze espias para inspecionar a terra. O seu relatório é tão desanimador que o povo propõe que se volte ao Egito. (13.1-14.4) Então Deus começa a punir a nação. O povo iria peregrinar durante os quarentas anos até que toda aquela geração morresse Nm 14. 32-34. A partir do capitulo 20 o livro começa a relatar os acontecimentos finais dos quarentas anos da peregrinação. O período da caminha no deserto estava chegando ao fim, os filhos dos rebeldes já haviam crescido e o Senhor Deus iria iniciar a fase seguinte do seu plano a entrada em Canaã e a conquista da Terra Prometida. Esta noite vamos meditar sobre o seguinte tema

Tema: O Descontentamento com a Provisão de Deus

1 Divisão: A influência ímpia no meio do povo de Deus (verso 4)
O descontentamento com a provisão de Deus fui manifesto da seguinte forma: No deserto de Sim foi à falta de alimento que desencadeou as queixas (Ex. 16:3); Aqui em Quibrote-Taavá foi a falta de variedade.
O nosso verso começa falando sobre o populacho “ ‘@sup.s;ah'(w>” este substantivo só aparece aqui e refere-se a alguns que subiram do Egito com Israel. Estes pessoas que não eram israelitas causaram problemas aqui e em outros situações. Em Lv. 24.10 nos é dito: Apareceu entre os filhos de Israel o filho de uma israelita, o qual era filho de um egípcio; o filho da israelita e certo homem israelita contenderam no arraial. 11 Então, o filho da mulher israelita blasfemou o nome do SENHOR e o amaldiçoou, pelo que o trouxeram a Moisés. O nome de sua mãe era Selomite, filha de Dibri, da tribo de Dã.
O nosso verso diz que este população veio a ter grande desejo.
O texto traz um verbo WWàa;t.hi “lamentou-se” e um substantivo hw"+a]T; “ desejo” Este substantivo é a mesma palavra usada para o “desejo de uma jumenta no cio”. Este desejo inflamou os filhos de Israel, de tal sorte, que eles se puseram a chorar. E no alto de sua lamentação e do desejo desenfreado disseram: Quem nos dará carne para comer? Isto, não foi um pedido humilde, ao contrário foi prepotente, fruto de um desejo que consumia eles. Desejo este, que por sua vez, nascera no coração de pessoas que não eram descendentes do povo de Deus. Aqui percebemos de forma bem clara a influência nefasta do ímpio no meio do povo de Deus.
O povo de Deus era um povo tinha suas mazelas, costumes errados, adquiridos depois de tanto tempo no Egito, além disto, havia pessoas estranhas no meio do povo de Deus. A própria narrativa as chama de populacho. Da mesma forma, como foi na congregação que estava no deserto, assim é hoje em dia, as Escrituras do Novo Testamento nos falam dos iluminados que são joios que estão no arraial do Senhor. Que antes de se manifestarem tem cara de crente, jeito de crente. Chegam ao ponto de partilharem conosco das nossas esperanças, participam da Eucaristia, entretanto, são ímpios. Como poderíamos reconhecer os ímpios no meio do povo de Deus?
Vendo seus frutos!
Jesus falando sobre os falsos profetas disse o seguinte: Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores. 16 Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? 17 Assim, toda árvore boa produz bons frutos, porém a árvore má produz frutos maus. 18 Não pode a árvore boa produzir frutos maus, nem a árvore má produzir frutos bons. 19 Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo. 20 Assim, pois, pelos seus frutos os conhecereis. 21 Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. 22 Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? 23 Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade. Mateus 7. 15-23.
Por causa desta influência o povo toma uma atitude...

2 Divisão: A queixa do Povo de Deus (verso 5)
O povo começou a se queixar. O nosso verso começa dizendo ‘Wnr>k;’z" “lembramo-nos” Nesta “lembrança” está contida toda uma série de queixas e ingratidões que o povo demonstrava contra o Senhor. No texto está muito claro o resultado da influência dos ímpios na congregação do Senhor e do desejo desenfreado que tiveram. Este desejo começa a tomar forma. Eles lembram-se de que?
O nosso texto diz: Dos peixes, dos pepinos, dos melões, dos alhos silvestres, das cebolas e dos alhos.
As Escrituras dizem que quando o povo antes de chagar ao Sinai também reclamou e se lembrou do cardápio egípcio
Partiram de Elim, e toda a congregação dos filhos de Israel veio para o deserto de Sim, que está entre Elim e Sinai, aos quinze dias do segundo mês, depois que saíram da terra do Egito. 2 Toda a congregação dos filhos de Israel murmurou contra Moisés e Arão no deserto; 3 disseram-lhes os filhos de Israel: Quem nos dera tivéssemos morrido pela mão do SENHOR, na terra do Egito, quando estávamos sentados junto às panelas de carne e comíamos pão a fartar! Pois nos trouxestes a este deserto, para matardes de fome toda esta multidão. 4 Então, disse o SENHOR a Moisés: Eis que vos farei chover do céu pão, e o povo sairá e colherá diariamente a porção para cada dia, para que eu ponha à prova se anda na minha lei ou não. 5 Dar-se-á que, ao sexto dia, prepararão o que colherem; e será o dobro do que colhem cada dia. 6 Então, disse Moisés e Arão a todos os filhos de Israel: à tarde, sabereis que foi o SENHOR quem vos tirou da terra do Egito, 7 e, pela manhã, vereis a glória do SENHOR, porquanto ouviu as vossas murmurações; pois quem somos nós, para que murmureis contra nós? Êxodo 16. 1-7
No nosso texto o problema não era a comida e sim a variedade. O povo voltou a reclamar. A longa dieta de maná, que já durava um ano havia tornado sua vida monótona. Deus, só tem isto? Eles sonhavam por vegetais frescos, peixes e carnes.
Vamos pensar um pouco: Há mal em querer isto?
A questão não era essa. Não há mal em desejar comer algo diferente do habitual?
A questão foi a forma como isto fui exposto.
O Senhor já tinha providenciado carne em ocasião anterior. Eles tinham experimentado o poder de Deus. Será que para o Senhor isto seria coisa demasiadamente difícil? É lógico que não!
O povo através destas observações nostálgicas demonstra saudade do Egito. O povo expressou a sua oposição ao propósito de Deus que era o estabelecimento deles em Canaã.
Temos aqui uma lição: O caminho até o nosso destino final nem sempre será do jeito que queremos. Mas nossa atitude diante das situações irá determinar o nosso êxito na nossa caminhada.
Coisas, valores do cotidiano não devem impedir o caminho para o destino reservado por Deus.
Lembrar de coisas que marcaram nossas vidas em detrimento daquilo que somos em Cristo Jesus é uma forma de zombar da graça de Deus. Eles tinham o maná que desceu do céu para alimentá-los. Por que desejar as comidas do lugar da escravidão? Por que desejar velhos lugares e conceitos? Por que desejar velhas situações?
O povo na sua revolta toma a seguinte atitude.

3 Divisão: O Desdém contra o maná (verso 6)
O descontentamento chega ao seu ponto mais alto quando eles desdenham do maná. Antes de analisarmos o verso faz-se necessário entendermos o significado do maná, da provisão de Deus na vida dos seus filhos.
O maná é descrito nas Escrituras como o pão dos anjos Salmos 78.25. Pão do céu Êx. 16.4
Ao trazerem à baila o Egito e estarem já enfastiados com o Maná (Ex 16,9-35), bem como ao reclamar por "quem lhes daria carne a comer", evidenciam a rejeição de Iahweh, do "pão do céu" que lhes deu (Ex 16,4) e de Seu Poder em alimentá-los. Começa então a se manifestar uma apostasia incipiente, e o início da tentação de abandonar Iahweh e retornar à idolatria.
O Senhor queria ensinar algo para aquele povo que nos serve também de lição. As Escrituras dizem: Ele te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não conhecias, nem teus pais o conheciam, para te dar a entender que não só de pão viverá o homem, mas de tudo o que procede da boca do SENHOR viverá o homem. Dt. 8.3.
Que no deserto te sustentou com maná, que teus pais não conheciam; para te humilhar, e para te provar, e, afinal, te fazer bem. 17 Não digas, pois, no teu coração: A minha força e o poder do meu braço me adquiriram estas riquezas. 18 Antes, te lembrarás do SENHOR, teu Deus, porque é ele o que te dá força para adquirires riquezas; para confirmar a sua aliança, que, sob juramento, prometeu a teus pais, como hoje se vê. Dt. 8. 16-18
O maná têm o sentido teológico profundo, ao invés de perceberem isto, eles disseram: que a nossa alma secava e estava privada de tudo; nossos olhos nada vêem senão este maná.
Aqui de forma bem clara vemos a loucura falando. Poderíamos perguntar; Como se pode falar assim da providência de Deus? Mas, fazendo uma critica a nós mesmos, quantas vezes já agimos desta mesma forma?
Quantas e quantas vezes desprezamos a providência de Deus. O povo não melhorou em nada, os filhos copiaram seus pais. Em Números 11 temos uma geração e em Números 21 temos os filhos da geração de Números 11. A Geração de números 11 morre toda no deserto. Sendo assim, são os filhos daqueles que dizem isto: Então, partiram do monte Hor, pelo caminho do mar Vermelho, a rodear a terra de Edom, porém o povo se tornou impaciente no caminho. 5 E o povo falou contra Deus e contra Moisés: Por que nos fizestes subir do Egito, para que morramos neste deserto, onde não há pão nem água? E a nossa alma tem fastio deste pão vil. Nm. 21. 4-5
Veja como a providência de Deus foi chamada: “vil”. Na Bíblia de Jerusalém a tradução traz: alimento de penúria. Na NVI a tradução traz: esta comida miserável.
Veja a paciência e a fidelidade pactual de Deus.

Aplicação:
1- Ninguém nasce com uma identificação na testa dizendo sou cristão. No meio do povo de Deus existem os intrusos que não professam a fé no Cristo e são filhos do maligno. Eles possuem suas marcas, seus frutos. Essas marcas e frutos são bem distinguíveis. São atitudes erradas que provém de uma natureza não regenerada.
2- Os filhos de Deus devem discernir as artimanhas dos ímpios para não caírem nas suas tramas malignas.
3- O crente quando se deixa levar pelas artimanhas dos ímpios toma atitudes detestáveis que envergonham sua fé. Estejamos sempre atentos.
4- Devemos supervisionar nossos interesses, colocando limites nos nossos sonhos. Acatando aquilo que Deus nos dá e tendo discernimento que tudo procede Dele e é o melhor para nossas vidas.
5- Que a nossa vida seja um espelho de contentamento com a provisão de Deus

Conclusão:
O homem descontente da nossa historia infantil aprendeu que Deus concedia a ele muitas coisas
O Senhor tem concedido muitas coisas aos seus santos.
Descontentamento não é pratica cristã.
Você teria coragem de fazer esta prece que Davi fez?
Podes sondar-me o coração, visitar-me pela noite, provar-me com fogo: murmuração nenhuma achas em mim; minha boca não transgrediu Salmo 17.3
Que Deus tenha piedade de nós
Amém!

Sermão em Números 11. 1-3

Introdução: No teatro, nos filmes e nas novelas os atores assumem papeis destinados a eles. Assumem papeis de heróis, vilões, mocinhas desprotegidas e coadjuvantes. Tudo aquilo é uma ilusão. Quando terminam as gravações colocam seus personagens de lado e voltam à vida real. Nem sempre tão bonita e excitante quanto à do personagem. Muitos cristãos vivem como se fossem atores. Vivem uma vida fictícia. Dizem que são filhos da aliança, mais possuem comportamentos de ímpios. São cruéis, sádicos, mentirosos, soberbos, cheios de si, ladrões, egoistas e adúlteros. Esta situação me lembra muito a fala de João o Batista quando viu os fariseus e saduceus vindo ao batismo, ele lhes disse: Raça de víboras, quem vos induziu a fugir da ira vindoura? Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento; e não comeceis a dizer entre vós mesmos: Temos por pai a Abraão; porque eu vos afirmo que destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão.

Elucidação: O livro de Números vai descrever a peregrinação do povo da aliança pelo deserto. Nosso título em Português "Números" é traduzido do título encontrado na Septuaginta.
O Título Grego:  ("Números").
O livro recebeu esse nome por causa de dois recenseamentos que estão registrados em suas páginas. Contudo, a muito mais nele do que o mero registro de um censo. Há 36 capítulos neste livro. Cada censo ocupa apenas um capítulo.
O Título Hebraico do livro é: BaMidbar ("No Deserto").
Esse título original para este livro é tomado do primeiro verso do seu primeiro capítulo.
Falou o SENHOR a Moisés, no deserto do Sinai... (Nm 1.1).
Esse é um título apropriado. Números é o livro que nos conta o que aconteceu durante os 40 anos de peregrinação no deserto.
Existem dois temas fundamentais em Números: A graciosa fidelidade e o poder soberanos do Deus da aliança com Israel. Em contraste a esta ação de Deus, Israel se mostra rebelde, pecador e infiel. O livro retrata bem a relação que quase geralmente a Igreja tem com Deus. Nesta noite, começaremos uma série de sermões em Números visando expor os pecados do povo da aliança, sua rebeldia, reclamações. Apesar disto, O Senhor mantém sua fidelidade pactual.


Tema: O pecado do Povo e a Intercessão de Moisés

1 Divisão: A Queixa injusta do povo diante do Senhor (verso 1)
Saindo da região ao redor do Monte Sinai, que tinha relativa fertilidade, os israelitas depressa se descobriram no terrível deserto de Et- Tih e começaram a se queixar. A nossa narrativa começa falando sobre a conduta do povo de Deus. Eles estavam se queixando. De que se queixavam? Um viajante moderno os entenderia. Mas as Escrituras descrevem isto como prova de rebeldia e incredulidade nacional.
Existiam algumas supostas razões para eles se queixarem. Talvez a andada demorada? O calor? A falta de água? O desconforto?
Mas será que estas queixas eram legitimas?
O texto hebraico diz que a sua queixa foi má.
A queixa refletia a ingratidão por tudo o que eles tinham experimentados de Deus. Ao invés de serem confiantes e agradecidos, pois viram todos os livramentos feitos por Deus em seu favor. Suas atitudes foram de queixa e de insubmissão.
O livro de Números registra muitas e muitas queixas e insubmissões contra Moisés e contra o Senhor.
Aqui reside uma advertência para nós: Quantas vezes temos tido um coração queixoso diante de Senhor. Quantas e quantas vezes nossa queixa é injusta diante do Senhor? Agindo assim, nossa queixa não soará má aos ouvidos do Senhor?
A queixa desconfia da soberania de Deus. A queixa cega os olhos dos homens. A queixa leva-nos a desconfiar da providência de Deus e da sua capacidade de administrar nossas vidas. Por isso, que ela soa má aos ouvidos do Senhor. Ela em si é injusta, tornando-se numa espantosa demonstração de ingratidão.
O Senhor é rei, toda a terra é o seu Reino e Israel era seu povo, os vice-gerentes pactuais. Deus tinha feito aliança com eles. Eles tinham sido aspergidos com o sangue da aliança.
Então, tomou Moisés aquele sangue, e o aspergiu sobre o povo, e disse: Eis aqui o sangue da aliança que o SENHOR fez convosco a respeito de todas estas palavras. Êxodo 24.8
Eles eram o povo pactual de Deus. Queixar-se do Senhor é desconfiar do seu controle. Quem se queixa geralmente pensa que tem uma idéia melhor, que pode gerar uma situação mais favorável do que aquela que se estar vivendo. Isto é rebelião.
A queixa também aponta para a perda do temor. No nosso dia a dia, pessoas que ocupam cargos inferiores em indústrias, empresas e comércio se queixam por diversas razões: salários baixos, carga excessiva... Entretanto, quando as pessoas estão tratando com seus superiores, elas refinam seu modo de falar, pois temem punições.
A queixa contra Deus não era velada, era aberta. O verbo no hebraico descreve uma ação intensiva e reflexiva. Ela era intensa e refletia-se de forma marcante na vida dos queixosos. É aquele olhar de insatisfação, aquela agonia, aquela irritabilidade, aquele “não suporto mais”. Estas são as características psicológicas do queixoso.
Qual foi a ração do Senhor contra tudo isto?

2 Divisão: A ira do Senhor acende-se contra povo (verso 1)
O povo reclamava. As Escrituras dizem que enquanto isto, Deus ouvia suas queixas. A idéia básica deste verbo no hebraico é: notar uma mensagem ou simplesmente um som. Possuindo o sentido básico de ouvir. A idéia é, enquanto eles reclamavam, Deus os ouvia. É como se Deus estivesse bem atento para tudo o que eles diziam.
Imaginem tal situação: Mesmo sendo pecadores não gostamos quando ajudamos alguém e ficamos sabendo que ela fala mal da nossa ajuda e de nós. Isto nos acende a ira, a revolta. Logo dizemos: Isto é um ingrato. Imaginem a ira santa de Deus. Estes que agora reclamavam, eram seus protegidos.
Moisés no cap. 10. 35-36 está escrito: Partindo a arca, Moisés dizia: Levanta-se, Senhor, e dissipados sejam teus inimigos, e fujam diante de ti os que te odeiam. E, quando pousava, dizia: Volta, ó Senhor, para os milhares de milhares de Israel.
Essa oração honra ao Senhor como o Guerreiro divino que ia à frente da multidão do povo, bem como a fonte de proteção divina para o acampamento.
Diante disto, da pra imaginar o tamanho da ingratidão do povo. O povo experimentava a proteção do Senhor, o povo viu o poder do Senhor. E como agradecimento a tudo isto que o Senhor fazia, o povo reclamava.
As Escrituras dizem que a ira de Deus acendeu-se.
No texto hebraico temos a seguinte construção: Acendeu-se de fato a ira e o fogo do Senhor e devorava as extremidades do acampamento. Existe uma relação entre acampamento e segurança. Deus fere o lugar onde se sentiam seguros. Eles percebem que por si só não estão seguros. A segurança deles vinha de Yahweh o Senhor da Guerra. A ira e o fogo são instrumentos de Deus para consumir o ímpio.
Van Gruningen diz o seguinte: Yahweh demonstrou sua fidelidade ao seu próprio caráter santo e às advertências dadas com relação à maldição do pacto a ser executada contra a falta de confiança, desobediência, rebelião e rejeição. O fogo representa a presença gloriosa de Yahweh; também servia como um meio severo de punição. Este fogo afetou somente o limite do acampamento e o texto não relata quem ou quantas pessoas foram afetadas.
A visitação do Senhor é bem pedagógica. Os filhos de Israel viram o Senhor dos Exércitos derramando sua ira sobre seus inimigos. Mas também viram e sentiram Yahweh visitá-los de forma terrível. Aqui reside uma lição: Tome cuidado para que o Senhor não visite você em ira, devorando àquilo que você tanto ama. Tocando no local onde você se acha mais seguro. Da mesma forma como o Senhor vai à frente dos seus santos livrando-os e protegendo-os. O Senhor visita os seus e quando os encontra pecando contra sua lei derrama sua santa e bendita ira. Desta forma, o povo de Deus entende e aprende que Yahweh é santo. Que o Senhor tenha misericórdia de nós! Diante de tudo isto, o que o povo faz?

3 Divisão: O povo clama e Moises intercede a Deus (verso 2-3)
Os três versos do nosso capítulo apresentam a seguinte estrutura:
O povo queixa-se diante de Deus a (v.1)
O Senhor ouve b (v.1)
A ira do Senhor se acende e há punição c (v.1)
Ao invés de continuar se queixando o povo agora clama a₁ (v.2)
O Senhor ouve b₁ (v.2)
A ira do Senhor cessa c₁ (v.2)
Existe um personagem na história que exerce papel fundamental: Moisés. Ele intercede pelo povo. Moisés é um mediador entre Deus e o povo. Pode-se dizer que ele é um protótipo de Cristo. Da mesma forma, Cristo também intercede pelo seu povo junto a Deus. Por causa de Cristo somos justificados diante de Deus.
O verso 2 no original começa dizendo q[;îc.YIw: E gritou, clamou, pediu por socorro. Esta é a reação do povo quando vê a visitação do Senhor no acampamento. O povo clamou a Moisés, perceberam o perigo em que estavam e apelaram a Moisés. As Escrituras dizem que Moisés orou lLeÛP;t.YIw: ao Senhor e a ira do Senhor cessou.
Vemos aqui o papel do mediador. O Senhor atende a oração do seu servo e cessa de derramar a sua ira.
Para comemorar o acontecimento, aquele lugar foi chamado Taberá “queima”. O Senhor deixou um memorial. A narrativa do verso 3 termina dizendo: Chamou-se este lugar de Taberá, porque o fogo de Yahweh ardeu entre eles (BJ)
Às vezes, os santos de Deus se tornam tão duros de coração, que mesmo com os memoriais, o povo continua agindo como se Deus não existisse e não agisse. A libertação do Egito fui simbolizada com um memorial: a Páscoa. Isto era suficiente para eles entenderem que O Senhor era com eles. O sangue da aliança foi um memorial que eles eram povo de Deus. Taberá foi um memorial para que eles aprendessem que Deus visita seu povo também em ira. Todos estes memoriais deveriam lembrar ao povo quem é o EU SOMENTE, O SENHOR DA GUERRA.
Responda pra você: Será que temos esquecidos os significados dos memoriais bíblicos?
Será que temos esquecido os significados da Eucaristia? Do batismo?
Será que estamos atentos a todo serviço litúrgico prestado no culto solene?
Irmãos, como imagens restauradas de Deus, como nova criação, somos memoriais que Deus irá restaurar todas as coisas. Que os memoriais nos tragam à lembrança todos os seus respectivos e ricos significados.

Aplicação:
1- A ingratidão é uma das piores coisas que o ser humano pode ter. Ela em si é egoísta, má e fere. Você é grato a Deus? Como está o seu coração? Você reconhece que tudo o que você tem pertence ao Senhor? Ou você acha que não precisou e não precisa Dele? Que tudo que você tem é decorrente de seus esforços? Se você pensa assim, saibas que és um ingrato.
2- Depois de tudo que o Senhor tinha feita a eles. Quando experimentaram a primeira sensação adversa, reclamaram. Você tem feito o que quando as situações adversas chegam?
3- O relacionamento que Deus tem com seus santos não é superficial. Ele está atento a tudo que fazemos. Ele de fato se relaciona intensamente com nós. Será que temos tido esta percepção? Será que temos tido temor? Ou estamos falando tolices diante de Deus?
4- Quando o Senhor visita o acampamento ensina algo importante para o povo. A segurança que eles tinham, não estava no fato de estarem em um acampamento com guardas. Mas residia, no fato de que o Senhor guardava o acampamento. Quando o Senhor Yahweh devorou as extremidades com fogo, deixou bem claro que Ele pode vir em ira. E quando Ele vem desta forma, ninguém está livre de suas mãos e de sua ira. Não existe proteção longe das asas de Yahweh, não existe lugar seguro para se abrigar quando Ele está irado.
5- Mesma na nossa iniqüidade, o Senhor é bondoso. No texto temos um intercessor, um mediador que fala em favor do povo. O povo precisa de um mediador. Alguém que se interponha entre o povo e Deus. Jesus é o Mediador por excelência. Os santos quando oram por alguém também fazem o papel de mediador. Aqui reside um principio importante: Devemos orar uns pelos outros e por todos os homens. Cl 1. 9-12; 1 Tm 2.1-2. Veja a situação do ímpio como é miserável: Deus não escuta a sua prece, não recebe seu louvor e não dá discernimento para entender a sua palavra. (A não ser que seja um eleito que falta nascer de novo). Não sendo este o caso, sua vida é uma desgraça só. Eis o motivo porque os santos de Deus devem interceder por todos os homens.
6- O Senhor tem seus memoriais na Revelação Bíblica. Estejamos atentos aos seus significados.

Conclusão:
Como estamos nos portando? Se retrocedêssemos no tempo e viéssemos em direção a João Batista, o que ele nos diria?
Será que estamos produzindo frutos dignos de arrependimento? Ou será que não passamos de soberbos que dizemos que temos por pai a Abraão?
Será que somos queixosos incorrigíveis?
Pense nisso, irmão!
Que o Senhor tenha misericórdia de sua vinha
A Ele toda a glória
Amém!
Rev. Jaziel C. Cunha

terça-feira, 20 de abril de 2010

RAZÕES PARA EVITAR O ENTRETENIMENTO NAS REUNIÕES CÚLTICAS

Há muitas coisas que tem prejudicado a igreja. Esta semana ouvi de um aluno que algumas igrejas (talvez a dele, mas ficou acanhado em falar), usam cenas de vídeos e depois "pregam" sobre aquele vídeo. Nem chegam a abrir mais a Bíblia. E quando o fazem, é a título de pretexto. Outros contam ilustrações sem fim. Fazem o mesmo. Outros fazem humor no púlpito. Os "cultos" são cheios de atrações - corais, cantores, solistas, grupos musicais, coreografias, declamadores etc - que a pregação já a muito tempo não mais existe. Andando por aí, encontrei, no Genizah Virtual, as razões abaixo para se evitar o entretenimento, a diversão ou, como dizem os seminaristas, "encheção de linguiça", por ocasião do ajuntamento. Pois bem, leiam e comentem.
_________________________________

AS 12 RAZÕES PARA ELIMINAR O ENTRETENIMENTO EM SUA IGREJA
Por Alan Capriles
Sei que o entretenimento está tão enraizado na cultura evangélica, que parecerá um absurdo a tese que defendo. Mas, além de não estar sozinho na luta contra o "culto show", estou ainda muito bem acompanhado, por pastores renomados, como Charles Haddon Spurgeon, que no século XIX já havia escrito sobre este perigo, alertando que o fermento diabólico do entretenimento acabaria levedando toda a massa em curto espaço de tempo. E é neste estado de lastimável fermentação que se encontra a massa evangélica atual.

Hoje em dia é quase impossível que uma igreja não tenha conjuntos musicais, ou corais, ou grupos de coreografia, ou cantores para se apresentar durante o culto e nos eventos por ela realizados. Na maioria das igrejas o período de culto é tomado deste tipo de apresentações, com a desculpa de que "é pra Jesus". Mas, quando analisamos racionalmente, e a luz das Escrituras, a verdade é que tais apresentações não passam de entretenimento, com verniz de santidade e capa de religiosidade.

Que ninguém fique ofendido. Eu mesmo gostaria que alguém houvesse me alertado disso na época em que eu, cegamente, gastava horas com ensaios de conjuntos e de peças teatrais. E eu me convencia de que isto era a obra de Deus.

Mas, no fundo de meu coração, eu sabia que havia algo de errado, que não era nisto que Jesus esperava que seus discípulos se focassem, ou se esforçassem. Como ninguém me despertou, busquei a Deus em oração e o próprio Espírito Santo, por meio das Escrituras, convenceu-me do meu erro.

Desde então, tenho meditado tão seriamente a respeito disto, que encontrei mais de dez razões para eliminar por completo o entretenimento dos cultos na igreja que pastoreio. E já o fizemos! Substituimos o tempo que antes gastávamos com ensaios entre quatro paredes, pelo evangelismo bíblico na comunidade e pela oração nos lares. E, quanto às apresentações nos cultos... sinceramente, não estão fazendo a menor falta.

Mas, vejamos porque o entretenimento deve ser eliminado dos cultos que realizamos ao Senhor:

1 - O Senhor nunca ordenou entreter as pessoas
Esta já seria uma razão suficiente, que dispensaria os demais argumentos. O problema é que raramente se encontra hoje uma igreja que queira ser bíblica, composta por membros que só desejem cumprir a vontade de Deus, expressa em sua Palavra. Assim sendo, talvez seja necessário ainda os argumentos a seguir.

2 - Entretenimento não atrai ovelhas
Chamemos de ovelhas aqueles que realmente amam a Jesus, que reconhecem a voz do Senhor e o seguem (Jo 10:27). No entanto, a divulgação de apresentações na igreja dificilmente atrairá pessoas interessadas em Deus. Certamente será um atrativo para as que gostam de uma distração gratuita. Mas, podemos chamar a estas pessoas de ovelhas, ou não há uma grande chance de serem bodes? (Mt 25:32-33)

3 - Entretenimento afasta as ovelhas
As verdadeiras ovelhas não se satisfazem com apresentações durante o culto. Elas querem oração e palavra, edificação e unção. Uma ovelha de Cristo não procura emoções, mas a Verdade, para que se mantenha firme no caminho da vida eterna (Jo 6:67). Quanto mais o pastor encher o culto com apresentações, mais rápido as ovelhas sairão em busca de uma verdadeira igreja, que priorize a oração e a palavra de Deus. Aos poucos, a "igreja-teatro" deixará de ter ovelhas para estar ainda mais cheia, porém de bodes, que gostam de uma boa distração. E, infelizmente, o que muitos pastores buscam hoje é quantidade, o crescimento a qualquer custo. E, com este fermento, a massa realmente cresce...

4 - Entretenimento reduz o tempo de oração e palavra
O tempo de culto já é muito limitado, chegando a no máximo duas horas. Quando se dá oportunidade para apresentações, o tempo que deveria ser usado para se fazer orações e se pregar a palavra de Deus torna-se curtíssimo. Em algumas igrejas não chega nem a trinta minutos! Como desenvover uma mensagem expositiva em tão curto espaço de tempo?

5 - Entretenimento confunde os visitantes
Os visitantes concluem que a igreja existe em função disto: conjuntos, corais, coreografias, peças teatrais, ou qualquer outro tipo de apresentação que torne o culto um show. E eles passam a frequentar os cultos com esta expectativa, esperando pelo próximo espetáculo.

6 - Entretenimento ilude os membros
O membro pensam que está servindo a Deus com suas apresentações. Desta forma, sua consciência fica cauterizada para atender aos chamados para a escola bíblica, para o evangelismo e para socorrer os carentes. Afinal de contas, ele pensa que seu chamado é para as artes, e não para serviços que não lhe colocam debaixo dos holofotes (que, aliás, são muito comuns nas igrejas hoje em dia).

7 - Entretenimento é um desgaste desnecessário
Quanto esforço é despendido para que tudo saia perfeito! Uma energia que é gasta naquilo que o Senhor nunca mandou fazer! Será que ainda sobram forças para se fazer o que realmente o Senhor manda? (Lc 6:46)

8 - Entretenimento coloca os carnais em destaque
Pessoas que raramente aparecem nos cultos de oração e estudo bíblico, e que nunca comparecem ao evangelismo, geralmente são as mesmas que gostam de aparecer cantando, dançando ou representando nos cultos mais cheios. A questão é: Por que dar destaque justamente para estes membros carnais?

9 - Entretenimento promove disputas
Disputas entre membros, entre conjuntos e até entre igrejas. Quem canta melhor? Quem dança melhor? Que conjunto tem o uniforme mais bonito? Quem recebeu mais oportunidade? Quanta medíocre carnalidade... (1 Co 3:3; Tg 4:1)

10 - Entretenimento alimenta o ego
O entretenimento não gera fé, mas fortalece o ego dos que amam os aplausos e elogios. Apesar de sua roupagem "gospel", o fermento dos fariseus continua tão venenoso quanto nos dias de Jesus (Mt 23:5-6; Lc 12:1)

11 - Entretenimento é um desperdício de tempo
Se o mesmo tempo que as igrejas gastam com ensaios e apresentações fosse utilizado com oração e evangelismo, este mundo já teria sido alcançado para o Senhor! (Ef 5:15-17)

12 - Entretenimento não é fazer a obra de Deus
A desculpa para o entretenimento é que este seria uma forma de atrair as pessoas. Mas a questão novamente é: que tipo de pessoas? Se entretenimento fosse uma boa alternativa, não teria a igreja apostólica usado de entretenimento para atrair as multidões? No entanto, ela simplesmente pregava o evangelho, porque sabia que nele há poder. O evangelho "é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê" (Rm 1:16). Mas o entretenimento... O entretenimento é a artimanha do homem para a perdição de todo aquele que duvida.

Quero concluir com uma palavra aos pastores. De pastor, para pastor. Amado colega de ministério, não duvide do poder do evangelho para atrair e converter as pessoas. Não queira encher sua igreja com atividades vazias e atraentes ao mundo, mas que não tem o poder do Espírito Santo para converter vidas. Tenha coragem e limpe sua congregação desta imundície egocêntrica. Talvez com isto você perderá alguns membros, mas não perderá ovelhas, somente bodes. Tenha fé em Deus e confie no modelo bíblico para encher a igreja, que é a oração, o bom testemunho e a pregação ousada do genuíno evangelho de Cristo.

sábado, 3 de abril de 2010

Ressurreição

Qual o significado da ressurreição? Por que as Escrituras dizem: E, se Cristo não tivesse ressuscitou é vã a vossa fé, e ainda permaneceis no pecado. (1 Coríntios 15.17)? Qual a relação que há entre ressurreição e nova vida em Cristo Jesus?
A Ressurreição é o sinal visível que Deus deu ao mundo de que Ele restauraria todas as coisas. A finalidade da vida, paixão, morte e ressurreição do Senhor fora tanto a de dar nova vida aos seus eleitos como também de restaurar todas as coisas. Romanos 8. 19-23.
Quando o Senhor morre na sexta feira e ressuscita ao domingo de entre os mortos, assegura para nós a sua vitória. Ele venceu a morte, Ele venceu àquilo que era a paga pelo pecado dos vice-gerentes de Deus quando caíram. Ele também vence a morte pela criação, pois a mesma sofre por causa dos vice-gerentes da criação. Deus, na Pessoa Bendita do Senhor Jesus se encarnou, viveu, cumpriu tudo àquilo que fora exigido Dele no pacto da redenção firmado entre a Santíssima Trindade e O Cristo que se tornou Homem. O propósito maior era a restauração de todas as coisas como diz o texto aos Efésios 1.10.
Por que na semana pascoal se deu a morte e a ressurreição? Quando Jesus entra em Jerusalém em cima do jumentinho, isto foi o cumprimento de uma profecia (Zacarias 9.9). Mas, observem também, que esta entrada possuiu um forte simbolismo: O templo que estava em Jerusalém era o templo onde se invocava Deus. Jerusalém era considerada a cidade santa por ter o templo nela. O próprio Deus que tinha se encarnado estava entrando na sua cidade. Por aquelas portas milhões de ovelhas tinham passado, vindas para serem sacrificadas. Jesus como nosso cordeiro pascal passa pelas portas de Jerusalém. Chora por Jerusalém. Quando chega ao seu templo diz que a minha casa será de oração Lc. 19.46.
Em Jerusalém Ele é preso e morto na semana pascoal, da mesma forma como o sangue do cordeiro fora posto nas casas lá no Egito, pois servia de sinal para que o Destruidor não matasse os primogênitos de Israel Êxodo 12. 21-24. Da mesma sorte, nesta semana que antecedeu a ressurreição, o sangue de Cristo fora derramado fora aspergido sobre seu povo 1 Pedro 1.2. Este livramento fui simbolizado na instituição da Eucaristia. O sangue da nova aliança derramado em favor de muitos, sinal evidente que o Destruidor irá pegar todos àqueles que não têm o sangue de Cristo sobre Eles. A ressurreição aponta para a nossa vitória. Alem de não recebemos a ira de Deus, por termos o sangue de Cristo nas nossas vidas. Viveremos para sempre com Ele. Todos os inimigos do reino de Deus serão destruídos. Todo regenerado é uma nova criação, sendo também o sinal visível que Deus levará seus planos até o fim desejado por Ele. Seu desejo é a consumação de todas as coisas. E esta consumação é o restabelecimento de todas as coisas. A ressurreição aponta pra isto. E como símbolo da nossa passagem das trevas para a luz surge o conceito do domingo como dia do Senhor. O domingo serve-nos como memorial. O domingo também passa a ter a simbologia do descanso. Da mesma sorte como o sábado tinha dois aspectos simbólicos: Descanso e libertação. O domingo passa a ter estes dois aspectos: libertação nossa e da criação, pois é o dia da ressurreição de Cristo. E de descanso: pois através da ressurreição de Cristo, o seu povo juntamente com a criação espera a restauração de todas as coisas.
Qual o aspecto prático que o entendimento da doutrina da ressurreição tem para nossas vidas? Paulo na sua carta aos Coríntios no cap. 15 versos 14: E, se Cristo não ressuscitou,é vã a nossa pregação e vã a nossa fé. Você já imaginou o quão vão seria tudo que é feito pelo reino de Deus se tudo fosse uma grande mentira? Aqui reside o motivo da fidelidade do cristão a Deus: A certeza da ressurreição de Cristo. Eis a razão da ressurreição ser tão importante na fé cristã. Todo àquele por quem o Cristo morreu: morre e morrerá para o mundo. O velho homem que representa este antigo estado de rebeldia é morto. Romanos 6. 1-3. Da mesma sorte, o novo homem, a nova criatura é recriada por causa da morte de finitiva de Cristo na cruz e da sua ressurreição. Romanos 6..4-11
Rev. Jaziel C. Cunha
Congregação Presbiteriana Conservadora em Paulista

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Introdução ao Estudo sobre o Reino de Deus

No Livro dos salmos no cap. 103 v 19 temos uma declaração sobre a existência do Reino. Quem está no comando e na extensão deste domínio.
O texto diz:
hl'v'(m' lKoïB; AtªWkl.m;W÷ Aa+s.Ki !ykiähe ~yIm;V'B;â hw"©hy>)
Yahweh nos céus fez estabelecer seu trono e seu reino em tudo reina
Temos o agente: Yahweh
Temos o local: Nos céus
Temos a extensão: Em tudo
Existem outras referências Sl. 93. 1-2; Sl 145.1;13
Van Gruningem fala dos quatro aspectos do Reino cósmico: Natureza do Reino Cósmico, Manutenção do Reino Cósmico, Propósito do Reino Cósmico e Consumação do Reino Cósmico .
Definindo o que consistia o cosmos, Van Gruningem diz o seguinte “o cosmos consistia de luz, céu, mares e terra seca”
Deus estabeleceu o homem e a mulher como vice-gerente. Faz parte da extensão do domínio, sua finalidade é o desenvolvimento, a exploração da terra. Mas, exploração consciente, e a isto, o próprio texto de Gn 2.15 limita. A expressão Hr"(m.v'l.W ( e para ela “ele” governar). Tem um profundo significado, segundo o DIT a raiz básica é a de “exercer grande poder sobre” o DIT também fala de um desdobramento, que para o nosso texto, tem uma aplicação mais especifica, “tomar conta de , guardar. Isso envolve manter, ou cuidar de coisas, tais como um jardim” .
Este reino é mantido pelo próprio Deus, esta manutenção recebe o nome preservação providencial de Deus. Herber campos traz falando a respeito da preservação providencial de Deus traz a seguinte definição: “aquela obra contínua de Deus pela qual Ele mantém as coisas que criou, junto com as propriedades e poderes com as quais Ele as capacitou”
Por esta definição percebemos que o homem só pode transformar a matéria existente por permissão de Deus. Os elementos: mar, céu, terra e luz desde o inicio já demonstravam capacidade de ser “habitat” para as mais variadas formas de vidas: vegetal, animal, marinha, humana e angelical. Esta capacidade é dada pelo próprio Deus e sustentada pelo Espírito Santo Hb. 1.3; Sl. 104 24-31; Jr 5.24. Van Gruningem sobre isto diz o seguinte:
A criação é o reino cósmico de Deus. É o domínio totalmente abrangente de Deus dentro do qual Ele deu autoridade aos homens e às mulheres em submissão a Ele; por causa disso, reinos humanos poderiam se desenvolver e se desenvolveram.

Os elementos que constituem o cosmo possuem suas próprias leis e o homem só chega a um resultado positivo quando essas leis são obedecidas. Para que haja geração de seres humanos pressupõe que haja relacionamento sexual, que ambos sejam férteis, e que no período da gestação tudo ocorra bem. Se parássemos ai, certamente cairíamos no erro deísta. Além das leis pré-estabelecias pelo próprio Deus quando as criou. O Espírito mantém a funcionalidade do cosmos, pois também é verdade que às vezes a vida humana é gerada mesmo quando as leis já mencionadas para a geração não existem. Ex: Nascimento do Cristo, não houve a relação sexual. As forças do cosmo só funcionam por causa do Espírito Santo. Van Groningem diz o seguinte:
Como Deus governa seu reino cósmico de acordo com sua vontade, e como o Espírito está continuamente presente e realiza sua função mantenedora, os aspectos e forças do cosmos funcionam, continuamente, de acordo com suas naturezas divinamente determinadas

No prefacio do livro Ensaios de Teodicéia, Leibniz diz o seguinte:
As perfeições de Deus são aquelas de nossas almas, mas, Ele as possui em ilimitada medida; Ele é um oceano, do qual apenas gotas nos são concedidas; há, em nós, algum poder, algum conhecimento, alguma bondade, mas, em Deus estão em sua inteireza. Ordem, proporções, harmonia nos encantam; (...) Deus é todo ordem; Ele sempre mantém a verdade das proporções, Ele torna a harmonia universal; toda beleza é uma efusão de Seus raios

A queda do homem trouxe distúrbios ao modo operante do reino. Entretanto, como diz Van Groningem “os efeitos da queda não alteraram o modo básico e fundamental em que Deus mantém seu reino cósmico”

Rev. Jaziel C. Cunha